As horas se passaram e estranhei a demora de Bela. Decidi procurar Duda, que ficava em outra ala no prédio, e a encontrei trabalhando.
- Oi Duda. - disse chamando sua atenção. Evelyn veio risonha para mim.
Oi Jú! Sentimos sua falta no almoço! Ah, a Bela contou para mim as novidades, estou muito feliz por você.
- Obrigada. Eu também estou feliz com minha decisao. Eve você viu a Bela?
- Não. Eu não a vejo desde a hora em que um funcionário a chamou.
- Um funcionário a chamou? Para onde? - perguntei surpresa.
- Não sei. Izabela foi com ele e tive que voltar ao trabalho. Aconteceu algo?
- Não, não foi nada. Eu vou esperar ela em nossa sala então. Você vai sair conosco hoje?
- Ah, não. Eu tenho trabalho para fazer ao final do expediente e o Gab tambem vai estar ocupado então...
- Tudo bem. Agente se vê depois. - afastei me acenando para Duda.
Algo estava errado, eu podia sentir. Segui para minha sala tentando afastar aquele sentimento de que alguma coisa iria acontecer, alguma coisa ruim.
Felizmente encontrei com Bela na sala. Suspirei aliviada. Isso até perceber o que ela estava fazendo.
- Ei, eu estava procurando por você. Onde esteve? - perguntei enquanto olhava desconfiada para sua atitude. Bela estava de pé diante da mesa juntando seus pertences.
- Eu estava na sala do seu maridinho sendo demitida, Júlia. - ela falou com a voz irritada. Arfei.
- Demitida? Que história é essa? - perguntei.
- Um funcionário me abordou e disse que o digníssimo senhor Mota desejava falar comigo. Quando eu cheguei lá ele me demitiu. O filho da puta nem me disse o porquê da demissão! - com o aumento da raiva ela passou a atirar seus pertences com força no interior de uma caixa. - Ele vai ver! Antes de passar no RH vou roubar tudo o que a minha mão alcançar! - prometeu.
- Espera aí, eu estou confusa! Ele demitiu você? Ele nem é dessa jurisdição para demití la! O cargo dele como diretor executivo nao tem nada a ver com demissões!
- Eu sei disso, mas ele é o dono da empresa então pode me mandar pro inferno quando quiser! Você sabia que ele iria me demitir? - ela se virou para mim e me olhou com fúria.
- Não Izabela. Você sabe que eu não me dou bem com ele, somos como dois estranhos dividindo uma casa. Se eu soubesse eu contaria a você. - ela viu a sinceridade em minhas palavras e se quietou.
- Desculpe-me, claro que você nao tem nada haver com isso. É que eu ainda não digeri a noticia.
- Eu vou falar com ele.
- Não, mesmo que ele mude sua decisão eu não quero continuar aqui. Não quero continuar em uma empresa que é controlada por um cretino como ele! Prefiro trabalhar em qualquer outro lugar!
- Bela, reconsidere sua decisão! Dê-me alguns minutos, ok? Eu vou falar com ele e...
- Jú, obrigada pelo o que está fazendo, mas não. Eu sei o quanto seria doloroso para você ter que ir até ele e pedir algo. Eu vou ficar bem. - sorriu forçadamente enquanto colocava o último pertence na caixa de papelão. - Eu vou para casa. Pena, não vou sair com você e o Léo . Agente se fala depois.
- Eu vi Bela partir. Ela poderia se fingir de forte, mas eu sabia que ela estava muito deprimida.
A raiva se apossou de mim. Eu precisava de respostas e já que Izabela não foi capaz de respondê-las, eu perguntaria direto à fonte. Caminhei a passos apressados até a sala dele e entrei. Havia dois senhores lá, sentados diante de João Pedro. Eu o encarei com raiva e Mota interrompeu o que dizia.
- Bom meus amigos, acredito que será melhor deixarmos estes assuntos para serem discutidos na próxima reunião. Peço desculpas pelo atraso no ínicio deste encontro, mas no momento estou sem o auxílio de uma secretária. - dizia aos homens com os olhos fixos em mim.
Fiquei surpresa em saber que ele estava sem secretária, onde Kate estava? Cruzei os braços em frente ao corpo e bati insistentemente os pés.
- Não se preocupe senhor Mota. Nós é que pedimos desculpas por convocá-lo antes de uma reunião oficial. - os dois senhores levantaram. Seus rostos eram familiares. Talvez os tenha visto no evento que fui com João Pedro a mais de um mês atrás.
Os senhores se levantaram, cumprimentaram jp com um aperto de mão e caminharam para a saída. Ele, a fim de me provocar, disse:
- Ah, já conhecem minha linda esposa, não é? - apontou para mim. Tive de contar mentalmente até dez para não pular nele.
- Sim. Como vai senhora Mota? - um dos homens disse. Estendeu a mao para me cumprimentar. Eu ofereci minha mão para um cumprimento, mas continuei a olhar para João Pedro. O homem ficou constrangido com minha atitude, mas eu não liguei. Logo os dois saíram fechando a porta atrás de si. Mota me olhou com deboche.
- A que devo a honra de sua visita? - perguntou voltando a sua mesa.
- Sabe muito bem por que estou aqui.
- Ah, sua amiguinha já fez a fofoca? Veio brigar comigo pelo que fiz por ela, é isso?
- Eu vim para saber o porquê disso? A demissão de Bela é uma nova forma de me atingir? - procurei controlar minha voz, mas estava sendo difícil. A qualquer momento eu perderia o controle.
- Meu bem, eu tenho justificativa para demití la. sentou - se em sua mesa e pegou uma pasta branca que estava em cima de sua mesa; ele a abriu. - Sua amiguinha faltava com frequência e nunca justificou as faltas, chegava atrasada em certas ocasiões, acessava sites proibidos com o computador da empresa e, como se não bastasse, roubava material de escritório. Como você vê, eu tenho motivos de sobra para demití - la, mas não se preocupe. Eu dei a ela uma carta de recomendaçao.
Fiquei em silêncio por alguns instantes, por fim sabia o que dizer.
- Muitos funcionários fazem isso, por que demitiu só ela?
- Se você conhece mais funcionários que aderiram à prática criminosa de Izabela Fernandes é só me passar seus nomes e serão demitidos. - falava num tom presunçoso. Fiquei calada.
- Por que se incumbiu disso? O RH faz as demissões.
- Tédio. - disse num dar de ombros. Eu sabia que aquela não era uma simples demissão, mas não tinha como argumentar com ele.
MALDIÇÃO!
- Mais alguma cosia querida? - ele perguntou.
- Tudo bem. Eu não vou misturar o pessoal com o profissional. Se for o melhor para a empresa então tudo bem. - disse e sai batendo ruidosamente a porta.
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"The contract" Adaptação Moju
FanfictionUm plano mirabolante envolvendo uma jovem pura e um ambicioso empresário. Júlia Mara Franco é envolvida em um esquema criado por João Pedro Mota acreditando que o mesmo a ama, mas a realidade é muito diferente disso. Mota precisava casar para poder...