"Acho que estou sonhando. Ser sua mulher..."

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Ofegante, fui conduzida ao altar, meio cega
pela quantidade de flash das câmeras. Não olhei para os lados, para as pessoas que eu conhecia e
não conhecia, para os arranjos florais gigantescos em cada canto da igreja. Eu só olhava pra ele, olhava aquele que eu mais amava a apenas alguns metros de mim. Saber que iríamos, naquele momento, nos unir definitivamente encheu meus olhos de
lágrimas.

Graças a Deus Ana Júlia usou maquiagem
a prova d'água! A marcha típica de casamentos soava pelo amplo espaço sendo tocada por algum pianista em algum lugar. Os murmúrios eram altos, murmúios dos convidados e da imprensa. Eu deveria imaginar
que meu casamento seria um acontecimento pela posição social de João Pedro.

Mas nem mesmo a super exposição que eu estava sofrendo tiraria a magia do momento. Ficamos parados a um metro do altar.
João veio até mim e pegou minha mão ofertada por Pedro, os dois trocaram um olhar sério, tenso, que não entendi.

Ignorei. Nada importava mais do que estava acontecendo, meu casamento, e do que iria
acontecer logo. A mão de João estava quente. Ele segurou com força minha mão guiando-me para o altar ao seu lado onde um padre nos aguardava. Ele parecia seguro. Que ele näo interpretasse minhas mãos trêmulas como medo pelo que estava acontecendo. Nunca estive mais segura!

...

Em meus ouvidos ainda soava o "sim" de João em sua voz musical. Minha visão estava turva pelas lágrimas de felicidade que insistiam em cair de meus olhos. João se manteve sereno, sorridente, durante toda a cerimônia. Agora a voz do padre soava, finalizando a cerimônia.

- Eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a
noiva. - disse com sua voz rouca.
Eu fiquei parada, meus olhos naqueles olhos cor
topázio abrasadores. João Pedro pôs suas mãos em meu rosto e inclinou-se para me beijar. Enquanto os flashes disparavam ele beijava-me calmamente.

Eu me senti plena enquanto era beijada por aquele homem que agora era meu marido. Eu me deixei ser abraçada por ele após o beijo, relaxando em seus braços quentes, fortes. Eu o amava mais do que tudo! Agora sim eu poderia dizer que minha vida era feliz.

Perdi meus pais cedo, tive que me virar sozinha. Foi difícil. Pensei que nunca encontraria a felicidade, mesmo me apaixonando por ele. E então uma reviravolta ocorre em minha vida. O homem que amava, tão inacessível antes, agora era meu esposo. Viramo-nos para nossos convidados, boa parte deles de meu marido e sorrimos.

A salva de palmas foi geral.
Caminhamos até o local onde deveríamos assinar nossos normes acompanhados de nossos padrinhos. Mesmo diante da realidade, ainda custava acreditar em tudo. Como se estivesse sonhando e temesse acordar. Então tudo passou lento ou rápido demais.

Não consegui registrar tudo na memória, aquele
dia inesquecível, como deveria. Eu sabia que iria
me arrepender por deixar as lembranças passarem assim. Eu precisava fixar tudo na memória, mas não conseguia. Quando a realidade cairia? Eu não sabia e não queria saber. Eu vi muitos rostos enquanto
eu e João saíamos de mãos dadas da igreja.

A maioria desconhecidos, amigos de Josh certamente. Eu os cumprimentei cordialmente e também cumprimentei aos meus poucos conhecidos (Duda, Bela e Mike.).

A limusine esperava por nós dois, iríamos para a
casa de Ana Júlia onde ocorreria a festa. Ainda não tinha visto a decoração muito embora tenha me arrumado na casa dela,ela me fez sair pelos
fundos da casa. Ao sairmos de mãos dadas da igreja, os convidados nos bombardearam com arroz. Vi Ana mirando um punhado de arroz em João Pedro e um sorriso perverso no rosto. Tive a impressão que ela queria Mata-lo, mas deixei para lá.

Sentei no banco de couro da limusine e João sentou ao meu lado. O motorista fechou a porta e seguiu para a direção. E então estávamos a sós, algo que há muito tempo não ocoria. Meu coração bateu descompassado e com muito esforço controlei minha respiração.

E se ele quisesse uma caricia mais quente agora,
enquanto ninguém poderia nos ver? Eu o olhei, para o mesmo estava próximo a sua janela, a cabeça encostada no vidro, olhando para fora.
Ergui minha mão e procurei a dele que estava no banco, eu a segurei.

Ele se sobressaltou com meu ato, mas não Ihe dei espaço para que dissesse algo.
Encurtei o espaço entre nós e o abracei relaxando de imediato.

- Acho que estou sonhando. Ser sua mulher... -
murmurei de olhos fechados. Mota envolveu-me em seus braços e senti seus lábios em meu cabelo.

- Obrigado, pelo o que está fazendo.- João disse.
Procurei seus olhos.

-Não precisa me agradecer por uma coisa dessas. -disse em tom de reprimenda.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora