Maratona = (11/15)
Pov's Júlia
"Houve uma época em que você implorava pelo meu toque e agora, simplesmente, nao tolera o meu toque, nem me olha. Posso saber o motivo da mudança?"
"Tem haver com o que eu vi lá embaixo? Com aquele cara? Quem era ele Júlia? A sua nova forma de me atingir?”
"É por isso que tem agido assim? Acha que eu a traio?"
Por quê? Por que João Pedro agiu de uma forma tão adversa do que ele costumava ser? Por que agiu como um marido ciumento? Ele não era assim então porque ele...?”.
Foi embalada por esses pensamentos que adormeci vencida pelo cansaço.
E na manhã seguinte...
Eu estava me sentindo um pouco melhor e sabia que meu estado de espírito estava ligado a Leonardo. Ele era uma pessoa legal e quando estive com ele esqueci por alguns instantes a angustia que vivia com Mota.
Lembrei me que tínhamos um encontro. Seria bom sair com alguém que não fosse Bela ou Duda. Sair apenas para me divertir e estar com alguém que nao tinha ligaçao com meus problemas seria um alívio!
"Preciso ir trabalhar." - levantei me mais cedo do que o habitual por que eu definitivamente não queria ver João Pedro.
Tomei meu banho, me arrumei de forma caprichosa, peguei meus pertences para o trabalho e saí. Magdalena e Eli já estavam em casa, o café pronto. Olhei o relógio, estava cedo. Fui diretamente para a cozinha.
- Bom dia meninas. - disse. Elas me cumprimentaram, sorridentes.
- Bom dia senhora Mota. - disseram em unissono. Fiquei carrancuda. Eu não gostava dessa alcunha.
- Vamos fazer um acordo: vocês me chamam apenas de Júlia e eu mostro para vocês minha famosa receita de bolo de cenoura. - sugeri.
Então a partir de hoje só a chamaremos de Júlia. - Magdalena disse sorrindo.
- Eu tenho tempo o suficiente para mostrar minha receita, se vocês me ajudarem, é claro.
- É pra já! - Eli tratou de ir logo até os armários separar o que sua intuição dizia que utilizaríamos.
Olhei novamente o relógio em meu pulso, eu tinha tempo de sobra.
- Nossa, este bolo é ótimo! - Magdalena elogiou enquanto se fartava de mais uma fatia. Sua filha Eli estava impossibilitada de falar por estar com a boca cheia de bolo, mas assentiu em concordância com a mãe. Sorri.
- Receita da minha mãe. Uma das poucas coisas que sei fazer perfeitamente. - disse limpando minha boca com um guardanapo de papel. Estava cheia apenas com a única fatia que comi. Magdalena já havia comi três fatias e sua filha Eli estava na segunda. Haviam sobrado mais três fatias. Um barulho nos interrompeu, era alguém que adentrava a cozinha.
- Ah! Bom dia senhor Mota. Magdalena o cumprimentou. Ela e sua filha, num ato respeitoso, levantaram se da mesa. Eu continuei de costas olhando para meu prato.
- Júlia fez um bolo fantástico agora a pouco. Não deseja provar?
Fiquei paralisada. Eu não queria que esse energúmeno provasse meu bolo!
- Eu ainda não comi minha parte. Ele come caso sobre. - disse amarga.
Magdalena e Eli olharam me atônicas com minhas palavras ásperas.
- Então coma a sua parte, querida esposa, e eu como o restante. Mota falou com deboche. - Levantei da cadeira em que estava sentada e o encarei com indiferença.
Ele tinha um meio sorriso nos lábios crente de que ele comeria e tornaria meu bolo, sagrado por ser receita da mamãe, impuro. Peguei uma fatia e a enfiei inteira na boca.
Bebi um pouco de café e rapidamente enfiei a segunda fatia. Minha boca estava cheia e eu não estava com fome, muito pelo contrário, mas eu não o deixaria comer o que eu havia preparado! Por fim enfiei a terceira fatia, ainda digerindo a segunda na boca, e fiquei com as bochechas tufadas pelo excesso de comida.
- Tô indo trabalhar. - falei cuspindo farelo por toda a parte enquanto três pessoas atônicas, contando com João Pedro, olhavam me na certa pensando que eu era louca. (KKKKKKKKKK EU TE AMO NOVA FASE DA JÚLIA EU TE AMO)
Estava claro que eu logo engasgaria e que estava disposta a morrer asfixiada só para não dar nada para ele. Peguei minha pasta e sai controlando-me para não cuspir aquele monte de massa em minha boca.
Assim que passei pela porta, cuspi dentro de um vaso com plantas e segui para o elevador. Não consegui segurar por muito tempo a gargalhada pela cena, a cara de Jp olhando-me com assombro. Mais do que rir para ridicularizá lo, eu ria por que a situação foi divertida.
- Então Leonardo vai buscá-la aqui? Legal! Espero que seu maridinho veja! - Bela falava cheia de maldade. Duda revirava os olhos. Estávamos no refeitório comendo.
- Hmmm... Júlia se estiver fazendo isso só para atingir Josh eu nao recomendo. - Duda comentou.
- Não se preocupe, quero apenas ir ao cinema. Eu não vou me rebaixar expondo Leonardo desse jeito, ele não merece isso.
- Faz muito bem Jú - Duda concordou.
- Faz muito mal isso sim! Maria Eduarda não a incentive a virar Maria mole! - Izabela esbravejou.
- E você não a incentive a ser uma garota de programa! - Duda contestou.
- Ah Duda não enche! - Bela rebateu.
As duas iniciaram uma discussao. Eu deixei para lá e me concentrei no meu Ipod que estava no colo. Eu o liguei e procurei me desligar de tudo ouvindo uma música qualquer. Enquanto ouvia música, lembrei de pegar meu celular e de mandar uma mensagem para Leo confirmando nosso encontro (eu havia durante o trabalho registrado seu número em meu celular). Refleti se minha intenção ao aceitar o convite de Leonardo estava ligado a Mota e com tristeza conclui que ele era o principal motivo para eu ter aceitado.
- Nada bom. - murmurei. As meninas estavam entretidas demais discutindo para me ouvirem.
Fim de expediente. Lá estava eu em frente à empresa no horário marcado esperando por Léo. Duda e Bela estavam em algum lugar me observando. Eu não sabia onde João Pedro poderia estar, pois eu não o vi o dia todo desde o café, mas procurei não pensar muito nele. Agora eu tinha prioridades e minha prioridade era meu divertimento.
"É isso ai! Nada de pensar naquele babaca!” repeti como um mantra em minha mente.
Avistei uma moto encostar se ao meio fio próximo a mim. O ocupante retirou um capacete preto revelando-se. Era Léo.
- Oi, espero não ter demorado. - disse com um sorriso nos lábios que era um pedido de desculpas. Pegou um capacete e o estendeu para mim.
- Não demorou. - sorri colocando o capacete e prontamente me acomodando atrás dele, segurando firma em sua cintura. Ele deu partida, dirigindo bem devagar, mas logo arrancou.
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"The contract" Adaptação Moju
FanfictionUm plano mirabolante envolvendo uma jovem pura e um ambicioso empresário. Júlia Mara Franco é envolvida em um esquema criado por João Pedro Mota acreditando que o mesmo a ama, mas a realidade é muito diferente disso. Mota precisava casar para poder...