Mini ep
Olhei a noite que fazia e pensei em uma ótima forma de terminar aquele dia incrível. Eu sentia saudades do corpo de Júlia; eu a queria novamente. Quando fazíamos amor, ela cedia um pouco mais e até era carinhosa, tocando-me sem reservas.
Um barulho soou e automaticamente olhei para
o lugar de onde vinha. O livro que Júlia segurava caiu no chao. Olhei para ela e vi que estava imóvel, o rosto coberto com um braço e podia ouvir um barulho sendo produzido por ela.- Jú? - chamei.
Caminhei até ela e sentei no lugar onde estava deitada. Minha intuiçao dizia que a mesma estava chorando, mas eu não tinha certeza. Eu peguei seu braço e tentei, gentilmente, retirá-lo do rosto dela.
- O que houve meu amor? Você está chorando? - retirei o seu braço e estaquei ao ver seus olhos marejados.
- Ei? O que houve? - perguntei preocupado.
Ela fixou seus olhos em mim, refletiam uma
dor sem precedentes. Ela abriu a boca querendo justificar seu choro, mas parecia simplesmente não conseguir falar. Talvez estivesse emocionada demais para falar. E eu queria saber porquê estava tão triste, estava agoniado para ajudá-la e desfazer aquela tristeza que se abatia sobre ela.E o pior de tudo era aquela desconfiança de que eu era o culpado e...
- Eu amo você.
Aquela simples frase ecoou em minha cabeça deixando-me subitamente zonzo. Embora eu tivesse testemunhado o que havia acabado de acontecer, eu não conseguia acreditar. Eu imaginava qualquer coisa que motivasse as lágrimas dela, até mesmo a descoberta da verdade, menos... Isso.
Júlia pareceu relaxar, como se há muito tempo carregasse aquele fardo, o peso daquelas palavras, e agora tivesse se libertado. As lágrimas cessaram apenas por alguns segundos e retornaram mais uma vez. Não entendi.
- Por que está chorando? - perguntei atrevendo-me a acariciar seu rosto. Eu queria entender o que estava acontecendo para livrá-la daquela angústia. Era difícil quando uma felicidade, após suas palavras, explodia em mim.
- Por um acaso está chorando de felicidade?
- Não, não é felicidade. É tristeza mesmo. - murmurou e suas palavras me pegaram desprevenido.
Triste por me amar? Eu que hoje correspondo e sempre deixo claro o quanto eu a amo?
- Está triste por me amar? Pessoas que amam e são correspondidas geralmente não ficam felizes pelo sentimento que possuem? - perguntei (ou será que afirmei?) sentindo-me amargurado pela minha incapacidade de fazê-la feliz. Mesmo tentando, ao que tudo indicava, eu não estava conseguindo.
- Eu era mais feliz quando odiava você. Tudo era tão mais simples! Eu sentia que estava fazendo o que era certo e que estava evitando futuros males quando eu o destratava. Mas agora você me trata desse jeito e já não posso ser a mesma. Já não posso mais me esconder envolta do muro que criei e isso me assusta. Eu te amo e a verdade é que odeio isso. Odeio te amar.
E naquele momento eu entendi tudo. Estava tão claro e fui burro por não perceber. Era por isso que Júlia era reservada e tentava se afastar, ela não gostava dos sentimentos que eu despertava nela. Mesmo me amando a ponto de me escolher, ela ainda tentava lutar contra esse sentimento. Parece que a luta havia acabado; Júlia perdera.
A mesma continuou a chorar; um sofrimento que beirava a histeria. Eu tentei acalmá-la enquanto pude acariciando seu rosto. Eu me sentia um lixo. Eu estava radiante por ela me amar, mas Júlia sofria por esse amor. Ela merecia coisa melhor, vida melhor. Se eu a amasse eu deveria deixá-la seguir com a sua vida. Eu a amava, mas amava muito a mim mesmo para abandoná-la.
E eu precisava dizer alguma coisa.
- Eu sei o quanto deve ter custado a você dizer tudo isso, por isso eu agradeço. Obrigado por dizer que me ama. Eu precisava disso. Muito. - confessei.
Eu devia tanto a ela! Ela me salvou de uma vida miserável, superficial, e eu a desgracei. Despertei com sua voz.
- Não faça com que eu me arrependa disso, por favor. Se você me magoar novamente João Pedro, eu... Eu não irei perdoá-lo se fizer algo para me machucar. - disse com a voz firme. Eu assenti seriamente. Eu jamais a entristeceria.
No entanto, havia a verdade. A verdade sempre estaria a espreita querendo acabar comigo, conosco.
Júlia relaxou ainda mais, parecendo exausta pela súbita explosao de sentimentos. E eu queria lhe dar amor, prazer, e fazer com que ela confiasse em mim. Queria que me amasse e se sentisse feliz por isso. Inclinei me e a beijei na testa, nas pálpebras, nas têmporas, bochechas, nariz, em qualquer lugar, feliz por senti sua pele macia e perfumada em minha boca. Encostei minha testa na sua olhando para ela.
- Acabou finalmente. - disse como uma afirmação, mas na verdade eu queria perguntar a ela. Teria acabado tudo agora que Júlia tinha dito que me amava?
- É. Acabou. - sua voz musical disse.
Não hesitei mais. Eu a tomei em meus braços guiando-a ate o meu quarto.
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"The contract" Adaptação Moju
Fiksi PenggemarUm plano mirabolante envolvendo uma jovem pura e um ambicioso empresário. Júlia Mara Franco é envolvida em um esquema criado por João Pedro Mota acreditando que o mesmo a ama, mas a realidade é muito diferente disso. Mota precisava casar para poder...