Liguei o som do carro, uma música suave soava. Não me senti compelido a dirigir com presa. Júlia estava calada, os olhos fechados, relaxada no banco de couro do carro. Eu não sabia bem para onde olhar: a estrada ou minha mulher dormindo.
...
Eu nao sabia o que fazer.
Lá estava ela diante de mim, adormecida. Não sabia se a chamava para irmos para casa ou se ficava diante dela, contemplando-a. Ergui a mão e acariciei seu rosto suavemente. Júlia era linda! Como eu pude não ver a beleza ali antes? Eu a queria, como a queria! Porém eu não a tocaria, naot quando estava tão esgotada.
- Ei amor, acorde. - eu a chamei enquanto ainda a afagava na face. A mesma despertou olhando em volta, desorientada.
- Nossa isso foi rápido. - murmurou.
Apesar de falar e dos olhos parcialmente abertos, ela ainda estava grogue. Provavelmente nem conseguiria ficar de pé.
- Você acabou cochilando. Quer que eu a carregue? - perguntei já me preparando para a tarefa.
- Não. Acho que posso ir andando. - disse.
Eu não acreditava que poderia seguir em pé
no estado em que estava, mas eu a ajudei a sair do carro. Eu fiquei bem ao seu lado, os braços meio virados para a sua direção a fim de ampará la caso não aguentasse andar. Para minha surpresa ela conseguiu caminhar, ainda que lenta, até a porta do elevador. Eu apertei o botão, meus olhos nela. Esperamos... O elevador não deu sinal algum.- Que estranho... - murmurei pressionando novamente o botão; nada.
- Deve ter acontecido algo. Melhor irmos ao térreo. - Júlia disse já seguindo para a escada de emergência que levaria ao térreo.
Eu segui logo atrás temendo que ela despencasse tamanho o seu cansaço. Cada degrau que subia parecia ser um grande esforço. Definitivamente eu deveria levá la carregada, mas a mesma provavelmente não permitiria.
Chegamos ao hall de entrada. Logo avistei Erick, o funcionário que me amparou no dia em que pensei que perderia Minha mulher. Jamais esqueceria sua gentileza para comigo.
Eu ainda tinha seu casaco guardado em meu apartamento.
- Erick. - chamei. Logo Erick virou-se.
- Olá senhor Mota. Boa noite senhora Mota. - Erick nos cumprimentou. A mesma murmurou timidamente um "Boa noite”.
- O que está acontecendo? Tentei ir ao meu andar pelo elevador, mas nada aconteceu. - disse olhando envolta.
- Os dois elevadores apresentaram um problema agora a pouco e estão sendo avaliados por um técnico. Daqui a quinze minutos no máximo estarão liberados para serem usados. Será que o senhor e sua senhora poderiam aguardar um pouco no hall?
- Claro. Nós esperaremos. Vamos amor. - eu puxei delicadamente Júlia pela mão levando-nos em direçao a um espaço do hall com aconchegantes poltronas.
Sentei me em uma poltrona de couro marrom e puxei ela para o meu lado. Franco relaxou de imediato ao sentar. Tinha certeza que não aguentaria chegar ao nosso apartamento quando os elevadores estivessem disponíveis.
- Pode dormir se quiser. Eu carregarei você. - disse a ela. Júlia bufou.
- Eu agradeço a oferta, mas prefiro caminhar. - disse num bico teimoso típico dela.
- Eu sei que prefere caminhar, mas se conseguirá é outra história. Vamos, você pode deitar. - tentei argumentar.
Caro que Júlia não iria ceder, ela nunca cedia.
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"The contract" Adaptação Moju
FanfictionUm plano mirabolante envolvendo uma jovem pura e um ambicioso empresário. Júlia Mara Franco é envolvida em um esquema criado por João Pedro Mota acreditando que o mesmo a ama, mas a realidade é muito diferente disso. Mota precisava casar para poder...