"Eu preciso... Preciso parar..."

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Maratona = (7/15)

O que seria esse algo? O que João Pedro queria de mim afinal?

Eu encontrei algo no seu olhar, um sentimento escondido. Um sentimento que eu já havia experimentado por ele. Será que Mota estava...

Eu vi em seus olhos a sua intenção, mas desta vez eu não fiz nada. Não tentei afastá-lo de mim quando inclinou-se e me beijou agora de uma forma mais calma que a primeira. E eu não protestei.

Por que eu não estava impedindo aquilo? Por que eu estava permitindo que ele continuasse deitado sobre mim, beijando-me?

A resposta estava diante de mim, mas eu me recusava a acreditar. Seria possível, após tudo
o que ele fez, eu ainda amá-lo? Eu me assustei quando constatei que essa era a verdade que eu quis negar durante todo esse tempo.

E contrariando aos meus princípios, contrariando a razão, ao invés de empurrá lo e seguir meu caminho eu fui correspondendo a ele. Fui permitindo que João Pedro explorasse o interior de minha boca com sua língua e que seu corpo pesasse completamente sobre o mim.

Mota afastou se; um sorriso nos lábios, os olhos fechados. Isso foi só por alguns instantes. Voltou a me beijar com mais ânsia que anteriormente, de um jeito tão intenso, tão... Prazeroso.

Confiante de que eu não iria fugir, soltou meus pulsos (seus lábios ainda nos meus) e suas mãos deslizaram por toda a extensão do meu corpo. Minhas mãos, agora livres, migraram para a sua nuca, para os seus cabelos, segurando-os entre meus dedos. Uma parte de mim gritava para parar, para seguir meus planos, mas eu não o fiz.

Por que eu queria aquilo, eu queria ele. Eu o amava. Eu sempre o amei.

Leonardo foi apenas um meio de esquecê-lo, um meio ineficaz; constatei.

E eu soube mais do que nunca que tudo estava acabado. João Pedro Mota havia vencido. Acho que sempre soube que nessa disputa estipulada por ambos eu iria perder. Eu sempre fui fraca. Mesmo agora eu já não poderia negar o que eu queria.

O que eu queria era ser beijada com delicadeza por ele como agora, apenas por ele, seus lábios estavam ainda mais macios sobre os meus do que antes, e eu queria ser acariciada por suas mãos fortes que tocavam meu corpo, Jp nunca me tocou daquele jeito até agora.

Rendida

Eu estava rendida pela doçura que mostrava para mim. Fechei os olhos e me deixei levar pela excitação, pela emoção do momento. Esqueci a racionalidade e voltei a ser a Júlia sonhadora, ávida pelo seu príncipe encantado. E eu que pensei que aquela Júlia não mais existia... Como foi fácil trazê-la à tona!

Senti o peso dele sumir de mim, ele havia erguido parte de seu corpo. Continuei imóvel, os olhos fechados, esperando pelo que viria a seguir. Durante alguns segundos senti o frio da noite chocar contra meu corpo (Ele havia se levantado) e então o chão desapareceu abaixo de mim.

Quando abri os olhos João Pedro me deitava em sua cama e novamente cobria meu corpo com o seu. Ergui minhas mãos e coloquei em seu rosto, queria empurrá-lo, queria sair dali. A momentânea racionalidade foi novamente sufocada por um ato. Acreditando que meu ato era uma carícia, Mota pegou uma de minhas mãos e levou aos seus lábios beijando a palma. Novamente me senti amordaçada para fazer algo.

- Júlia... - murmurou meu nome com doçura e inclinou se para me beijar.

Atada

Eu não conseguia rejeitá lo. Fechei os olhos e me entreguei ao beijo, correspondendo timidamente a sua carícia. Em alguns momentos ele se afastava, mas voltava para mim.

Curiosa, eu abri os olhos e notei que ele tirava
suas peças de roupa. Um arrepio perpassou meu corpo quando notei o que nós faríamos. Eu iria me entregar a ele? Daria a ele a pureza que prometi dar a Leonardo?

- Ah! - arfei ao sentir que João Pedro migrava seus lábios para o meu pescoço, leves mordiscadas no local.

Ele começou com um passeio ousado beijando meu rosto (pálpebras, bochechas, ponta do nariz, lábios), descendo pela minha mandíbula, chegando a minha orelha (mordiscou) e descendo pelo meu pescoço até o meu ombro direito.

Suas mãos passeavam pelo meu corpo por cima
das roupas sem pressa alguma de uma carícia mais ousada. Ele sabia que havia vencido e que eu não resistiria então por que apressar a consumação? Abri os olhos e mesmo na semi-escuridão do quarto pude ver que o mesmo  havia tirado o casaco, seu terno, o colete e estava vestido apenas com a camisa preta de botoes, calças e sapatos.

Mota me olhou como quem pedia permissão para seguir adiante na sua empreitada. Eu continuei parada fitando-o. Eu não estava dando consentimento a nada, mas também não estava mostrando que não queria.

Ajoelhou-se na cama e, enquanto fazia isso, desceu suas mãos pelo meu corpo. Aproximou se dos meus pés e retirou o salto alto que eu usava. Com meus pés expostos, João Pedro inclinou-se para beijá-los e foi seguindo um caminho de beijos pelo meu corpo ainda vestido até chegar aos meus lábios.

O vazio

Embora meus olhos estivessem parcialmente abertos, eu não via nada. Como se uma escuridão toldasse minha visão. Seria essa escuridão o meu futuro? Era bem provável. Ouvi o barulho de tecido atritando-se com pele. Ele terminava de se despir. Continuei imóvel encarando o teto sem querer me situar, rezando para a racionalidade não me encontrar ou eu iria enlouquecer.

O barulho do zíper do meu vestido chamou a minha atenção. João Pedro mantinha seus olhos em mim, parecia temeroso com a minha ação. Foi deslizando meu vestido, retirando-o por baixo, até eu ficar apenas de lingerie.

Não contente apenas em ver, ele acariciou meu corpo com a ponta dos dedos parecendo fascinado com algo. Ficou perdido em pensamentos, os olhos fora de foco enquanto estava sentado próximo a mim. A mão acariciava despreocupadamente minha barriga.

"Eu preciso... Preciso parar..." a mente ordenou, mas o corpo não obedeceu.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora