"Ele é bom de cama"

48 2 0
                                    

- Não sei, talvez sim. Bela não disse nada e eu não perguntei. Mas e se ele estiver? Eu não vou proibí-lo de estar nos mesmos lugares que eu. protestei.

Subitamente minha mão foi capturada por João Pedro. Ele a colocou gentilmente no lado direito do seu rosto.

- Eu sei que nada está garantido pra mim apesar de você ter me escolhido. Tenho medo que você o encontre e Leonardo a convença a voltar atrás.

Eu me mantive parada, olhando para ele enquanto minha mão ainda estava em seu rosto.

- Isso não vai acontecer. Leonardo me odeia, não quer nem a minha amizade. Ele não vai voltar atrás, eu sei.

- Mas e se ele voltasse atrás? Se ele dissesse a você que me escolher foi uma grande besteira e tentasse reconquistá-la?

- Eu não vou voltar para ele. Primeiro por que Leonardo não vai voltar atrás e mesmo que ele voltasse, eu não voltaria. - dissea convicta com meus olhos nos seus. Mota sorriu.

- Por que você não voltaria atrás? - perguntou fechando os olhos e beijando a palma da minha mão.

Era a hora. Era hora de dizer que eu o amava. Mesmo que isso pudesse me prejudicar eu precisava...

- Hei, não pode estacionar aqui! - a voz masculina disse batendo no vidro.

Eu olhei para a carranca de um homem bem vestido, devia trabalhar no bar. João se afastou de mim e ligou o carro seguindo para a lateral do bar. Estacionou lá.

- Eu preciso ir. - disse desafivelando meu cinto de segurança. Eu não vou demorar, pegarei um táxi e irei para casa. Espere-me lá. disse.

Eu ouvi a voz de Mota, ele disse "eu te amo”. Fingi não ouvir. Eu tinha medo de confessar o que eu sentia. Medo por que se João Pedro percebesse que eu o amava e estava na palma da sua mão, ele poderia me chutar novamente.

Eu não aguentaria ser magoada novamente.

Entrei no bar. Estava lotado, a maioria das pessoas no bar eram funcionários da empresa de Izabela e Leonardo. Temi encontrá-lo, não queria ver seu olhar magoado. Não o vi e logo avistei Bela sentada em uma mesa com dois rapazes a ladeando.

- Bela? - chamei. Ela desviou os olhos de um cara com quem até então estava conversando e me olhou. Seus olhos antes simpáticos passaram para furiosos.

- Olha quem está ai, a destruidora de corações! - falou relativamente alto. Os rapazes sentados ao lado dela olharam para mim, um com desinteresse e o outro, o que não estava conversando com ela quando eu cheguei, me olhou com malícia.

- Que amiga linda! - ele disse. Não dei trela para eles.

- Vamos conversar. - pedi sentando do outro lado. Izabela levantou puxando o cara ao seu lado pela mão.

- Eu ainda tô muito irritada. Preciso dançar um pouco antes de falar naquele assunto. - falou indo para um espaço reservado para os casais que queriam dançar. Uma música lenta soava pelo barzinho. O outro cara veio se sentar em uma cadeira ao meu lado.

- E ai meu bem, quer uma bebida? Pago com maior prazer para você. - falou e notei que seu hálito era puro álcool. Eu me afastei.

- Eu não bebo. Preciso ir ao toalete. - levantei. O cara me segurou pelo braço.

- Não desaparece tá? Gostei de você. - falou com uma voz chata tentando ser soar sexy. Eu me afastei.

Não fui para o toalete, fui até Izabela que dançava com o outro carinha, um rapaz que aparentava ser mais jovem do que ela. Eu a puxei pelo braço.

- Bela se não conversar comigo agora eu vou embora! - disse firme. A mesma me olhou azeda e se afastou comigo para uma mesa vazia. O carinha que dançava com ela ficou nos olhando no meio da pista de dança. Sentamos em uma das mesas. A princípio ficamos caladas.

- Eu... - balbuciei querendo começar um diálogo. Izabela começou por nós.

- Como pôde fazer isso com ele Júlia?! Ele te ama e sempre foi legal com você, mas você o desprezou para ficar com aquele filho da puta que te sacaneou! Júlia, você se lembra? Fui EU que mostrei ele traindo você com a vaca da Kate! E ela não foi à única! Como perdoou o que ele fez? Ele não merece você! Viu o que ele fez para te prejudicar? ELE ME DEMITIU!

Ok, eu estava cansada, com dor de cabeça e nenhum pouco disposta a ouvir as lamúrias de Bela. Eu tentei desconectá la da minha cabeça, mas não consegui. Ela continuou a berrar, criticando-me pesadamente. Suspirei e disse o que eu havia dito a Duda que não falaria.

- Ele é bom de cama. - Murmurei. Bela parou de falar no ato.

- O que? - perguntou com olhos e ouvidos arregalados.

- Eu perdi a minha virgindade com ele, você sabe, e ele é extremamente bom de cama e é bem dotado. - eu estava a ponto de explodir de vergonha. Pensei que ela diria algo construtivo como "e daí?”, mas...

- Sério! AÍ MEU DEUS! PARA TUDO! Ele é bom mesmo? Então está tudo bem. Agora você tem um marido lindo, rico, vaidoso e que é bom de cama. Que sorte a sua! - ela falou ruidosamente.

Definitivamente Bela era uma incógnita. Eu pretendia criticá-la, mas não queria incitá-la a uma nova discussão sobre minhas escolhas.

- Conte-me os detalhes! Tudo! - ela falou com os olhos brilhando.

- Eu contaria, mas estou esgotada. Só vim para dizer algo para você.

- AH JÚLIA! - ela murmurou num lamúrio.

- Eu prometo que no nosso próximo encontro conto tudo. Eu preciso Ir. - levantei me.

- Espera! Tem algo que preciso Contar. - Bela disse. Voltei a sentar. Ela parecia pouco a vontade e não me olhava nos olhos.

- O que foi? - perguntei estranhando seu súbito silencio.

- Não fica com raiva de mim, tá? É que no dia em que você sairia com Leonardo para perder a virgindade com ele eu encontrei com o João Pedro no RH.

- O que? Você o encontrou?

- Sim. Ele me provocou e eu estava irritada. Eu falei para ele o que você pretendia fazer. Eu sentia pelo modo como ele se comportava que ele sentia algo por você. Eu sinto muito Jú por ter contato, sei que não deveria, mas...

Refleti sobre as palavras de Bela. Então foi por causa dela que João Pedro reagiu e que estamos juntos? Eu não esperava por isso.

- Você está com raiva de mim? -  perguntou com a voz trêmula.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora