"O Que Foi? Eu Magoei Você?"

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Pov's Julia

Enquanto Mota dirigia, eu mantinha meus olhos
fora da janela sem ver a paisagem. Um milhão
de coisas passava pela minha cabeça. Mais do
que desacreditar a tudo que me ocorria achando
que estava tendo um sonho, eu não me achava
merecedora de tanto.

Tudo o que pedi desde que entrei nesta empresa e me apaixonei por João Pedro era um olhar, um único olhar
Eu estava ganhando muito mais do que pedi e isso estava me deixando uma bagunça.

- Então.. Perdoe-me pelo que fiz. -ele falou e eu
estaquei.
Ele estava pedindo perdão? O que isso significava?
Ele dirá algo como "eu estava bêbado quando a
beijei"? Isso me deixou tensa. Eu travei. Mota bufou, parecia desesperado com o meu silêncio.

Não demorou a chegarmos ao meu apartamento.
Eu pensei em sair correndo como eu havia feito,
eu estava confusa demais para dizer algo. Não,
eu não poderia fazer isso! Após João Pedro estacionar em frente ao prédio, sem saber se ele iria se incomodar com isso, eu permaneci lá no carro.

O silêncio predominou por pouco tempo. Mesmo
tendo coragem para ficar eu não tive coragem para dizer nada. Só despertei de minha letargia quando ouvi uma risada baixa. Virei-me aturdida e vi Mota sorrindo pra mim.

- Eu acho que deixei sua vida uma bagunça, não? Desculpe-me por isso. Não era minha intenção te prejudicar, mas.. Se eu deixasse para lá eu teria problemas. Deixar essa oportunidade passar seria um erro. Agora... - João ergueu a mão um pouso hesitante e alisou minha bochecha. - Me diga uma
coisa: por que está assim tão assustada, tensa? - eu vi a curiosidade chamuscar em seus olhos. Abaixei a cabeça fugindo de seu olhar e seu toque.

- Eu não sirvo pra você. Eu não sou o seu tipo. Eu
não entendo como, de repente, você passou a se
interessar por mim. Eu não estou assustada eu estou confusa. - eu nem ousei olhar diretamente para ele, mas eu percebi pelo canto do olho que João Pedro relaxava em seu banco, os olhos no pára-brisa sem ver.

- Eu entendo sua desconfiança. De fato é estranho alguém como eu estar interessado em alguém com você. - e suas palavras deram um aperto no meu peito como se ele fosse negar tudo o que tinha falado e feito até agora. - Mas isso é estranho para os outros, Júlia , não pra mim.

Eu tive que olhar para ele. Lá estava um lindo
sorriso nos lábios. Eu não queira mais saber. Que se dane se tudo está errado e eu não deveria ser adequada para alguém do cargo de JOÃO PEDRO GOSTOSO MOTA

Eu ergui minha măo puxando-o pelo
colarinho da camisa e o beijei.
Eu não tinha muita experiência com beijos, João foi a primeira pessoa que beijei na vida. Da primeira vez que senti seus lábios nos meus, eu estava em choque. Não mais. Eu não era ignorante, eu sabia TEORICAMENTE como beijar. Eu tinha visto em filmes, novelas, seriados, desenhos animados, enfim!

Ainda sim fiquei nervosa, queria que o beijo para Mota fosse bom como estava sendo para mim, para mim não estava sendo bom estava sendo glorioso!
Eu não precisei fazer muita coisa, eu apenas puxei ele pelo colarinho e colei meus lábios nos dele enquanto minhas mãos vagavam, incertas do que fazer.

João fez por nós. Uma de suas mãos foram para
minha nuca, afastando os meus cabelos do local
puxando meu rosto para si, colando ainda mais
nossos lábios. A sua outra mão envolveu minha
cintura puxando-me para ele. Eu me perdi, fiquei tão absorva nele que nada fiz. Apenas deixei que ele me guiasse. Ele me obrigou a entreabrir os lábios e permitir que ele aprofundasse o beijo, o que
fiz de bom grado.

Eu senti meu corpo feito esponja enquanto sentia o calor de seu corpo levemente
adocicado com colônia, a maciez das roupas de
qualidade, seus lábios, a língua. E naquele instante eu soube, mais do que em qualquer dia, que eu não iria querer mais nada além dele, só ele.

E aquela resolução, mais do que assustadora, era magnífica.
Deve ter sido por isso, por essa promessa silenciosa de devoção por esse homem, que eu acabei deixando algumas lágrimas me escaparem. Mota deve ter percebido algo, se afastou. Abri meus olhos
evi seus olhos cheios de preocupação por mim,
uma mão alisava minha bochecha, enxugava minha lágrima.

-O que foi? Magoei vocė? Desculpe-me se meu ato a aborreceu eu.. Ok. Acho que eu devo dar um tempo para que você pense.- ele se afastou e posicionou uma das mãos no volante.

-Pensar sobre o que? - eu perguntei
espantada.

-Se você me quer ou não. É isso. - ele disse
enquanto fixava seus olhos nos meus.
Eu parei de respirar. Sai cambaleante do carro.
Merda, eu deveria responder! Eu não deveria
deixá-lo ir, sair assim sem uma resposta! Quem se importa se tudo isso é estranho? João Pedro me percebeu e eu não deveria aproveitar?
Minha resposta ficou presa na garganta. Ele partiu Rapidamente

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora