"Porque Não Esperou Por Mim?"

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- Oi mano! - Ana Júlia pulou em meu pescoço
abraçando-me assim que passei para a sala de
conferência.
Todos ali presentes, chefes de outros setores
da empresa, olhavam abismados para ela. Kate
estava em um canto fazendo anotações e olhando disfarçadamente para mim.

- Pare com isso Ana Júlia. - eu disse afastando-a,
embasbacado pelo seu ato.

- Não seja chato, sou sua irmã fazia tempo que não o via.- ela falou com um rosto triste, falsamente triste
Fiz um cafuné nela.

-Vamos à reunião bonequinha. - falei enquanto
seguia para minha cadeira.
Quando Ana Júlia sentou em seu lugar assumiu
uma máscara de seriedade e responsabilidade.
A garota parecia ter transtorno bipolar ou dupla
personalidade às vezes.

- Bom dia a todos. Perdoem-me pelo atraso.
Comecemos a reunião. - anunciei e todos se
endireitaram mais formalmente em suas cadeiras.

Eu ainda não era o presidente da empresa, não
enquanto não pegasse o que era meu da herança,
mas o fato de ser filho do dono era suficiente para
que eu exercesse tal autoridade. Eu sorri sabendo
que, como meus planos iam bem, logo eu ocuparia
em definitivo a cadeira da presidência.

...

- Nossa, essas reuniões são tão chatas!- Ana
bufou enquanto sentava em minha cadeira.
Estávamos sozinhos em minha sala.

- É bom se acostumar. Você terá sua parcela de
responsabilidade aqui na empresa.

- Deixemos esse papo chato pra lá João. Me diz? Já achou sua pretendente? - Ana  perguntou, a curiosidade em seus olhos era assustadora.

- Estou a procura airnda, mas sinto que loggo
encontrarei. - falei com descaso sentado em uma
poltrona em frente a minha mesa.

- É melhor não demorar. Seu tempo está
acabando. Lembre-se que eu irei avaliá-la então
tenha muito cuidado com sua escolha.

- Eu sei Ana, eu sei. Você será a primeira a saber
quando eu achar alguém que se encaixe no seu
perfil - eu disse tentando não ironizar minhas
palavras. Ana Júlia poderia acabar descobrindo e eu não queria sua intervenção, năo agora.
Que seja. Estarei esperando. - ela levantou-se num átimo. - Eu tenho que ir, muitas coisas a fazer e prometi almoçar com Pedro

- Manda um abraço para ele e diz pra ele que
agradeço imensamente por ter casado com você,
assim não tenho que aturá-la. - disse com zombaria.

Ana me deu lingua antes de sair pela porta.
Levantei-nme e sentei em minha poltrona tentando
relaxar, estava me sentindo cansado. Kate entrou
pouco depois com sua inseparável agenda nas mãos.
Eu suspirei. Meu dia seria agitado.

-Acabou por hoje? - perguntei enquanto vestia meu casaco. Eu estava atrasado, queria levar Júlia para jantar, mas certamente ela me esperava em algum lugar.

-Sim.-Kate veio em minha direção abraçando-me. - Deixe-me adivinhar... Vai fazer companhia pra morta de fome?

-Se você se refere à Júlia ... Sim, eu vou. Não está
nada certo ainda. Preciso fortificar o vínculo que
possuo com ela.

- Até parece que aquela ali recusaria um pedido de matrimônio seu se você o fizesse agora, João Pedro. Não precisa se empenhar para agradá-la.

- Eu não sei não. Ela é estranhae desconfia de
mim, eu posso sentir. Terei que ser cauteloso. - dei um meio sorriso e puxei Kate para meus braços.- Adoro ver você com ciúmes, é bem excitante. Mas sabe, você não precisa se preocupar com a Júlia.
Como se eu fosse trocar você por ela! - eu disse com a voz divertida puxando o rosto de Kate para mim beijando-a.

Naquele momento, sem querer, eu comparei o beijo de Kate com o beijo de Júlia. Kate era impulsiva, experiente, beijava com luxúria, mas Júlia .. Seu beijo era tímido, eu tinha de fazer tudo durante o beijo, mas apesar de tudo era bom e.. Eu disse "bom"? Ok, minha taxa de glicose devia estar elevada fazendo com que eu tivesse pensamentos incoerentes.
Deixei Kate em minha sala dizendo a ela para sair
depois de mim. Fui até a divisória de Júlia . Ela não estava lá. Estranhei. Pensei que ela esperaria na porta do meu escritório como toda a garota afobada  mas não foi isso o que eu encontrei. Fiquei surpreso, ao constatar que nem mesmo na garagem ela estava.

Peguei meu carro e andei vagarosamente. Eu a
encontrei na parada de ônibus. Isso me enervou.
Por que ela não me esperou? Para onde ela estava indo? Tudo bem que não deixei explícito que iria levá-la para casa, mas ainda sim ela não deveria ter saído sem falar comigo. Desfiz minha carranca quando estacionei ao lado dela. A olhei confuso.

- Júlia por que não esperou por mim? - perguntei
amuado.

- Eu não sabia se você estava livre para me levar
para casa. Você esteve tão ocupado hoje. Eu não quis incomodar. - ela disse constrangida.
Tăo altruísta! Afaguei sua bochecha sem perceber.

- Não seja boba. Eu sempre terei tempo para você.
Desculpe-me por não ter feito companhia na hora do almoço, estive ocupado. - e era verdade, estive muito ocupado planejando, por exemplo, como dibrá-la para ganhar minha herança.

- Está tudo bem. Não precisa fazer esforço por mim. Eu me sentiria muito mal se você fizesse algo assim.

- Não importa quando esforço eu faça para estar ao seu lado,eu me sinto muito bem com isso por
isso não se preocupe. - eu me inclinei beijando sua testa e afastei-me dando partida no carro.

- Que tal jantarmos agora? Quero compensar
elo tempo que não ficamos juntos. Conheço um
restaurante ótimo com uma bela vista. - e eu queria ir por dois motivos: estava faminto e Júlia era hilária quando estava em um local pouco a vontade.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora