- Chegamos. - disse desafivelando o meu cinto de segurança. Júlia despertou olhando para os lados, orientando-se. Pegou sua bolsa no banco de trás e parecia estar apressada, mas eu não iria deixá la sair.
- João Pedro, você pode abrir a porta pra mim? - pediu após tentar abrir a porta.
Olhá la naquela agonia de querer ir embora me lembrou um cordeiro acuado diante de um leão. Sua atitude me irritava, fazia com que eu me sentisse uma praga na vida dela, o que não era mentira de certo modo.
Bom... Se ela queria agir como se fosse minha presa, eu a trataria como tal. Virou se e pareceu se espantar com a expressão em meu rosto.
- O que foi?
- Abro a porta... Se você me der um beijo. - disse sedutoramente lançando para ela todo o poder de conquista que acumulei em todos os meus anos de vida.
Eu amava Júlia, mas também a desejava. Eu desejava cada molécula do seu corpo.
Peguei sua mão e a puxei para mim. Eu a beijei antes que protestasse. Empreguei em meus lábios um pouco mais de força do que o habitual, deixando latente o desejo que sentia por ela. Eu ardia por Júlia Franco! Um desejo insano até. Prendi ela a mim e fiquei satisfeito por ela corresponder aos meus anseios naquele momento.
Deixando a razão se esvair, fui tateando seu corpo querendo despí la e tomá la ali, sem me preocupar com quem poderia estar nos olhando.
Um barulho soou.
Júlia afastou-se de mim rapidamente. Eu a olhei contrariado. Eu não queria parar, eu sentia meu corpo queimando e não sossegaria até conter aquele desejo. A mesma olhou para os lados.
- Droga. - murmurou arrumando o que eu havia desarrumado nela com as mãos. Olhando sua atitude pareceu que ela não queria que ninguém nos visse.
- Não sei o porquê do estresse. Somos marido e mulher. É perfeitamente normal um casal.. - Júlia ergueu sua mão.
- Não começa. Eu preciso ir. - disse e saiu do carro. Sai logo em seguida acompanhando-a.
- Por que está brava comigo? - perguntei aborrecido.
Eu não havia feito nada! Por que ela era sempre difícil? A mesma apressou o passo. Apressei o passo também e então eu olhei seu rosto. Ah, Júlia estava corada! Agora eu sabia o porquê de estar tão rabugenta, ela estava constrangida! Uma risada escapou dos meus lábios enquanto me colocava ao seu lado. Ela entrou no elevador para funcionários comuns. Quando fiz menção de acompanhá la, ela me barrou.
- Você é um executivo. Seu elevador é o outro ali, mais luxuoso. - apontou para o outro elevador. Eu sabia que Júlia estava no seu limite, mas não resisti em provocá la.
- Pego aquele elevador se você jantar comigo. - eu me inclinei para ela impedindo que a porta do elevador se fechasse.
- Não posso prometer. Estou com sono, ao final da noite estarei acabada. - disse e eu acreditei nela, claro.
Eu podia ver o quanto estava cansada. E a culpa pelo seu cansaço era minha, tomei boa parte da sua noite compelindo-a a ficar comigo.
- Você definitivamente deveria ficar descansando em casa. Se forçar desse jeito não é nada bom. - disse com preocupaçao.
- Vou ficar bem com um pouco de café. Júlia falou, mas eu não estava muito confiante que um pouco de cafeína iria curar seu cansaço pela noite insone. Entrei no elevador e como imaginei ela protestou.
- Nem adianta reclamar. Eu disse que pegaria meu elevador se você aceitasse sair comigo e você não aceitou. - disse encostando-me nos fundos do elevador. Pretendia abraçá la, mas duas pessoas entraram, cumprimentando-nos. Ainda sim eu a puxei para mais perto de mim.
Eu a acompanhei até o seu cubículo ignorando os olhares dos demais funcionários. Júlia movia se lentamente, parecia que iria desmaiar a qualquer momento.
Definitivamente deveria estar dormindo. Sentou se em sua cadeira ligando o computador após deixar sua bolsa em cima da mesa.
- Júlia ... - eu a chamei pronto para repreendêla e dissuadi-la a continuar na empresa hoje.
- Senhor Mota, Bom dia. Estava a sua espera. Há uma reunião importante agora. eraa minha secretária. - Suspirei. Eu precisava de uns dias de folga da empresa para cuidar do meu casamento.
- Preciso ir, nos vemos a noite. - beijei Júlia nos lábios e segui para os meus compromissos.
- Senhor Mota, já está na hora. Charles, presidente interino da empresa, me comunicou. - Suspirei.
[...]
- Não posso assumir a presidência ainda. - disse. Todos que estavam na reunião me olharam perplexos. Antes eu estava ansioso para assumir a presidência, mas agora...
- Não entendo por que não deseja assumir a presidência, senhor Mota. Pensei que estava ansioso para ocupar a posição de seu pai.
- Eu tenho pendências a resolver, assuntos pessoais. Se eu assumir a presidência eu não terei tempo livre. - disse incisivo.
Ser presidente de uma grande empresa implicava em passar a maior parte do tempo viajando. Meu relacionamento com Júlia não estava bem, eu precisava de mais tempo com ela antes de deixá la sozinha.
- Senhor Mota, infelizmente nós não podemos mais adiar. Os nossos sócios e clientes desejam que assuma o cargo do seu pai; passará mais confiança a eles se fizer isso. Charles disse naquele seu jeito paciente e irritante. Ótimo, eu não tinha escolha.
- Se eu não tenho escolha então... Faça os preparativos para a posse. - falei mal humorado.
"Eu preciso pensar em algo. Talvez promover Any como minha secretária... Ela poderia assim me acompanhar.".
Desde que cheguei não pude sair da sala a fim de resolver compromissos pendentes. Agora, final do expediente, eu estava aliviado. Queria ver Julia; eu precisava vê-la. Provavelmente estaria tão esgotada que não aceitaria sair comigo. Não importava. Se ficássemos juntos, ainda que fosse em casa, estaria tudo bem.
Saí da minha sala e fiquei surpreso em encontrar Ela no corredor. Ela devia estar indo até mim. Um sorriso automaticamente brotou dos meus lábios. Sua atitude definitivamente significava um progresso. Antigamente Júlia Franco sairia sem me comunicar, diferente de agora. Se bem que ela estava sem a sua moto graças ao meu pedido...
Eu a vi cambalear. Parecia exausta. Corri ao seu encontro temendo que desmaiasse e se machucasse. caminhou instável até que seu corpo tombou para frente. Felizmente eu a agarrei e eu a firmei no chão.
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"The contract" Adaptação Moju
Hayran KurguUm plano mirabolante envolvendo uma jovem pura e um ambicioso empresário. Júlia Mara Franco é envolvida em um esquema criado por João Pedro Mota acreditando que o mesmo a ama, mas a realidade é muito diferente disso. Mota precisava casar para poder...