Maratona = (13/15)
Manhã de domingo. Não tinha que trabalhar e
não tinha nenhum convite para sair então pensei seriamente em ficar o dia inteiro no quarto. Acabei desistindo e fui para o banheiro me preparar para um dia maçante em que eu teria que ficar em casa com João Pedro.“Talvez ele resolva sair, seria ótimo para nós dois." tentei ter esperanças.
Foi com essa esperança que me arrumei já decidida a dar uma volta pela cidade. Fui diretamente para a cozinha sem nem olhar para o quarto dele, queria apenas enfiar algo comestível na boca e cair fora. Estaquei ao ver Mota sentado na mesa da sala de jantar sendo servido por Eli.
- Bom dia senhora... Quero dizer... Júlia. - Eli me cumprimentou.
- Bom dia Eli. - disse, olhei a mesa e peguei uma maçã. Eu me projetei para ir embora.
- Aonde vai? - perguntou. Não me virei. - Nao te interessa! - falei rispidamente.
- Quero falar com você antes de você sumir por aí. - Ele disse. Virei me e o olhei com indiferença.
- Não consigo imaginar um assunto que tenhamos para ser discutido.
- Eu quero que você me acompanhe em um evento hoje. - disse olhando para a sua xícara de café.
- COMO É QUE É? - gritei. João Pedro havia enlouquecido?
- Terá um evento qualquer, receberei um prêmio. Quero que vá comigo.
- Não vou nem morta! Olha só por que ajudei você com a sua estupidez ontem não significa que viramos amiguinhos. Se não quer ir sozinho leve uma puta com você! - esbravejei. Ele então reagiu as minhas palavras, levantou se.
- Eu não quero levar uma puta, quero levar a MINHA mulher! - falou com autoridade. Eu ri.
- Então não é comigo que você deve falar. - virei me para a saída.
- Quanto? - o ouvi dizer.
- O que? - perguntei virando-me para ele.
- Quanto quer para me acompanhar? Além do vestido, jóias, produção, o que for, eu pago para que vá comigo. - ele disse decidido.
Primeiro o choque me manteve apenas olhando-o. Pensei em mandá lo a merda e pronto, encerrar o assunto, mas...
- Duzentos e cinquenta mil Claro que não estou considerando os demais gastos. E você se incumbirá do restante, eu nao quero perder meu tempo procurando um local para me cuidar. - cruzei os braços em frente ao corpo olhando-o presunçosa. João Pedro deu um meio sorriso, sacou do bolso interno da jaqueta que usava seu inseparável talão de cheques e sentou se para assiná lo.
Irritei me. Nao imaginei que ele pagaria tanto, mais o cheque que aceitei de uma vez que ele me pagou para aceitar uma carona eu tinha uma grana e tanto Levantou se e me passou o cheque.
- Eu conheço um lugar ótimo que cuidará muito bem de você. Vamos para lá agora, mas antes iremos em um ateliê para comprar o que você precisará.
- Que seja. - disse indiferente. E eu sabia que, aceitando tal acordo, o jogo entre nós recomeçaria.
Pov's Mota
“Houve uma época em que você implorava pelo meu toque e agora, simplesmente, não tolera o meu toque, nem me olha. Posso saber o motivo da mudança?"
Um erro
"Tem haver com o que eu vi lá embaixo? Com aquele cara?”
Como pude dizer isso?
"Quem era ele Any? A sua nova forma de me atingir?"
Como pude me impor?
"É por isso que tem agido assim? Acha que eu a traio”
Como pude exigir?
Eu havia cavado minha sepultura. Por que eu não conseguia ficar calado e guardar minhas frustrações para mim? Agora Júlia devia estar bufando de raiva. Por que eu nao conseguia dizer "estou apaixonado por você" para ela...?
Ajeitei minha gravata vermelha e peguei meu paletó. Era a manhã do dia seguinte. Já estava tramando como eu me aproximaria dela sem ser agressivo. Não seria algo fácil, eu tinha pavio curto afinal.
Primeiro passei no quarto da mesma só para constatar que ela já devia estar acordada. Fui para a sala de jantar, mas não a encontrei. Ouvi risos na cozinha e segui para lá. Pensei que encontraria apenas as empregadas (Júlia certamente saiu cedo para não me ver), mas me surpreendi ao vê-la sentada na mesa de costas para mim tomando café.
- Ah! Bom dia senhor Mota. - Magdalena me cumprimentou. Ela e sua filha levantaram-se da mesa. Franco não se moveu. - Júlia fez um bolo fantástico agora a pouco. Não deseja provar?
Olhei para o bolo, sobraram três fatias, e olhei para Júlia que parecia rígida como uma tábua.
- Eu ainda não comi minha parte. Ele come caso sobre. - disse rude. Magdalena e Eli olharam na atônicas.
- Então coma a sua parte, querida esposa, e eu como o restante. - falei com deboche sabendo que não tinha como me negar uma fatia, ela parecia estar cheia.
Levantou da cadeira em que estava sentada e
me encarou com indiferença. Sorri esperando pela sua ação. Júlia pegou uma fatia e a enfiou na boca, depois enfiou uma e mais uma sem esperar digerir. Eu acompanhei a sua ação atônico.Era tão desagradável para ela a ideia de eu comer algo preparado por ela? Estaria disposta a se matar com todo aquele bolo enfiado na boca só para que eu não provasse? Com as bochechas cheias ela disse cuspindo farelo por toda a parte.
- Tô indo trabalhar. - falou com dificuldade. Ela saiu rapidamente, iria cuspir em algum canto. Eu fiquei parado e então eu ri, não, gargalhei com vontade.
- Ela é uma piada! - disse enquanto seguia para a saída.
Eu havia ganhado o meu dia só com a peripécia de Júlia.
- Então estes são os únicos itens da minha lista de afazeres? - perguntei a Kate.
- Sim, os únicos itens hoje, mas lembre-se que amanhã você tem um evento para ir.
- Eu sei, premiação pelo meu desempenho como profissional na área de publicidade. - disse olhando meus papeis.
-Vai precisar de companhia. - ela murmurou. Eu já previa o que diria. Ela queria me acompanhar.
- Eu só pegarei o prêmio e cairei fora, não preciso de companhia, disse indiferente.
- Qual é o seu problema Mota? Tem um tempo que você me trata como se eu fosse...
- Como se você fosse uma simples secretária Kate? Mas você é somente isso! - disse ríspido.
- Como assim? João Pedro se você tem algo para me dizer que explique o seu afastamento então explique! Não sou como aquela ameba com pernas chamada Júlia que...
Levantei de onde estava sentado e segurei fortemente o braço de Kate.
- Não ouse falar mal dela. - falei irritado. Kate me
olhou horrorizada.
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"The contract" Adaptação Moju
FanficUm plano mirabolante envolvendo uma jovem pura e um ambicioso empresário. Júlia Mara Franco é envolvida em um esquema criado por João Pedro Mota acreditando que o mesmo a ama, mas a realidade é muito diferente disso. Mota precisava casar para poder...