"Bom Dia"

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Meu plano indo muito bem. Perguntei-me se ela
estranharia se na manhā seguinte aparecesse
com uma aliança. Naquele momento eu pude
contemplá-la um pouco mais de perto. Ela era
bonita, uma beleza clássica, algo difícil de encontrar.
Se ela se arrumasse certamente chamaria a atenção
de qualquer um, até de mim.

- Vem cá. - chamei puxando-a para mais perto.
Júlia se deixou levar. A beijei com calma, bem
diferente dos beijos que costumo dar em minhas
amantes. Antes que eu me deixasse levar, eu a soltei.

- Boa noite. - disse dando um leve beijo em seus
lábios.
Ela saiu meio cambaleante e então eu parti.
Eu sabia que não teria muita paz. Meu celular tocou
antes de entrar na garagem do meu apartamento,
era Kate. Eu atendi sabendo que ela devia estar puta comigo.

-João Pedro, cadê você?

- Em casa.

-O que esteve fazendo hein?

- Cuidando de meus assuntos Kate. - sim, eu estava sendo quase monossilábico.
Tanto como que me preocupar, eu não tinha tempo
para explosões femininas quando havia muito a
planejar.
E claro que Kate me esperava em meu apartamento.

Ela me esperava em frente à porta com os braços
cruzados no peito, urma expressão demoníaca capaz
de transformar seu lindo rosto em uma carranca
horrenda. Com a careta que fazia era preferível até ficar com Júlia a ela.

- POR QUE É QUE VOCÉ. - eu não dei espaço para
mais nenhuma palavra. A beijei vigorosamente
prensando-a na parede.
Kate não disse mais nada aquela noite. Sexo era
mesmo uma forma infalível de calar uma mulher.

- Então eu vou ser posta de lado enquanto você
segue com os planos para conquistar aquela caipira?
- Kate resmungou enquanto se refazia de nossa
noite intensa. Eu já estava pronto para ir para a casa de Júlia a fim de ter um pouco mais de tempo com ela.

- Sim. É pegar ou largar Kate. - disse. Ela fez um
beicinho teimoso.

- Não tem jeito. Que seja. Pelo menos eu sei que
aquela ali não é desejável pra você. Isso me enche de satisfação. - falou vitoriosa. Ela que não soubesse que quando a via aborrecida preferia Júlia.

- Eu vou ir até a casa dela, eu a convidei para
tomarmos café juntos. Tenho que me apressar ou o prazo para reaver minha parte na herança vai se perder.

...

Em pouco tempo eu estava seguindo para a casa de Júlia enquanto Kate ia de taxi para a empresa.
Lembrei-me de que seria delicado levar algo para
ela, presenteá-la. Felizmente Júlia era simples então
qualquer porcaria que eu desse a ela, até uma
conserva em lata, iria satisfazê-la.

Sorri pensando em Júlia colocando a lata de conserva entre as
folhas de seu diário e escrevendo ao lado: "Primeiro presente do meu amorzinho". Parecia algo bem típico
dela.

Não estava a fim de ir a uma loja de bugigangas,
eu tinha meus compromissos da empresa, não
poderia me atrasar muito. Estacionei em frente
a uma casa promissora com um belo jardim em
frente. Cautelosamernte sai do carro seguindo para
lá. Peguei um botão de rosa que pendia para fora
da cerca viva que contornava a casa e sai antes que
alguém me visse. Pronto, presente providenciado e
nem precisei gastar nada.

Claro que ela me esperava na porta, ansiosa. Estava
até apresentável hoje, mas ainda sim as vestes lhe
caiam muito mal. Quanto mau gosto em uma só
pessoa! Talvez ela devesse se inscrever naqueles
programas para mudar a aparência. Estacionei e sai
do carro com a rosa na mão. Fui em sua direção e a beijei, um mero selinho. Eu năo queria assustar a garota com um beijo desentupidor de pia em plena manhā.

Visto o quão inexperiente ela parece, eu
poderia asfixiá-la com minha língua ou algo assim.

- Bom dia. - murmurei em seu ouvido e me
afastei entregando a rosa. Júlia estava pasmna,
provavemente ainda não acreditava que eu pudesse estar interessado nela.

- Obrigada. Bom dia. - murmurou.

- Então... Vamos?- caminhei até o carro e abri a
porta do carona para ela.
Júlia entrou sem hesitar. Segui para um café que eu
ia às vezes, muito bom por sinal. Mantive minhas
mãos unidas a dela enquanto seguia para o local
onde costumava sentar. Ela olhava para todos os
lados parecendo pouco à vontade naquele lugar
requintado.

Certamente ela se sentiria melhor
se eu a levasse naquelas lanchonetes de esquina
com gordura de fritura até na porta de entrada.
Sentamos. Fizemos os pedidos de imediato e quis rir quando vi que Júlia tinha dificuldades para ler
o cardápio com seus pratos tipicamente franceses.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora