"Dois Meses De Puro Inferno"

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- Tudo bem. Não precisa ficar assim. Não foi
nada. Olha... - tentei me aproximar e tocá-lo, mas o mesmo levantou-se da cama.

- Devo levá-la a sua casa. A partir de amanhã
começam os preparativos. Você deve estar
descansada. virou-se para mim e sorriu.
Ajudou-me e levantar da cama e logo seguíamos
para minha casa num silêncio mortal.

Eu não entendia a hesitação de João Pedro em me tocar. Será que era realmente tão importante me manter virgem né fazer amor comigo após o casamento? Se não era algo importante para mim, como poderia ser tão importante para ele?
Eu queria perguntar suas reais motivações para não querer me tocar, eu queria conduzi-lo até a cama mostrando a ele que não havia problema algum fazermos amor, mas eu nada fiz.

Desde que ele entrou em minha vida procurei
ao máximo não ser um estorvo. Ignorei tudo que
pudesse incitar a termos uma discussão, como
as especulações que aconteciam na empresa do
suposto caso entre João Pedro e Kate. Como nunca vi nada eu dei de ombros, mesmo que por dentro a insegurança me ferisse. Eu temia que ele fosse tirado de mim, não achava que tinha algurm atrativo que o prendesse a mim.

Qualquer mulher com um pouco mais de carne e grana para se enfeitar poderia chamar a sua atenção e eu seria facilmente descartada.
Eu temia isso mais do que qualquer outra coisa.
Josh tornou-se para mim uma espécie de droga, eu precisava de doses diárias dele para ser feliz.

-Ju -a voz do mesmo me despertou da letargia.

- Ah! O que?-olhei para os lados desorientada. Nós já estávamos em frente ao meu prédio.

- Chegamos, ele sorria, parecia se divertir com
minha cara desnorteada.

- Ah, sim. Então já estou indo. Vemos-nos amanhā, se eu conseguir ter um tempo pra isso. Com toda essa correria de casamento imagino que ficará difícil - falei entre risos.

- Provavelmente. Ana Júlia vai monopolizá-la. Então é melhor nós aproveitarmos agora. - Josh puxou-me para o círculo de seus braços e beijou-me voraz. Era incrível a sensação de ser beijada por ele.
Eu me sentia alheia a tudo. Poderia acontecer um maremoto ou uma explosão e eu não perceberia.

E eu não via a hora de ser inteiramente dele, de ser uma mulher completa. Quando ambos estávamos ofegantes, João me soltou.

-A mudança ficará sob minha responsabilidade.
Amanha venho buscar você e a deixarei com Ana.

-Antes eu gostaria de ir à empresa falar com minhas amigas.

- Tudo bem então. Boa noite meu amor. - Josh disse beijando-me na testa.
Pensei em convidá-lo para subir comigo, mas nada disse. Sai do carro e só entrei no prédio quando o carro de João Pedro desapareceu na esquina. Deixei minhas dúvidas de lado para ser apenas embalada pela felicidade e a certeza de que logo Mota e eu seriamos um só. Era só isso que importava.

Pov's Mota

O tempo passa... Isso é uma droga!
Quando eu dei por mim já haviam passado mais
de dois meses. Dois meses em que tive que aturar ter Júlia como namorada, dois meses do mais puro inferno!

Bom, talvez eu esteja exagerando. A garota não
enchia meu saco, Kate enchia muito mais do que
ela. Júlia não fazia perguntas, cobranças, nada. Era algo estranho. Ela era quase a namorada perfeita, estava sempre sorrindo quando nos víamos, mesmo quando não fazíamos nada de extravagante. Ouso até afirmar que ela estava feliz com esse namoro bolacha de sal que tínhamos. Mas eu não estava.

Eu era homem afinal é precisava de uma pegação maior, para não ter um termo mais adequado para usar. Kate me satisfazia bem, felizmente. Só assim eu conseguia lidar com aquela farsa que era nosso namoro.

Júlia, acatando o meu pedido, manteve tudo em
segredo. Talvez suas duas amigas do trabalho
soubessem, mas felizmente nosso romance não caiu em mais bocas.
Eu não queria que Ana Júlia soubesse
prematuramente que Júlia Franco era escolhida, eu ainda temia que todos os meus esforços fossem perdidos quando eu fosse apresentar Júlia a ela. Minha irmã poderia contar a verdade e Julia poderia terminar comigo, mas vendo como a garota me olhava, como se estivesse contemplando um Deus pagão, acho que talvez ela até aceitasse tal acordo desde que ficássemos juntos.

Foi inevitável conhecê-la melhor. Eu não falava
sobre mim, nunca gostei de falar de minha vida
pessoal, então ela sempre preenchia o silêncio falando sobre sua vida. Fiquei surpreso ao ver que ela conhecia um pouco a dor de não possuir pais.

Ela tinha uma vida sofrida, embora tentasse
não transparecer a dor. Vivia solitária em seu
micro-apartamento, não tinha muitos amigos e
nunca namorou. Comigo ela teve o seu primeiro
beijo e, se eu não estivesse tão decidido a mantê-la virgem, teria sua primeira transa.
Uma parte de mim sentia-se orgulhoso por eu ser o seu primeiro e desejava torná-la mulher (nunca havia tido o privilégio de tirar a virgindade de alguma garota), mas a outra, a relativamente racional, jurara que não iria tocá-la. Era difícil. Não que Júlia me desse tesão, mas qualquer homem fica mexido quando está com uma mulher, mesmo que a mulher não seja tão bela como as que já teve. E Julia Franco, bom, ela não era horripilante, apenas não se
Cuidava.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora