"Aceitaria Uma Carona?"

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- Tudo bem. Não precisa se desesperar. Alguém vai notar o problema com o elevador. - disse com a voz um pouco mais composta.

Oh merda que situação incrívell Estou próxima
de Mota como sempre desejei na pior situação que poderia estar.

- Lamento, deixe-me ficar assim, abraçado a você. Está ajudando. - falou com a voz fraca.
Seu corpo se aconchegou melhor ao meu e ali ele
ficou, quietinho. Meu coração estava tão acelerado que temi ter um ataque.

Não, não agora! João Pedro estava frágil como nunca havia visto e ele precisava de mim. Eu seria forte, ou pelo menos fingiria ser para
mantê-lo calmo. O abracei afagando suas costas,
tentando mantê-lo calmo.

- Vai ficar tudo bem senhor Mota. -
murmurei em seu ouvido sentindo sua respiração se acalmar.
Ele era tão quente, tão macio e perfumado!

Ah, que Deus me perdoasse, mas eu estava adorando aquele infortúnio! Que vontade de lhe dizer o que eu sentia, beijá-lo... O elevador se movimentou. João, sobressaltado, afastou-se olhando desnorteado para os números que passavam. E então a porta se abriu para o saguão. Havia dois seguranças em frente à porta.

- Senhor Mota, o senhor está bem?
A senhorita está bem?- um dos seguranças
perguntou Levantei-me e assenti. João Pedro ajeitou sua gravata antes torta.

- Eu estou bem, estamos bem, certo?- ele olhou
para mime deu um meio sorriso. Eu quase tive um AVC. Não consegui esboçar nenhuma reação.

- Lamento senhor. Nós não sabemos o que
aconteceu com o elevador. - o outro segurança falou.

- Parece que a parada de emergência foi ativada,
mas não sabemos como.

- Está tudo bem. Verifique qual o problema para...-
Mota ficou dando instruções para os seguranças que ouviam atentamente. Eu murmurei um "boa noite" e caminhei para a saída.

Meu Deus, eu tinha abraçado João Pedro Mota,
sentido seu cheiro, seu calor! Eu fui una pessoa
afortunada. Eu poderia morrer e ser uma pessoa
feliz pelo pouco que ganhei.

"Isso Júlia, guarde na memória esta chance que Deus
presenteou a você e somente isso. Você não terá
mais do que isso."- pensei, triste.

- Espera! - uma voz me chamou quando estava
descendo os degraus.
Eu conhecia aquela voz, mas não queria acreditar que era João Pedro a me chamar.

Virei-me após alguns instantes e o vi convergir para mim com um sorriso no rosto.

- Sim?

- Eu não agradeci apropriadamente pelo que fez por mim.

- Não foi nada senhor Mota. Eu não fiz nada.

- Ah, você fez sim! Eu só consegui me acalmar por sua causa. Agradeço por isso, mas... Muito mais do que agradecer eu gostaria de fazer algo por você.
Aceitaria uma carona, Julia? - ele disse com um
sorriso lindo no rosto, voz afável.

Eu não conseguia respirar. Oh cara ele sabia meuu nome! Como? Teria lido no meu crachá?

- E-eu... Eu.. - sim, eu iria gaguejar e irritá-lo. Lá se vai mais uma chance de estar próxima a ele. Eu era patética!
Vamos lá Júlia diga algo descente! DIGA!

- Posso interpretar isso como um "sim"? - ele
perguntou com a voz levemente divertida. Eu me
obriguei a sacudir a cabeça em sinal afirrmativo.

Mota alargou seu sorriso. - Que bom. Vamos até a garagem, meu carro está lá. - ele falou voltando a entrar no prédio da empresa.

Eu o segui me segurando para não desmaiar. Eu
estava sonhando! Eu estava sonhando!
Eu mal conseguia olhar para o caminho que fazia. Não fomos pelo elevador, fomos de escadas para a garagem. O segui silenciosamente. Tudo era surreal. Eu tinha medo de acordar em minha cama e descobrir que nada era real.

Parei ao ver João Pedro diante de seu carro. Um carro espetacular, digno de alguém rico. Era um modelo importado, um Lamborghini alguma coisa. Ele abriu a porta do carona para mim
como um perfeito cavalheiro. Eu entrei bestificada com a série de acontecimentos. Eu estava pegando carona com Mota.

O vi fechar a porta e caminhar graciosamente em frente ao carro. Coloquei o cinto e não toquei em mais nada, tinha medo de quebrar alguma coisa.
João parecia feliz. Feliz com o que? Feliz por estar comigo? Não, ele devia estar feliz por que não morreu em um elevador com um "Quase indigente", só isso.

- Seu nome é Julia, não é? - perguntou
enquanto fechava a porta do carro afivelando o
cinto e ligando o carro.

- Sim, mas... Como sabe?

- Ontem eu a impedi de cair, li seu nome no crachá.
Desculpe, percebi tardiamente que era você. Mais uma vez obrigado pelo que fez por mim.

- Eu não fiz nada. - murmurei e olhei para fora
da janela pelo vidro peliculado.- A propósito... O
senhor está bem?

- Sim, mas me chame de João Pedro. Sou novo demais para ser um senhor. - disse dando atenção a saída da garagem.
Eu fiquei calada. Eu estava tão surpresa que não
sabia o que dizer, como agir.- Obrigada pela carona. - disse.
João Pedro soltou um riso baixo.

- Me agradeça quando estiver em casa. Aliás, onde você mora?

- Ah, claro! Moro aqui perto. Vá para a Rua Aplee
age, minha casa éem um apartamento nessa rua.

- Tudo berm. Você trabalha há muito tempo emn
minha empresa? - perguntou casualmente enquanto
ligava o aquecedor, estava uma noite fria.

- Dois anos. - foi tudo o que eu disse.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora