Maratona = (6/15)
- E quanto você vai receber? Já sabe? - Duda perguntou.
- Não sei, mas não deve ser muito. Em todo o caso eu vou logo lá. - levantou-se
- Gustavo está lá embaixo me esperando. Vamos sair para comemorar as mudanças boas que estão ocorrendo na minha vida. Ah e vamos marcar algo na segunda para comemorar as mudanças que ocorrerao com a Júlia nesse final de semana! Afinal de contas finalmente sua flor será desflorada e...
Izabela, poupe-nos disso. - Duda disse enfadada. Bela riu e beliscou nossas bochechas.
- Estou com pressa por isso não teremos uma conversa descente. Falo com vocês melhor amanhã. - disse e foi embora acenando.
- Ela parece muito bem.
- Parece sim Duda. E, se Deus quiser, eu estarei com essa mesma felicidade na próxima semana.
Saí mais cedo do trabalho. Fui a uma butique e comprei uma lingerie preta, bem discreta, mas bonita. Tinha roupas para dar e vender em casa então minha preocupação com roupas não existia. Minha bolsa como os pertences que precisaria já estava arrumada, escondida no meu closet. Assim que cheguei a casa coloquei na mala a lingerie e as camisinhas que comprei. Fui diretamente para o banheiro e tomei um banho demorado regado a muitos produtos de higiene pessoal (sabonete, hidratante, produtos para o cabelo). Queria estar perfeita. Queria que a noite fosse perfeita, mesmo com a minha inexperiência. Eu queria apagar todos os vestígios do conto de fadas que não deu certo, minha história com o João Pedro , e criar uma nova historia. Eu iria conseguir isso. Nada poderia dar errado agora.
Sai do banho e fui para meu closet. Vestiria um vestido curto, branco, todo rendado, lindo, e sapatos vermelhos. Aprontei meus cabelos num coque elaborado e coloquei brincos de pérolas. Como a tensao estava ameaçando meu autocontrole coloquei meus fones de ouvido e me deixei levar pela melodia de Chopin enquanto fazia minha maquiagem.
O exercício com música ajudou, assim como se lembrar das palavras de Bela e Duda sobre minha decisão. Todos pareciam de acordo, algo bem diferente de quando decidi casar com Mota após dois meses de namoro.
Mota...
Procurei afastá lo da minha cabeça. Naquele momento de "tudo ou nada" não tinha espaço para pensar nele ou no casamento falido que tive com ele. Voltei a me concentrar na maquiagem tentando destacar meus olhos com uma combinaçao de sombras.
Meus fones foram arrancados do meu ouvido.
- HEI! - esbravejei e encontrei olhos igualmente furiosos me fitando.
Josh estava no meu quarto, ao meu lado.
- POR QUE NÃO ME RESPONDEU? ESTOU CHAMANDO VOCÊ DESDE QUE ENTREI EM Casa! - perguntou aos berros. Eu o olhei com deboche.
- Seria por que meus ouvidos estavam ocupados com os meus fones de ouvido? - disse.
O mesmo calou-se por alguns instantes. Voltei a minha maquiagem um tanto irritada por ele não sair.
- Vai sair? - perguntou. Peguei meu batom no lado direito da bancada e o passei. - Dá para responder? - perguntou com rudeza.
- Não, eu estou me arrumando para jogar banco imobiliário com a vizinha. - falei com desdém.
- Com quem você vai sair? - exigiu. Bufei irritada.
- Não é da sua conta para onde vou e com quem. peguei meu batom na bancada e saí do banheiro. Peguei minha pequena bolsa de viagem e guardei o batom.
- É da minha conta sim. Caso tenha se esquecido eu sou o SEU marido. - falou com autoridade. Reprimi um riso.
- Pena que você tenha lembrado isso tarde demais. - murmurei segurando minha bolsa e seguindo para aporta. Volto na segunda. comuniquei. Eu dei alguns passos e cheguei ao corredor.
Alguém segurou meu braço fazendo-me parar bruscamente. Olhei para ele confusa. O que diabos ele estava fazendo?
- João Pedro, solte o meu braço. - exigi olhando-o
E ele não soltou. Em seus olhos castanhos eu vi algo que até então nunca havia visto: medo. Ainda sim eu mantive minha postura firme.
- Você não vai sair daqui e ir com aquele idiota. disse. - Eu o encarei bestificada.
- Do que você está falando?
- Eu sei muito bem para onde vai com quem vai e fazer o que. Não vou permitir! Você ainda é a minha mulher! - falava com firmeza, mas havia uma pontada de histeria na voz. Eu ri alto, mais alto do que gostaria após ouvir sua afirmação.
- EU SOU SUA MULHER? ESSA PIADA FOI BOAAAA! Agora me solte. E a propósito que coisa feia você ficar me espionando! - o sarcasmo tingia minha voz.
- COMO SE ATREVE A ME Trair? - gritou.
- Eu não estou traindo você por que você NUNCA foi o meu marido. Agora pare com essa palhaçada! E a propósito Leonardo não é o meu amante, ele é MEU namorado. Me solta! - com um safanão consegui me livrar dele.
Dei alguns passos apressados em direção a saída. Novamente João Pedro me puxou pelo braço, mas desta vez não foi meramente para me parar. Jogou me na parede e prensou seu corpo ao meu.
Desnorteada eu o olhei com pavor. O que ele estava pensando? Prendeu meus pulsos na parede, um pouco acima da minha cabeça. Enchi os pulmões de ar para gritar, mas nada pude fazer quando o mesmo me beijou. O choque perpassou meu corpo.
João Pedro me beijava com fúria e tentava ser correspondido. Fiquei paralisada, presa a ele, por alguns instantes até acordar. Quando o fiz consegui empurrá-lo. Minha bolsa já estava caída no chão e com a vontade que eu tinha de ir embora não me preocupei em pegá-la. Tentei correr para a saída, mas ele foi mais rápido e novamente segurou meu braço.
- ME SOLTA! SOCORROOOO! - gritei.
Tentei empurrá-lo novamente, chutá-lo, socá-lo, mas Mota conseguiu me imobilizar por meio de um abraço. Com toda a confusão, eu tentando me livrar dele e ele tentando me impedir de ir, acabamos caindo no chão.
Cansada pelo esforço que fiz, fiquei completamente parada, arfante, sendo prensada por seu corpo. Ele estava igualmente cansado. Afastou se um pouco de mim e me olhou; suas maos segurando meus pulsos acima da cabeça. Novamente eu vi naqueles olhos cor de mel medo por algo, ânsia por algo e a vontade de fazer algo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
"The contract" Adaptação Moju
Fiksi PenggemarUm plano mirabolante envolvendo uma jovem pura e um ambicioso empresário. Júlia Mara Franco é envolvida em um esquema criado por João Pedro Mota acreditando que o mesmo a ama, mas a realidade é muito diferente disso. Mota precisava casar para poder...