"Quanto mais eu me aproximava dela, mais vulnerável eu ficava"

64 2 0
                                    

- Você não gostaria de jantar lá em casa? Não se
preocupe, eu cozinho bem o suficiente para tornar minha comida comestível. - Júlia sugeriu. Eu fiquei surpreso, mas decidi aceitar.
Ida a sua casa? Estávamos ficando íntimos mesmo!

- Você cozinhará para mim? Que honra! Claro que aceito, mas... Não será um incômodo? Você deve ter tido um dia igualmente cansativo. Eu não quero dar-Ihe este trabalho.

- Imagina! Eu quero compensá-lo. - ela disse alegre.
Bem, se era para criar laços mais fortes com ela, eu iria comer a gororoba.

- Tudo bem então.
Paramos e comprei uma garrafa de vinho em um supermercado, era para tirar o gosto do grude que ela iria preparar.

...

- Nossa, isso está muito bom! Melhor do que muitos pratos preparados pelos chefes mais habilidosos! - eu elogiei realmente surpreso. A comida era boa eo
vinho ajudou a descer bem.

- Fico feliz que tenha gostado. Eu pretendia fazer
algo mais elaborado, mas..

-Imagina está ótimo. - disse repetindoo prato
deixando de lado a boa etiqueta, ou pelo menos
parte dela.

- Este é um bom lugar para morar. Bem arejado,
limpo.. Com um toque seu fica perfeito. - comentei
casualmente enquanto analisava o pequeno
apartamento. Ainda sirm não era o tipo de
Lugar que eu moraria.

- Obrigada.

- Mora aqui há muito tempo?- perguntei curioso.

- Não. Logo que me formei em contabilidade e vim
para cá eu adquiri esse apartamento então tem só
uns dois anos. - disse enquanto pegava a louça suja.
Eu a ajudei.

- Deixa que eu faço isso. Definitivamente não
vou querer sua ajuda ao lavar a louça. - Júlia disse.
Apenas deixei os pratos na pia e fui me sentar.
Ainda bem que ela dispensou minha ajuda, eu não
sabia nem colocar o sabão na esponja, literalmente.

- Tudo bem, hoje passa, mas da próxima eu ajudo.
- falei para parecer educado. - Seus pais moram
em outra cidade? - perguntei querendo conhecė-la,
descobrir seus pontos fracos e investir pesadamente.

- Eles morreram há algum tempo. - disse. Eu
estaquei. Ela não tinha os pais também?

- Sinto muito. - disse, pouco a vontade. Eu estava me
sentindo vulnerável e odiava isso.

- Tudo bem. Faz algum tempo, eu já superei. - ela
falou parecendo não se abalar.

- Mas ainda deve ser um tema difícil de conversar.
Pelo menos comigo é assim. - e lá estava eu dizendo
coisas minhas que não deveria. Eu devia conhecer Júlia e não ela me conhecer. Decidi encerrar o assunto.

- Eu soube, por funcionários da empresa, que você perdeu os pais. Eu sinto muito. Sei bem como é isso. Pelo menos você tem a Ana Júlia sua irmă. Eu era filha única e meus pais não tinham parentes próximos então eu meio que fiquei são após a morte deles. - Júlia continuou o assunto pegando-me de
surpresa.
Eu podia sentir a dor em sua voz. Ela ainda sentia a dor da perda como eu sentia. Minha garganta apertou. Eu me levantei e me encostei a ela, murmurei em eu ouvido:

- Mas você tem a mim agora.
Eu a abracei puxando-me para mais perto. Eu a
beijei na testa, nas pálpebras, sem saber o que eu fazia, se era fingimento meu ato ou era algo real. Não parei para pensar, apenas agi. Meus lábios foram percorrendo seu rosto e Júlia não protestou com nada. Seria fácil, muito fácil, conduzi-la até cama e possuí-la.

E pensei: por que não? Eu
não havia feito nada com Kate e Júlia estava até
comestível.

- Eu sempre te amei, desde a primeira vez que o vi na empresa. - ela disse e eu estaquei.O que ela havia dito? Que me amava? Eu estaquei.

- Eu preciso ir. - disse sem mais delongas.

- Espera. O que foi que eu fiz?-Ela perguntou
enquanto eu pegava meu casaco em cima de um
dos sofáseovestia. Eu precisava sair dali o quanto
antes, eu não queria olhá-la e sentir o que eu sabia
que sentiria.

- Não fez nada, claro que não!- eu disse
preocupado.
Eu a beijei e logo mais saí. Eu sei, eu estava
queimando meu filme agindo assim, mas o que
eu poderia fazer? Quanto mais eu me aproximava dela, mais vulnerável eu ficava, mais meu lado
emocional afloravae eu odiava isso.

"Eu amo vocé. João Pedro"

A frase vinha potente enquanto eu seguia de carro
pelas ruas. Eu iria destruir a garota, era isso que iria
acontecer. Ela era muito pura, se eu continuasse não
iria sobrar nada. Mas ainda sim...
Era um caminho sem volta.
Eu estacionei em frente a uma joalheria e fui
diretamente ao balcão. Eu já era cliente VIP de lá,
sempre comprava algo para Ana Júlia ou para Kate.

- Bem vindo senhor Mota! Ě um prazer
ve-lo novamente! o atendente de sempre me
cumprimentou esfuziante.

-Olá, eu quero que me mostre os modelos de
aliança que possui. -falei com um meio sorriso nos lábios.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora