"Desse Jeito Vai Ficar Encalhada"

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- Oi Ana Júlia. - ele diz, era a sua irmā.

Tratei de me ocupar com o meu café da manhā
enquanto ele falava sobre coisas da empresa com
ela, logo eu tinha comido tudo. Mota, ainda ao
celular, chamou o garçom e pediu a conta. Encerrou
a ligação enquanto pagava a conta.

- Desculpe por isso. Minha irmã está na empresa e teremos uma reunião. Vamos ter que ir agora. Uma pena, queria um pouco mais de tempo com você.

-Tudo bem. Eu também tenho trabalho. -
levantei-me e retirei a carteira da minha bolsa
separando os gastos com meu café. Estendi a João Pedro, mas ele recusou com um simples movimento de
mãos.

- Pare com isso Júlia. Você até me ofende desse jeito.
Eu a convidei, não deve pagar por nada.

- Eu não pagarei, se você me prometer que me
deixará compensar isso.

- Pode deixar. - João pegou minha mão e seguimos
para a empresa, enquanto
íamos para lá ele iniciou uma conversa.

- Júlia, tenho um favor a pedir.

- Pode pedir então.

- Não quero que comente com ninguém sobre nós. - ele falou dando atenção a estrada.

Desviei meus olhos e fitei a estrada diante de nós.
O que significava esse pedido? Por que João não
queria que ninguém soubesse de nós dois? Será que
eu era só um passatempo ou..

- Você parece estar aborrecida com o que eu disse.
Não me interprete mau, amor, é que teremos problemas se descobrirem, muita especulação. Eu
não quero interferências externas. Entende?

E eu o entendia. Eu até poderia imaginar as
especulaçoes que fariam. Que eu estava dormindo
com ele não somente por ele ser belo, mas também
para me assegurar na empresa. Eu não me
importaria com nada, mas se isso iria incomodar João Pedro então eu seria o mais discreta possível. Não
estava pensando muito na problemática apontada por Mota, não depois de ouvir a palavra AMOR dos
seus lábios sendo referida a mim.

- Tudo bem. Acho melhor assim. - murmurei.
Com a velocidade com que ele dirigia chegamos
mais cedo do que eu esperava.
Quando cheguei ao meu espaço de trabalho, Bela
saltou sobre mim.

- HEI POR QUE VOCÊ DEMOROU HEIN? TA
ESCONDENDO ALGO DE MIM? O CHEFE VAI
QUERER SUA CABEÇA- ela falou frenética. Eu a
afastei com a mão e sentei em minha mesa ligando o
computador.

- Não estava me sentindo bem.

- Se é assim por que veio? Se eu sentisse uma
simples cólica eu faltava. - disse Bela divertida
enquanto voltava sua atenção para o seu
computador. - O chefe veio aqui, eu disse que você
estava muito doente e que iria se atrasar. Claro que
ele engoliu, ele sabe que você é uma funcionária
extraordinária. Se fosse eu com essa desculpa ainda
que estivesse com um membro amputado ele não
acreditaria, - e Bela voltou a ficar imersa em seu
trabalho e em seu Whatsapp aberto.

Fiquei feliz por ela não me encher de perguntas
como normalmente fazia. Acho que ela só não me
interrogou por que não viu que cheguei ao mesmo
tempo em que Mota.

Durante o tempo em que estive trabalhando me
peguei sorrindo cormo uma idiota. Era inevitável.
Se antes eu já pensava em João Pedro imagine agora? Era
algo compulsivo, meus pensamentos apenas nele.

Felizmente eu consegui trabalhar sem problemas
revisando minhas planilhas para verificar se havia
escrito o nome "João Pedro Mota" entre os dados da empresa.

Eu só parei com o trabalho quando era a hora do
almoço.
Fiquei ansiosa pelo aparecimento de Mota, talvez ele
me convidasse para almoçar com ele ou coisa assim.

Ele não apareceu. Isso me frustrou, mas eu tinha
que ser compreensiva, João Pedro era um homem ocupado
afinal. Fui amuada com Bela e Duda para o
refeitório. Elas conversavam sobre qualquer coisa,
não me dei ao trabalho de dar atenção. Eu estava
terrivelmente carente precisando da companhia de João Pedro. Sei que é meio doentio da minha parte, mas
passei dois anos apenas admirando-o e sonhando
em ser sua, agora que o tinha eu queria compensar
o tempo perdido.

Duda me examinava, ela deve
ter notado que eu estava um pouco diferente,
impaciente, coisa que nunca antes demonstrei para
elas. Bela estava imersa em seus próprios conflitos
para notar algo além dela, a não ser que algum cara
gostoso passasse por aqui pela nossa mesa.
E passei mais horas sem sequer olhar para João Pedro.

-Ai Júlia você nunca aceita nenhum convite
nosso para sair. Desse jeito vai ficar encalhada!
Bela esbravejou enquanto preparava-se para ir, ao que tudo indicava Duda e ela iriam sair com seus
respectivos pares.

- Obrigada. Outro dia talvez. Quero ir pra casa e
dormir. disse fingindo cansaço.
Verdadeiramente eu não estava cansada. Eu estava
ansiosa para ver João. Esperei Bela ir, acenei para
ela e para Duda enquanto as duas seguiam para
o elevador. Demorei-me mais no meu espaço de
trabalho por não saber o que faria. Deveria ir até
o estacionamento esperar por ele? Não, isso seria
muita inconveniência minha. Mas o que eu faria?
Tomada pela indecisäo fiquei mais alguns minutos
sentada em minha cadeira em frente ao meu
computador.

Por fim decidi ir para casa. Mota estava
cansado, eu não iria aborrecê-lo obrigando-o a
dirigir até minha casa, desviando de seu costumeiro
caminho.
Saí pelo elevador de funcionários em direção ao
térreo para pegar minha condução.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora