Fim do dia...
Duda, Bela e eu estávamos na porta da empresa esperando nossos namorados. Não demorou a Gustavo e Gabriel aparecerem no carro do Gu, Bela e Duda entraram no carro. Léo estava logo atrás em sua moto. Pelo visor da moto pude vê-lo piscando para mim. Coloquei meu capacete e montei em minha moto seguindo atrás do carro assim como Ele.
Esse era um programa que fazíamos de vez em quando. Reuníamos nos num barzinho para conversar. Através deste programa eu pude me aproximar ainda mais de Gustavo e Gabriel, podia dizer que eram meus amigos. Era bom ter amigos, era bom ser amada, era bom ser a antiga Júlia.
- Não acredito que você roubou material de escritório de novo Bela! - Duda esbravejou.
- Eu estava precisando de algumas coisinhas e peguei emprestado. Não me olhe como se eu tivesse cometido um assassinato! - Bela rebateu. Fiquei olhando as duas brigando de mentirinha, Leo me me cutucou.
- Que tal uma dança? Ou acha que é mais divertido olhar suas amigas discutirem? - perguntou. Levantei-me.
- Vamos à dança! - peguei sua mão e o puxei para 0 centro do salão, afastado das mesas, para dançar ao som da musica lenta que tocava.
Não éramos os únicos casais a dançar, mas mesmo que nós fôssemos eu não ligava. Abracei Leonardo feliz por estarmos apenas balançando para lá e para cá.
- Pensei em você o dia todo. - murmurou no meu ouvido. - Estava louco para vê-la.
- Eu também. - eu o beijei, entusiasmada.
Voltamos a dançar relaxando com a música, com
o calor do corpo um do outro. Mesmo com o pouco tempo que nós tínhamos eu sentia uma forma empatia com ele. E me peguei com o desejo de que meu caminho tivesse cruzado com Léo antes.....
Procurei não fazer barulho enquanto entrava no apartamento de João Pedro (perdi o hábito de chamar o local de minha casa), mas, mesmo que minha entrada fosse notada, eu não precisava justificar meus atos.
Eu só percebi que havia alguém na sala quando me virei. Mota estava jogado no sofá, segurava uma garrafa de Uísque quase vazia. Olhava para frente. Ainda estava vestido com o terno que escolhera no inicio da manhã.
Eu senti pela sua postura rígida demais que iríamos brigar, mas eu evitaria discussões, como tenho feito desde que Leo e eu estamos juntos. Caminhei para o corredor que me levaria ao meu quarto.
- Aonde vai? - sua voz saiu arrastada e dura. Não me obriguei a olhá lo.
- Para o quarto. - disse numa voz cansada.
- Se divertiu essa noite? - perguntou num tom debochado. Suspirei.
- Sim, como em todas as noites quando saio com meus amigos. Se me der licença vou para o meu quarto. - dei dois passos.
Ouvi o estrondo de algo se chocando contra o piso (ou contra a parede, não sei) e barulho de vidro quebrando. Assustada com o barulho, eu voltei à sala. A garrafa de Uísque que estava nas maos de Mota; agora era uma pilha de cacos. Ele caminhou lentamente, cambaleante, até mim. Seu olhar mostrava uma fúria intensa, deixando-me aturdida. Nao sei o que João Pedro pretendia fazer, se iria dizer algo ou fazer algo, mas ele nada fez. Levou a mao à testa e fechou os olhos, caiu para frente, nos meus braços. Por reflexo eu o amparei.
JOÃO! JOÃO! - Eu o chamei, sem resposta.
Tive de sentar no chão e levar Mota comigo, ele era pesado demais para mim.
"Que merda!" tentei levantá lo e consegui com muito esforço.
O garoto não estava completamente desacordado, cambaleou pelo corredor, mas boa parte do seu peso era eu que carregava. Seu braço estava em meu ombro e um braço meu tentava segurá lo pela cintura. Ele desabou em sua cama quando chegamos em seu quarto.
"Está tão bêbado! O que deu nesse cara para beber tanto?" eume aproximei e o ajudei com as roupas.
Tirei seus sapatos e meias, afrouxei sua calça retirando seu cinto e aproveitei para retirar o paletó e gravata deixando-o apenas de camisa. Após cobri lo com um cobertor sai do quarto.
Era a primeira vez, após muito tempo, que ele agia dessa forma. No entanto sua atitude não me fez sentir nada além de compaixão. Isso era bom, mais uma prova de que meu novo namoro estava me curando.
Tomei um bom banho e escovei os dentes. Não
me importei de comer, estava sem fome por ter comido no barzinho em que fui com meu Namorado e meus amigos. Vesti um pijama de seda marrom, presente de Leo quando fizemos um mês de namoro, e fui para a cama. Um barulho soa pelo meu quarto. Levanto-me e pego o meu celular no interior da minha bolsa.___Ligação_On___
- Oi amor. - digo a Lamar do outro lado da linha.
- Oi amor. E então como está? Chegou bem a sua casa?
Pensei em Mota e no que Leonardo diria se eu lhe contasse do ataque que João teve. Optei por guardar o ocorrido para mim.
- Foi tranquilo.
- Com tudo o que aconteceu essa noite eu nao tive tempo de lhe dizer uma cosia então decidi ligar.
- E o que você tem para me dizer? - sentei na cama.
- Deixe para amanhã quando nos virmos.
- Ah não Leonardo! Começou agora fala! Nao vai me deixar curiosa, vai? - falei num tom ranzinza. Leo riu do outro lado.
- Ok amor. Eu pensei em viajarmos nesse fim de semana. Poderíamos ir a uma pousada que inaugurou recentemente no litoral. Tudo por minha conta, claro. - senti, mesmo não estando diante dele, à ansiedade do mesmo pela minha resposta. Reprimi um suspiro.
- Eu preciso pensar amor. Posso dar a resposta amanha?
- Tudo bem. Pense com carinho na minha proposta, ok? Garanto que não se arrependerá se decidir viajar comigo. - sua voz ainda era afável então não parecia chateado com minhas palavras.
Ficamos mais algum tempinho no celular conversando sobre bobagens até que ele encerrou a conversa ciente de que eu deveria estar cansada e precisando dormir. Fui para debaixo das minhas cobertas e fechei os olhos.
Desde o inicio do nosso relacionamento, Léo manteve certa distância física entre nós. Eu agradeci ao seu respeito, eu não estava preparada para aprofundar a relação e ter um envolvimento físico. Mas o convite dele era claramente uma tentativa dele de fazer uma oportunidade surgir. Eu nao o recriminava por isso, ele tinha a razão. A raiva era direcionada a mim. Eu havia desenvolvido uma espécie de bloqueio após ser rejeitada e não sabia como destruir esse bloqueio.
"Leonardo sabe que eu nunca dormi com Mota, que sou virgem, mas preciso conversar com ele sobre isso." pensei entregando-me ao cansaço.
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"The contract" Adaptação Moju
FanficUm plano mirabolante envolvendo uma jovem pura e um ambicioso empresário. Júlia Mara Franco é envolvida em um esquema criado por João Pedro Mota acreditando que o mesmo a ama, mas a realidade é muito diferente disso. Mota precisava casar para poder...