- O que estavam fazendo para você ficar tão absorva a ponto de não ouvir um toque no máximo? - seu tom de voz era malicioso e rude. Procurei me manter serena, mas sabia que minha calma também iria se esvair.
- Nós estávamos apenas conversando. Perdi a noção do tempo. Não fiz nada demais. Se estivesse fazendo alguma coisa, você não descobriria que estive com ele. - olhei com fúria para ele. Eu não queria continuar essa conversa. Se continuasse...
- Ainda sim não deveria ter parado para papear com ele. Ele é seu ex! E ainda por cima ele a trouxe para cá! Não pense que não vi vocês dois chegando! Como acha que eu fiquei quando eu os vi juntos, quando soube que estavam juntos? - minha calma acabou. Soltei um riso sarcástico.
- Sei muito bem como sentiu. Deve ter sido o mesmo sentimento que o meu. Sabe, eu também não ficava nada contente quando via meu marido para lá e para cá com a secretariazinha que era sua amante. É claro que nem poderia fazer tal comparação visto que eu não tenho nada com o Leonardo e você sabe disso, mas na época, comigo, eu sabia exatamente o que você tinha com aquela vadia!
Silêncio.
João Pedro me olhava pasmo. Eu tentava recuperar uma respiração estável E aquele foi o momento em que tudo veio à tona, de novo. Eu odiava reviver o meu sofrimento.
- Se sua irmã vier nos convidar para jantar, você pode ir. Diga que eu estou com dor de cabeça e não irei. - rumei para o banheiro, o único refúgio que tinha, e me tranquei lá. Ele não demorou nem cinco segundos para me seguir.
- Júlia, abra a porta, por favor? - pediu batendo suavemente na mesma. Eu me aproximei do balcão de mármore e abri uma das torneiras. Lavei meu rosto. - Ei, me perdoa. Eu não deveria... Olha, abra a porta. - bateu novamente.
- Vai à merda! - gritei e sentei no chão com as costas encostadas na parede.
Respirei fundo e contei até vinte na tentativa de me acalmar. Eu sabia que ele tinha o direito de ficar zangado, mas também sabia que ele tinha o dever de me perdoar. Seria sempre assim, constatei com pesar. Nós sempre teríamos algo para nos afastar, por que o passado não poderia ser apagado e eu não era tão nobre a ponto de perdoar. João Pedro sabia disso também, mas estava disposto a lutar por nós dois. Eu sabia disso, mas não tinha mais forças para lutar por nosso relacionamento; minha força se esvaiu quando, após ser tão humilhada durante dois meses, descobri que ele tinha uma amante.
O silêncio perdurou. Talvez o mesmo tivesse saído do quarto. Levantei do piso, arrumei os cabelos rebeldes com os dedos, e saí. É claro que ele não iria simplesmente sair do quarto! Sentado na cama, encarando o chão, estava ele. Olhou para mim quando sai do banheiro. Sustentou o olhar.
- Pensei que tivesse saído. - falei num tom azedo.
- Por isso saiu do banheiro? Eu estou mais calmo e não estou mais furioso. - fazia movimentos circulares com as mãos aparentando nervosismo.
- Claro que não está. Por que estaria? Não tem motivos para estar. - continuei de pé afastada vários metros dele.
- Realmente não tenho. Você ainda está com raiva de mim? Por que eu quero pedir desculpas, eu... - falava rapidamente, atrapalhando-se com as palavras. A aflição grasnava nele.
Suspirei derrotada.
- Não. Eu é que peço desculpas. Você tem todo o direito de ficar chateado. Desculpe pelo que fiz. Não foi legal ficar conversando com Leonardo e aceitar ele vir me trazer. Eu não pretendia aceitar a carona, mas achei que se recusasse você poderia pensar mais mal de mim.
Caminhei até a cama e me sentei ao seu lado. João me surpreendeu ficando de pé, logo mais ajoelhado diante de mim. Colocou a cabeça encostada em meus joelhos e suas mãos em minhas pernas. Achei estranha a posição, ele prostrado de joelhos diante de mim.
Mota, levante-se! - pedi. Ele não se levantou.
- Me perdoa Júlia! Eu sou um idiota que só mete os pés pelas mãos. Eu não mereço nada do que você me dá e aqui estou eu tratando-a com rudeza quando na verdade eu deveria dar graças a Deus por você estar comigo. A única coisa nobre que tenho em mim é o amor que sinto por você! - seu discurso foi longo e apaixonado. Fiquei muda com suas palavras. Ele estava exagerando, não estava?
- João... murmurei seu nome sem saber o que dizer.
Ele beijou meus joelhos e suas mãos acariciaram minha pele por cima do jeans das pernas até a cintura, mantendo suas mãos lá. Ergueu seu rosto encarando-me por alguns instantes e então se levantou me beijando num átimo. Deitei na cama e seu corpo másculo cobriu o meu. Suas mãos ficaram em cada lado do meu rosto mantendo minha cabeça parada. Inútil fazer isso, eu não iria resistir a ele, evitar seus beijos.
Sua boca devorou a minha e então seus lábios quentes migraram para o meu pescoço, traçando beijos até a clavícula exposta na blusa branca que usava. Suas mãos se infiltraram por baixo de minha blusa e passearam pelas minhas costas enquanto sua boca beijava meu ombro esquerdo. Logo ele retirou minha blusa deixando-me de sutiã.
Fechei os olhos e gemi quando seus lábios beijaram meu colo, por cima do sutiã. Suas mãos foram para minhas costas e com isso teve acesso ao fecho do sutiã, abrindo-o. Quando retirou a peça, eu me arrastei de costas indo para o meio da cama. Voltou a me beijar, afoito, e não demorou a distribuir seus beijos em meus seios. Minhas mãos foram para seu cabelo, forçando-o a permanecer ali um pouco mais.
Ele não permaneceu; havia muitas outras coisas a serem feitas. Afastou-se e contemplou meu corpo parcialmente despido. Sua mão foi para o botão de minha calça, ele a retirou junto com a peça de baixo da lingerie; os sapatos foram juntos. Puxou me pelos joelhos, levando-me a beirada da cama. Fez menção para que eu sentasse e sua cabeça ficou entre minhas pernas. Mesmo sabendo o que faria, ainda foi uma deliciosa surpresa para mim. Não pude ser silenciosa, meus gemidos poderiam ter sido ouvidos fora do quarto e agradeci por Ana Júlia e Pedro serem os únicos a ocupar aquele andar.
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"The contract" Adaptação Moju
Fiksi PenggemarUm plano mirabolante envolvendo uma jovem pura e um ambicioso empresário. Júlia Mara Franco é envolvida em um esquema criado por João Pedro Mota acreditando que o mesmo a ama, mas a realidade é muito diferente disso. Mota precisava casar para poder...