"Dois injustiçados querendo alcançar seus objetivos"

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Por Deus, se a Júlia se transformasse naquilo eu mandaria a merda a minha parte na herança do meu pai!

-Saco! Por que tenho tantos compromissos hoje?
resmunguei enquanto Kate mostrava minha agenda.

- Por que está assim tão resmungão? Pensei que
estaria melhor após a nossa noite. - Kate murmurou com uma voz muito sensual, isso não foi o suficiente para me animar.

- Não dormi bem. Tive um pesadelo perturbador. - confessei assinando um relatório diante de mim.
Kate minha agenda de cima da mesa.

-E como foi o pesadelo? - quis saber. Dei de
ombros. Eu não ia ficar divulgandoo que se passava comigo.

- Nada năo.- recostei-me melhor em minlha
poltrona. Fechei os olhos. Uma semana para meu casamento. Eu estava tenso, não sabia como executar meu plano, pois não sabia como Júlia reagiria. Senti algo na calça e abri os olhos. Kate estava agachada em frente a mim
abrindo minha calça.

-Kate! O que pensa que está fazendo? - murmurei alarmado. Claro que eu sabia o que ela faria!

-Vou ajudá-lo a relaxar. -murmurou e logo sua boca encontrou meu membro pulsante. Tentei relaxar, mas o prazer proporcionado deixou meu corpo mais tenso.

- Isso! Ahhh! - entreguei-me ao prazer sentindo que logo o orgasmo chegaria.
Kate era maravilhosa com a boca, claro que ela iria me fazer esquecer o pesadelo que tive assim como o casamento que logo aconteceria. E então..Passos. A porta se abre. Júlia. Tô fudido!

-Oi amor.- disse risonha.
Eu estava na merda! Se ela visse Kate ali seria meu fim! Vamos João Pedro, controle-se!

- Não estava com minha irmã ? - perguntei usando um esforço hercúleo para nāo gemer.
Kate em momento algum parou o que estava
fazendo. Júlia não poderia vê-la, ela estava agachada com o corpo voltado para debaixo da mesa. E por que diabos ela estava aqui? Não deveria passar uma semana com Ana Júlia?

- Sim, nós vamos sair. Vim para dar um oi e um
beijo. - disse aproximando-se de mim. Olhei os
passos que dava. Se ela se aproximasse mais...

- Não! Não venha! Fique ail -eu disse e notei
sua expressão confusa. Tinha que inventar uma
desculpa melhor. Pense Mota! Pense! - Estou meio gripado. Nāo quero que pegue!
Desculpa ridícula, eu sei, mas ela iria cair.

- Hmmm... Tudo bem então. Espero que melhore.- disse e rapidamente saiu da sala.
O alívio foi me tomando enquanto ela se afastava. Afastei minha poltrona da mesa e empurrei Kate.

- Ficou maluca? Quase colocou tudo a perder!-
esbravejei ajeitando-me.

- Eu não fiz nada. Não vi nenhuma reclamação
enquanto seu pinto estava na minha boca!- Kate
disse com descaso enquanto se ajeitava. - É então quando vai ser o casamento?

- Daqui a uma semana.

-E a mosca morta virá trabalhar?

- Não. Ana Júlia ficará com ela. Provavelmente eu não a verei durante essa semana.

- Então bem que poderíamos aproveitar bastante enquanto não está casado. - falou com a voz sedutora sentando em meu colo.

- Depois benzinho. Temos trabalho. - eu a empurrei delicadamente.

...

Eu não vi Júlia durante esses dias, mal nos falamos por telefone. Em compensação eu falava com Ana Júlia com frequência. Ela estava sempre me censurando, claro. Já havia sacado meu plano e temia por Júlia.

O que eu não entendia era por que ela não impedia tudo isso? Ela tinha esse poder, mas nada fez. Eu a questionei e ela, ao invés de me responder, sorriu. Eu não entendia aquela
pirralha, mas também estava ocupado demais para tentar entendê-la.

A semana passou rápido regada a trabalho e
mulheres promiscuas. Além de Kate me esquentar (no sentido sexual) eu solicitei prostitutas de luxo. Ora, se eu tenho condições financeiras para arrumar alguma coisa diferente eu irei fazê-lo!

Ana visitou-me para coisas como escolher a decoração e a cor do fraque que iria usar. Deixei em suas mãos este assunto. Eu só iria me manifestar na hora e pagar. Claro que, durante esses dias, minha consciência veio incomodar.

Júlia era boa, simples, uma mulher digna. Ela não merecia o que eu estava prestes a fazer... Mas eu também não merecia ser colocado
na parede pelo meu falecido pai. Então estávamos quites.

Dois injustiçados querendo alcançar seus
objetivos: o meu era pegar a parte que me cabia na empresa e a Julia... Bom.. Não sei muito se aquela garota tem um objetivo. Ah é não poderia deixar de falar sobre o fato de ter realizado sua mudança para o meu apartamento.

Contratei um excelente decorador e equipei seu
quarto com tudo o que alguém como ela precisa.
Pelo menos poderia proporcionar luxo visto
que nada mais iria Ihe dar. Suas coisas foram
organizadas pela minha nova dupla de empregadas. Magdalena e Eli.

Uma mulher de idade e sua filha mais velha (e nada atraente) contratadas para evitar que Júlia bancasse minha dona de casa. Confesso que seria hilário ver Júlia lavando meu banheiro,
mas para afastar o pesadelo que tinha dias atrás
precisava fazer algo. Logo eu estaria casado com ela. Não iria mais voltar atrás. Eu iria pegar o que é meu e descartá-la quando sua função tivesse sido cumprida.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora