"Estava se tornando uma situaçao insustentável! "

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Maratona = (1/15)

Leonardo veio me pegar ao final do expediente. Eu já estava montada na moto quando ele veio até mim. Não cheguei a descer da moto, apenas arranquei e seguimos para o restaurante de sempre. Procurei ser simpática, mas estava mexida demais com a demissão de Bela. Ele percebeu que eu estava aborrecida com algo, mas até fazermos o pedido da comida ele não tocou no assunto. Quando fizemos os pedidos para uma garçonete o mesmo se manifestou.

- Você parece triste.

- Impressão sua, eu estou bem. - tentei sorrir. - Claro que não o enganei.

- Está assim por causa da Bela? - ele perguntou. Estaquei.

- Como você sabe?

- Ela ligou para o Gu e ele me contou. Gustavo deve estar com ela agora. Uma pena o que aconteceu, mas não se preocupe que nós conseguiremos um emprego para ela na nossa empresa.

- Espero que consigam caso o contrário vou me sentir culpada por um bom tempo!

- Por que? Acha que é sua culpa a demissão dela?

- Eu não acho, eu tenho certeza! Bela foi à única funcionaria demitida e por que João Pedro fez questão de demití la pessoalmente? Tudo isso é muito estranho e a única forma de compreender a situação é atribuir a culpa a mim. - Leo ergueu a mao e a esticou para poder tocar meu rosto.

- Não fique assim, meu bem. Não quero que fique triste se culpando, colocando mais peso ao seu fardo. Izabela vai ficar bem, eu garanto. Agora vamos relaxar, ou pelo menos tentar.

- Tudo bem. Eu não liguei para você para ficar me lastimando pelo que aconteceu. Eu tenho boas notícias. - eu disse sorrindo.

- É mesmo, você queria me dizer algo. E então? -  me olhava ansioso.

- Vamos viajar nesse fim de semana. - e ao proferir essas palavras o garoto a minha frente sorriu radiante.

Interrupção da Autora:
(kkkkk não vai não amor)

- É sério? Vai viajar comigo?

- Sim. E essa não será a única coisa que farei. Após essa viagem eu vou me divorciar do João Pedro. - eu não olhei para Leonardo. Fitei a mesa a tempo de ver meu pedido ser colocado diante de mim pela garçonete.

- Eu espero que sua decisão não seja por que você está se sentindo pressionada por minha causa.

- Não , eu quero fazer isso por mim mesma. Eu já passei tempo demais naquela casa, não há por que continuar lá agora que tenho você. - não sei o  que ele viu nos meus olhos, mas ficou feliz com minha declaração. Eu sabia que minha convivência com João Pedro o incomodava antes mesmo de termos algo. Já estava mais do que na hora de tomar o próximo passo.

Eu não fazia isso por ele, mas por mim.

- Então eu vou preparar tudo para a nossa viagem no sábado. Podemos ir ao teatro antes de sairmos para a pousada. O que você acha?

- Pra mim está ótimo. Agora vamos comer por que eu estou faminta! - falei divertida dando atenção à comida, tentando não pensar no que iria acontecer daqui a alguns dias.

Leo não partiu assim que chegamos em casa, foi comigo até a garagem.

Estacionei em frente ao carro de João Pedro.

- Vai ficar tudo bem? - ele perguntou parecendo preocupado. Enlaçou me pela cintura.

- Claro que vai ficar bem, por que não ficaria? - envolvi o pescoço dele e o puxei para beijá-lo.

Estar com Leonardo era ótimo, eu me sentia bem estando em seus braços. Um sentimento de segurança. Eu já senti tal sentimento antes, mas fui apunhalada por aquele em que confiei. Seria assim com Léo? Ele também me trairia como Mota traiu?

- O que foi? - perguntou. Eu o abracei mais forte querendo afastar os pensamentos angustiantes.

- Nada. Eu queria ficar assim o restante da noite, abraçada com você. murmurei enquanto apreciava o calor, o cheiro, tudo o que vinha do mesmo.

- Um pouco de paciência para nós dois. Após o sábado tudo vai se resolver e, caso Bela não desocupe seu apartamento a tempo, eu adoraria que você ficasse comigo no meu apartamento. - murmurou tão baixinho que somente eu poderia ouvir. Eu assenti.

- Vai ser logo. - eu me afastei e fiquei na ponta do pé para beijá lo.

Beijar ele era bom, afinal de contas eu gostava dele e muito. No entanto sempre que eu o beijava eu sentia que havia algo que estava faltando, uma peça do quebra-cabeça que era a minha vida. Quando eu sentia falta desta peça, era tomada por dúvidas.

"Nao! Nao é hora de fraquejar! Eu já me decidi e não pretendo voltar atrás!"minha mente gritou para o restante de meu corpo.

Leonardo era meu Sol, meu porto seguro. Eu precisava acreditar nisso para me libertar.

Vi se afastar, ele estava feliz com minha decisao. Fui para a casa de João Pedro enquanto pensava em como iria executar meus planos. Mota não iria discordar do divórcio, era tudo o que ele parecia querer desde o nosso casamento.

Segui para casa sabendo que tudo se resolveria em poucos dias e isso era um alívio.

Pov's Mota

Otimismo. Eu sempre cultivei este sentimento, ou talvez fosse à prepotência que me guiava. Aquela manhã após o evento havia sido desastrosa. Júlia me ignorou o dia inteiro. Eu entendia sua reação, eu a havia magoado e merecia seu desprezo. O problema é que eu pensei que sua ira duraria por apenas um dia.

No dia seguinte eu cumprimentei ela.

- Bom dia. - disse. Júlia me ignorou. Procurei ser ruidoso enquanto sentava me para degustar do café. - E entao, vai fingir que eu não existo agora? - resmunguei. Ela sequer me olhou.

E no dia seguinte mais desprezo. E no dia seguinte também. Ela fingia que eu não existia. Quanto mais eu impunha minha presença, mais eu me sentia um nada quando estava proximo a ela. Estava se tornando uma situaçao insustentável! Tão insustentável que, para suprir aquela carência, fiz uma burrada.

- João? - Kate perguntou quando me viu em sua porta naquela noite.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora