Maratona = (4/15)
Assim que Kate saiu, eu me recostei melhor na poltrona e suspirei. Eu sabia que tinha que ter cuidado com ela. Peguei o telefone em cima
da mesa e liguei para o número do RH, mas precisamente para a sala do homem que cuida das demissoes. Ele atendeu rapidamente.- Você convocou Izabela? - perguntei sem rodeios.
- Ah Senhor Mota! Sim, eu falei com ela. Ela deve estar a caminho. - disse. Nesse momento ouvi batidas na porta, devia ser ela.
- Tudo bem. Ah, quero que cuide de outra demissão para mim.
- E de quem seria senhor? - ele perguntou. Murmurei um "entre" e falei antes que Izabela captasse o teor da conversa.
- Nome é Kate Anderson. - falei e desliguei o telefone.
A gorata ficou em pé diante de mim com um olhar tenso. Eu sorri.
- Sente-se senhorita Fernandes
-. pedi educadamente. Ela veio tensa e sentou se diante de mim.- Boa tarde, senhor Mota. O que deseja de mim? - sua voz era baixa, mostrava sua hesitação.
- Eu serei rápido com a senhorita, pois tenho uma reunião. - disse e joguei diante dela a pasta que Kate arranjou. A mesma olhou para a pasta por alguns segundos.
- O que é isso? - ela perguntou.
- Esse é o motivo de sua demissão. - falei calmamente.
- O QUE? - ela gritou levantando-se da sua poltrona com rapidez.
- É isso o que ouviu. O RH está cuidando de sua demissão nesse momento. Receberá todos os seus direitos e a minha promessa de que a sua falta com a empresa não ficará registrada em sua carteira de trabalho. Eu lhe darei até uma carta de recomendação! - disse debochado.
Levantei da mesa e contornei a cadeira onde estava sentada. Inclinei meu corpo e sussurrei em seu ouvido.
- Achou mesmo que eu não perceberia? Achou mesmo que eu deixaria você tirá-la de mim? Nem você nem ninguém vão tirar o que é meu por direito. - assim que disse, ela levantou se bruscamente e saiu porta afora. Eu sorri enquanto a via desaparecer pelo corredor.
Menos um obstáculo, pensei.
...
- Oi maninho! Ana me cumprimentou. Eu a encontrei na saída de uma reunião.
- Oi Ana Júlia. - disse seguindo para minha sala.
Anaju caminhou junto comigo. Kate ficou atrás conversando com funcionários.
- Eu estava almoçando com a Júlia. Ela está tão diferente! Você percebeu? Está mais bonita e feliz.
- Eu percebi sim.
Entramos em minha sala. Ana Júlia fechou as portas assim que passou por elas.
- Não deveria estar trabalhando maninha? - perguntei enquanto sentava em minha poltrona. Ela ficou de pé próxima a porta, seu olhar sobre mim era estranho. - O que foi? Perdeu alguma bolsa exclusiva de alguma grife famosa? - brinquei enquanto olhava papeis deixados em minha mesa por algum funcionário ou por Kate.
- Você ainda ama a Júlia, João Pedro?
Eu a olhei surpreso com sua pergunta. Ana não tocava no assunto "Júlia e eu" há algum tempo. Isso por que ela não estava disposta a me ajudar, ela dizia que eu não merecia ajuda.
- Que tipo de pergunta é essa?
- Só responda. - estava séria, algo bem atípico dela. Fiquei confuso.
- Amo. Por que a pergunta? - eu queria saber o porquê. Algo me dizia que eu nao iria gostar da verdade. Minha irmã fechou os olhos e sacudiu a cabeça em desaprovação a algo. - Ana Júlia? O que foi?
- Você é um idiota mesmo João Pedro. - dizendo isso ela saiu da minha sala.
Eu não tinha entendido nada.
Conversava com dois sócios que haviam pedido um encontro comigo. Nao havia visto Kate desde
a reuniao anterior e me perguntei se ela já tinha descoberto que havia sido demitida. Estava prestes a falar com os senhores sobre o assunto em questãc quando a porta foi aberta.Júlia.
Bom meus amigos, acredito que será melhor deixarmos estes assuntos para serem discutidos na próxima reunião. Peço desculpas pelo atraso no início deste encontro, mas no momento estou sem o auxílio de uma secretária. disse com os olhos fixos em Júlia.
Ela me olhava com raiva. Pensei no provável motivo para ela estar ali. Deve ter descoberto que demiti a amiga.
- Não se preocupe senhor Mota. Nós é que pedimos desculpas por convocá lo antes de uma reunião oficial. - os dois senhores levantaram. Cumprimentaram me e seguiram para a saída. Eu fi questão de apresentar Júlia.
- Ah, já conhecem minha linda esposa, não é? - apontei para ela.
-Sim. Como vai senhora Mota? - ele a cumprimentou e Júlia aceitou o cumprimento de mão, mas seus olhos raivosos estavam fixos em mim
- A que devo a honra de sua visita? - perguntei voltando a minha mesa.
A pasta com os papeis que provavam os crimes de Izabela ainda estava em cima da minha mesa.
- Sabe muito bem por que estou aqui. falou com irritação. - Mesmo irritada continuava linda!
- Ah, sua amiguinha já fez a fofoca? Veio brigar comigo pelo que fiz com ela, é isso?
- Eu vim para saber o porquê disso? A demissão de Bela é uma nova forma de me atingir?
Júlia era bem perceptiva. Sacou logo que eu fazia isso por sua causa.
- Meu bem, eu tenho justificativa para demití la.
- disse pegando a pasta que Kate conseguiu e a abrindo. - Sua amiguinha faltava com frequência e nunca justificou as faltas, chegava atrasada em certas ocasiões, acessava sites proibidos com o computador da empresa e, como se não bastasse, roubava material de escritório. Como você vê, eu tenho motivos de sobra para demití la, mas não se preocupe. Eu dei a ela uma carta de recomendação.Franco se calou. Claro, ela conhecia a amiga que tinha. Ela sabia que Izabela não era flor que se cheire. Procurou se recompor e quando o fez falou:
- Muitos funcionários fazem isso, por que demitiu só a ela?
- Se você conhece mais funcionários que aderiram à prática criminosa de Izabela Fernandes é só me passar seus nomes e serão demitidos. - esperei. Claro que ela nada disse.
- Por que se incumbiu disso? O RH faz as demissões. - continuou a me questionar. Any sabia que o motivo para a demissão era ela, queria que eu dissesse isso. Eu não diria.
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"The contract" Adaptação Moju
FanfictionUm plano mirabolante envolvendo uma jovem pura e um ambicioso empresário. Júlia Mara Franco é envolvida em um esquema criado por João Pedro Mota acreditando que o mesmo a ama, mas a realidade é muito diferente disso. Mota precisava casar para poder...