"Ela estava até bonita tão desarrumada"

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Peguei-me por diversas vezes imaginando como
ela seria se cuidasse de sua aparência, talvez fosse mais interessante que Kate. Como era difícil Júlia se produzir eu não passava muito tempo fantasiando.

Independente da proximidade que desenvolvera
com Júlia e se ela era bonita por baixo daquelas
roupas feias e fora de moda, eu tinha um plano
traçado.

- Kate, eu estou indo. - disse a Kate enquanto pegava meu celular em cima do criado mudo.
Estávamos em meu apartamento e eu estava pronto para a tarefa mais difícil que meu ego poderia executar: pedir Júlia em casamento.

Estávamos juntos há exatos três meses
e eu havia prometido a ela que a apresentaria a
Minha irmã. Ana Júlia ficou radiante quando lhe
contei que havia escolhido minha pretendente e que eu iria levá-la para conhecê-la, preparou um jantar naquela noite de domingo.

- Por que vai tão cedo? O jantar na casa de sua
irmā não é apenas ao anoitecer? - Kate perguntou levemente aborrecida.

- Quero pedir Júlia em casamento antes do jantar. Além de apresentá-la a Ana Júlia comunicarei o casamento. Minha irmã gosta de Júlia , ela não vai querer estragar a felicidade de dela dizendo que ela será inadequada para mim.

- Em outras palavras você quer colocar sua irmã
em uma sinuca de bico com a tal Júlia? Você
é perverso João Pedro. Deve ser por isso que adoro fazer sexo com você. - falou divertida. Aproximei-me da cama e a puxei para beijá-la.

- Não me tente com seus comentários maliciosos
gata. Posso acabar esquecendo meu compromisso e transar com você o dia inteiro. - falei em seu ouvido mordiscando sua orelha. Kate arfou.

- Uma tima idéia. Por que não faz isso agora?

- Porque eu não vou arruinar todo um esforço por algo que posso ter mais tarde. - a beijei no pescoço e me afastei. - Nos vemos amanhā. - sai sabendo que precisaria ser um bom ator, ainda mais do que fui nesses meses.

No interior do meu carro decidi ligar para Júlia
comunicando que iria visitá-la, a aliança comprada há meses atrás estava no meu bolso. Eu sabia que Júlia diria sim, minha preocupação era com Ana Júlia. Rapidamente alguém atendeu claro que devia ser Júlia.

-Alô?-perguntou ofegante.
Minha mente maliciosa se perguntou o porquê de estar ofegante, mas esse tipo de coisa não colava com Ela. Vai ver estava ofegante por estar limpando a casa.

- Não acredito! Você não consegue ainda reconhecer o número de celular do seu próprio namorado? Amor, assim você me deixa triste. - disse entre risos.
Na verdade eu ria das especulações que minha
mente estava fazendo por ela ter atendido ao
celular ofegante. Teria um Ricardão na história? Eu duvidava!

- Oi amor! - cumprimentou radiante. Nada abalava aquele bom humor dela. - Perdão eu aterndi tão rapidamente que nāo chequei quem poderia ser.

- Bom dia amor. Não me diga que acordei você? -
perguntei, mas já deveria saber que Júlia não era como as outras mulheres que acordavam tarde. Ela devia ter acordado cedo e agora trabalhava. Bom, se eu precisasse de uma empregada eu já saberia que ela preenchia os prérequisitos.

- Não. Acordei cedo e estou limpando o apartamento. - ela disse.
Bingo! Eu sempre acerto o que ela faz.

-Amor, importa-se se eu aparecer agora?-
perguntei. Sabia que não precisava perguntar. Ela não iria se negar para mim.
- Não, claro que não, mas... Pensei que só nos
veríamos ao anoitecer quando
você viesse me buscar para o jantar com sua família.
Por um acaso o jantar foi cancelado?

- Não meu amor, não é isso. Tenho algo importante para
conversar com você e... Bom... Acho que seria melhor
falar antes do jantar. Posso ir até ai?

- Claro . Eu vou me arrumar, espero por você
aqui,

- Então até mais meu amor. Estou ansioso para vê-la. -e estava.
Resolvendo esse problema eu teria minha herança.
Quem se importava com o resto?

-Até mais. - desligou.

Dei atenção ao trânsito. Eu tinha que ser cauteloso
quando entrava na área dos favelados onde Júlia
morava. Definitivarmente após o casamento ela iria morar comigo!

Eu já deveria imaginar que a encontraria nada
sexy como em qualquer outro
dia. Lá estava ela atendendo a porta para mim com uma camisa branca e jeans, os cabelos molhados
e descalça. Se bem que... Aquele jeans ficava bem apertadinho mostrando como eram bem torneadas Suas pernas e..

- Bom dia. - disse dando um selinho antes de
adentrar completamente o apartamento. Sentei-me no sofá.

- Desculpe, não consegui terminar de me arrumar, devo estar horrenda! - reclamou caminhando para o corredor que me levaria ao seu quarto.
Enquanto isso eu a analisava. Incrível que ela estava até bonita tão desarrumada. -Vou terminar de me arrumar e já volto. - disse, mas ao chegar à entrada do corredor, próximo ao sofá, eu a puxei fazendo-a se sentar em meu colo.

- Não seja boba. Está linda como em qualquer outro dia. - eu disse uma mentirinha para melhorar o seu amor-próprio.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora