"Perderia a única mulher que amei"

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Maratona = (12/15)

Meu coração estava a ponto de explodir. Sem muita esperança de encontrá la, visto que a mesma não respondia aos meus chamados, fui até o seu quarto na esperança de encontrar alguma pista de seu paradeiro.

A primeira coisa que notei foi uma pequena bolsa de viagem em cima da cama. Minha visão periferica captou a luz do banheiro de Any acesa. Quando me virei eu a vi de pé em frente ao espelho, fazia a maquiagem. Vê-la ali tão despreocupada me enfureceu.

Eu quase tive uma síncope acreditando que ela não estava lá! Eu sabia que deveria me acalmar antes de conversar com ela, mas eu nunca fui conhecido pela paciência. Notei que estava usando fones de ouvidos. Eu os arranquei.

- HEI! - esbravejou me olhando com raiva. Ela não era a única que estava furiosa. - POR QUE NÃO ME RESPONDEU? ESTOU CHAMANDO VOCÊ DESDE QUE ENTREI EM CASA! - gritei sentindo meu corpo queimado pela fúria. Júlia me olhou com deboche, como se eu fosse um inseto.

- Seria por que meus ouvidos estavam ocupados com os meus fones de ouvido? - disse.

Voltou a se maquiar. Tratando-me com descaso... Uma rápida olhada no que fazia para constatar o óbvio.

- Vai sair? - perguntei. Ela me ignorou como sempre. Dá para responder?

- Não João Pedro, eu estou me arrumando para jogar banco imobiliário com a vizinha. - falou com sarcasmo.

Tentei me controlar. Agir movido pela raiva não iria me ajudar a convencer a mulher que eu amava a me escolher.

- Com quem você vai sair? - perguntei. Júlia bufou.

- Não é da sua conta para onde vou e com quem. saiu do banheiro guardando o batom na sua bolsa.

Se eu ainda tinha alguma dúvida de que Izabela falava a verdade, a dúvida acabou.

- É dá minha conta sim. Caso tenha se esquecido eu sou o SEU marido. - falei sabendo que era inútil. Não adiantaria, agora, exigir meus direitos de marido, não quando reneguei meus deveres.

- Pena que você tenha lembrado isso tarde demais. - projetou se para ir embora. - Volto na segunda.

Medo.

Se Júlia passasse pela porta, eu a perderia. Perderia a única mulher que amei verdadeiramente, meu vício, minha riqueza. Eu não poderia deixar, não quando ela ainda estava próxima a mim, ao alcance de meus dedos. Sem parar para pensar, eu a agarrei pelo braço parando-a num solavanco. Ela me olhou surpresa, mas não demorou a fúria tomar seu rosto.

João Pedro, solte o meu braço. - exigiu.

Não a obedeci. Eu estava com medo, com muito medo. Eu não queria perdê-la, queria que Júlia fosse minha para sempre.

- Você não vai sair daqui e ir com aquele idiota. - disse. Minhas palavras a surpreenderam.

- Do que você está falando? - perguntou. Sua pergunta me enervou.

- Eu sei muito bem para onde vai, com quem vai e fazer o que. Não vou permitir! Você ainda é a minha mulher! - protestei mesmo sabendo que meus protestos não tinham nexo.

Eu não tinha o direito de exigir nada dela.

- EU SOU SUA MULHER? ESSA PIADA FOI BOAAAA! Agora me solte. E a propósito que coisa feia você ficar me espionando! - o sarcasmo. Sim, eu o conhecia.

Durante muito tempo eu fui sarcástico com ela. Ela jamais veria minha sinceridade, não depois dos meses de teatro que fiz para afastá-la de mim. A imagem de Júlia beijando outro cara veio a minha mente, isso e as palavras de Izabela. Senti a raiva me tomar.

- COMO SE ATREVE A ME TRAIR? - gritei.

Eu estava tão irado que não conseguia parar de me impor, mesmo que há muito tempo eu tivesse abdicado do papel de marido.

- Eu não estou traindo você por que você NUNCA foi o meu marido. Agora pare com essa palhaçada! E a propósito Leonardo não é o meu amante, ele é MEU namorado. Me solta! - Júlia após suas palavras afiadas como facas, afastou se de mim.

Cada palavra doeu como fogo em minha pele, ainda mais por sua afirmação de que o tal Leonardo era seu namorado, não seu amante.

Ela partia, eu não queria deixá-la ir...

Ela caminhava para os braços de outro...

Caminhei a fim de alcançá la e a puxei fortemente pelo braço. Desta vez eu não iria argumentar, eu a pararia.

Não parei para pensar enquanto a jogava contra
a parede prendendo seus pulsos acima de sua cabeça. Enquanto Júlia olhava me com pavor, eu a beijei impetuosamente. Eu estava tão desesperado para me assegurar que ela ficaria comigo que não passou pela minha cabeça a rejeição que sofria naquele momento. Júlia nao correspondia ao meu beijo, mas isso não me fez perder a maravilha que era beijá la.

Cedo demais Ela reagiu empurrando-me.

Ela saiu às pressas, corria, querendo fugir. Cego pelo medo, eu não a deixei partir. Novamente capturei seu braço.

- ME SOLTA! SOCORROOOO! - gritou.

Tentou me afastar e logo percebi que a agressão física havia sido incluída na sua tentativa de me empurrar. Atrapalhamos-nos e isso resultou em uma queda. Arfantes, ficamos parados tentando nos recompor. Claro que se Júlia recuperasse o fôlego ela tentaria me agredir até conseguir fugir, por isso eu tinha que agir. Afastei me e a encarei.

Eu queria dizer tudo, dizer o quanto eu a amava e o quanto eu estava sofrendo. Tantas palavras, mas não disse nada. Será que ela poderia adivinhar o que se passava comigo? Ela ficou parada olhando-me.

Eu nao quis mais esperar. Lentamente me movi para beijá-la, eu queria sentir novamente seus lábios maravilhosos nos meus. Porém o beijo desta vez foi mais calmo, eu não queria assustá-la ou machucá-la. Eu queria que Júlia sentisse através do meu beijo o que eu nao conseguia dizer em palavras.

Movi meus lábios contra os seus enquanto minhas mãos prendiam seus pulsos, ela não estava tentando me afastar ou gritar, mas também não correspondia. A princípio beijá-la sem ser correspondido nao me incomodou, mas agora...

E então o clima foi mudando. Antes era só eu tentando beijar uma pedra, mas pouco a pouco Júlia foi cedendo, abrindo sua boca e recebendo-me.

A alegria que senti enquanto eu vencia, enquanto ela se entregava as minhas carícias, não tinha precedentes.

Explorei sua boca com minha língua, querendo passar a ela a mesma felicidade que eu sentia naquele momento. Afastei me para rir, eu não merecia reação alguma, mas a estava recebendo.

Voltei a beijá-la de uma forma mais ousada rezando para que continuasse a me aceitar.

Agora que eu provei o doce sabor do seu beijo,
eu nao queria mais parar. Eu tinha que dar o próximo passo até chegar ao ápice, eu queria que Franco embargasse nessa loucura comigo. Soltei seus pulsos querendo sentir sua pele macia na ponta de meus dedos, ainda que sobre o vestido que usava. A mesma se arrepiou com o meu toque, nada mais. Eu ia ousando, acariciando-a com minha boca, meus dedos, e continuava parada, aceitando-me.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora