"Que ótima noite eu estava tendo!"

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Mais uma vez ela me surpreendia e eu fiquei simplesmente parado, sem saber o que fazer. Eu sabia lidar com muitos tipos de pessoas, inclusive deprimidas, mas não sabia lidar com esta nova persona que havia tomado o corpo da antiga Júlia.

Um surto passageiro? Nao, eu não achava mais.

Ela saiu sem dar explicações exatamente como eu costumava fazer, como eu costumo fazer. Estaria Júlia tentando agir comigo como eu agi com ela? E se era essa a verdade, ela iria até o fim? Até onde eu cheguei com Kate e tantas outras? Eu esperava que não.

"Dane-se! Ela faz o que quiser!" pensei seguindo para o meu quarto.

Pensei em convidar Kate para ficar me fazendo companhia, mas a ideia não vingou. Tomei um bom banho, comi uma bobagem qualquer, bebi um drink preparado por mim, escovei os dentes e fui para a cama. Pensei que dormiria tranquilo, mas o sono me faltou. Só consegui dormir por que peguei um livro qualquer e me pus a ler. Rapidamente peguei no sono.

Onze e vinte e quatro da noite, Meia noite e dezesseis

Uma e quarenta e um da manhã, Duas e cinco da manhã

Três horas e vinte e um da manhã...

O despertador digital me despertou. Eram sete e cinco da manhã. Domingo. Hoje a empresa não abriria como em todos os outros domingos, mas não significava que eu nao trabalharia. Quando se é o sócio majoritário de uma empresa de sucesso, todo « dia é dia de trabalho.

Uns minutinhos na cama não vão me matar... murmurei fechando novamente os olhos.

Eu estava me sentindo exausto embora tenha dormido relativamente bem. Fiquei satisfeito que a situação de Franco não tivesse me tirado o sono, de novo. Prolatei por mais alguns minutos na cama. Eu teria ficado lá por mais tempo se a curiosidade não estivesse a mil dentro de mim. Levantei pegando e vestindo meu hobby de seda preto.

Fui até o quarto de Júlia crente de que eu a encontraria adormecida e seminua, debaixo das cobertas, como ontem. Abri lentamente a porta, ma o que vi me surpreendeu enormemente.

A cama dela estava feita. Caminhei apressado e vasculhei todo o meu apartamento, mas não a encontrei.

Ela não dormiu em casa? perguntei para mim enquanto minha mão ia para a cabeça.

O que aquela pirada teria feito?

Pov's Júlia

Quando olhei o interior do carro senti que algo não havia saído de acordo com meus planos. Bela disse que apenas nós duas sairíamos e agora lá estava eu com um casal e um rapaz.

Ao menos eu teria a companhia do rapaz, pensei. Izabela tagarelava como doida sobre alguma coisa da empresa. Gustavo a ouvia, ou pelo menos fingia ouvir. Fiquei calada ainda pensando em Mota, no modo como me olhou...

- Não me apresentei ainda, não é? - o rapaz ao meu lado falou. Virei me para ele.

- Sim? perguntei confusa por ele ter falado comigo.

- Ah, Júlia, quase me esqueci. Este é o Leonardo, colega de trabalho do Gustavo. Estamos dando uma carona para ele. - Bela falou. O garoto sorria e estendeu a mao para um cumprimento. Eu a aceitei.

- Leonardo Ferri, me chama de Léo! Trabalho na empresa concorrente da sua empresa. - falou. Eu sorri.

Muito prazer, sou Júlia Franco... - parei pensando em que sobrenome dizer. Anteriormente dizia meu nome de casada, mas isto nao era mais necessário. - Mas pode me chamar de Júlia. falei.

Eu sei, Bela falou a seu respeito. Você é casada com o proprietário da empresa de publicidade Mota's, não é? - ele falou amigavelmente, mas minha reaçao nao foi amigável. Fiquei calada, sisuda.

- É, sou casada com ele. - afirmei virando-me para olhar para frente.

O Tal Léo ficou a me olhar, confuso pela minha reação. Enquanto mantinha minhas maos entrelaçadas e em meu colo notei a protuberância de minha aliança. Por Deus, fiquei pasma ao perceber que ainda não havia tirado a aliança de meus dedos! Como pude me esquecer de me desfazer daquele símbolo de união ? Eu a retirei enquanto Gustavo puxava assunto com Leonardo sobre alguma banalidade e a coloquei em minha bolsa.

Senti que Bela encostava o carro.

- Chegamos à sua parada, Ferri. - ela falou divertida.

- Tchau cara. - Gustavo se despediu.

- Até amanhã Gu. Valeu pela carona Bela e... - 1virou se para mim. Até mais Júlia. pegou minha mao beijando-a, fiquei sem graça.

Léo saiu rapidamente, desceu em frente a um prédio. E então éramos Gustavo, Izabela e eu. Bufei. Segurar vela não estava nos meus planos. Olhei para Bela mortificativamente, ela notou.

- Não me olhe assim! Originalmente iríamos sair sozinhas, mas o Gustavo apareceu em casa enquanto eu me arrumava. - notei então que Bela estava tão irritada quanto eu pela intervenção.

- O que? Achou que eu deixaria você sair sozinha? Nem pensar! Eu não quero minha namorada em um lugar cheio de machos loucos por came nova! - O garoto esbravejou.

- Viu!? Ou nós saíamos com o Gustavo ou não sairíamos. Preferiria ficar em casa? - ela me olhou interrogativa pelo espelho retrovisor.

- Não, acho que prefiro segurar vela a ficar em casa. - falei amuada.

- Não se preocupe Júlia, não vamos deixar você segurar vela. - Gustavo disse virando-se para sorrir para mim.

E como imaginei lá estava eu sentada em uma mesinha de frente para o casal apaixonado. Izabela e Gustavo agarravam se como duas doninhas disputando território.

Bufei! Que ótima noite eu estava tendo!

- Olha, eu vou até o bar. - avisei sabendo que não estavam me ouvindo.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora