Capítulo 97: Oi, aqui é um amigo...

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POV Luna

"As estrelas mais brilhantes são pontos de parada" Eu repetia isso em minha cabeça enquanto observava os pontos que haviam coincidido nos mapas quando percebo os olhares em minha direção.

- Descobriu alguma coisa Sapatenis? Você fez uma cara engraçada. – Ivete me pergunta segurando o riso.

- Eu consegui entender parte da frase. – Digo e todos se aproximam. – Se observarmos com atenção esse mapa. – Coloco o mapa da cidade sobre a mesa. – Dá pra perceber que ele é bem diferente dos outros, principalmente pela quantidade de pontos e por não haver uma ordem entre eles... Além isso, nessa pasta que Priscilão encontrou não tem nada sobre ele, é como se ele não existisse, por isso decidi parar de analisa-lo um pouco e foquei nas informações da pasta... Aqui eu encontrei o nome de três constelações completamente aleatórias e pesquisei sobre elas, se observarmos são as constelações marcadas nesses mapas. – Pego os mapas do Brasil, dos EUA e da América. – Para confirmar minha teoria tem essa anotação feita pela Cristal: "No Brasil, a MIC é cintilante, nos EUA, a RET é luminosa, na América, a BOO é reluzente" ... MIC, RET e BOO, são siglas para as constelações que eu falei, ou seja, no mapa do Brasil podemos ver a constelação Microscopium, no mapa dos EUA vemos a Reticulum e no da América observamos a Bootes... – Antes que eu terminasse Jhon me interrompe.

- Eu ainda não to entendendo onde você quer chegar com isso. – Ele diz me olhando confuso.

- Constelações são conjuntos de estrelas e ela as colocou nos mapas... "as estrelas mais brilhantes são pontos de parada" ... Ela mapeou os locais que a máfia do Cold param, provavelmente essas são as bases deles. – Digo lhes mostrando os pontos marcados no mapa da cidade.

- Calma aí Bonequinha, você disse que esse mapa estava todo bagunçado e nem deveria existir, como agora ele tá nos mostrando as bases da máfia? -Vanessão pergunta tentando entender a situação.

- Ele está bagunçado porque ela não colocou só os pontos reais, também tem pontos aleatórios, pontos falsos, isso que significa "estrelas mais brilhantes", quando colocamos um mapa sobre o outro conseguimos reconhecer quais pontos coincidem porque quando colocamos uma luz atrás deles, esses pontos se destacam... Tão vendo? – Digo organizando os mapas e os colocando na luz.

- Isso quer dizer que sabemos onde eles estão? – Isa pergunta contendo a emoção.

- Não possuímos a coordenada exata, mas assim conseguimos reduzir bastante os locais de busca... Eles devem estar próximos a um desses pontos. – Digo pegando outro mapa para marcar os pontos que coincidissem.

- Usa essa. – Priscilão diz me entregando uma caneta de outra cor. – Ainda não sabemos exatamente o que cada mapa marca, assim vai ficar mais organizado.

Aceito a caneta e marco os pontos do mapa dos EUA de vermelho, os da América de azul e os do mapa Mundi com uma caneta rosa que Vanessão carregava pra todo lado. Apago os pontos falsos do mapa e lá estava um mapa bonitinho e organizado.

- O que fazemos agora? – Ivete pergunta animada.

- Agora temos que entender a primeira parte da frase, abrir a caixa e entender o que cada cor nesse mapa significa. – Priscilão diz se sentada em frente ao computador e analisando a pasta.

- Tudo isso? – Ivete pergunta surpresa fazendo a gente rir da cara dela.

Estava exausta então deixei as meninas com as pesquisas e subi pra sala de reunião com a caixinha de metal. Acho que tá na hora de seguir meu próprio conselho e tentar descansar um pouco. Me deito no sofá e foi como se as lembranças dela brotassem na minha cabeça uma atrás da outra. Eu conseguia sentir seu cheiro e a imagem de nós duas naquele sofá me fazia sorrir boba quando, como se eu fosse tele portada, abro meus olhos e me vejo em um local completamente diferente. Ali era escuro, muito abafado e húmido. Olho em volta e percebo que o local era muito pequeno e havia uma escada bem acabada de madeira que ia até a única porta que avia ali. Eu estava sozinha ali até que fecho meus olhos e me concentro para acordar quando a ouço.

Ouço seu choro baixo e imediatamente abro meus olhos e a vejo encolhida no canto do quarto. Vou até ela, me abaixo para toca-la, mas era como se eu não estivesse ali, pelo menos não fisicamente.

- Cristal... consegue me ouvir?... sou eu, Luna...meu amor olha pra mim, por favor...eu to aqui... – Digo observando suas lágrimas escorrerem por seus olhos enquanto sinto meu peito apertar. – Ei, aguenta firme, eu vou te tirar daqui...

Me afasto dela, subo as escadas e tento abri-la, mas não conseguia encostar na maçaneta. Tento simplesmente passar pela parede, mas estava presa naquele quarto com ela. Volto para ela e fico ali a observando e tentando acalma-la mesmo sabendo que ela não me ouvia. Não tinha noção de por quanto tempo ficamos ali, apenas queria que ela me notasse, queria poder abraça-la. A vejo olhar diretamente em meus olhos e por um segundo acreditei que ela estava me vendo quando ouço a porta ranger. Olho para trás e o vejo. Cold estava descendo as escadas e se aproximando dela.

- Precisamos ir... não quero te machucar Cristal, mas enquanto não me obedecer, não me dá outra opção, então me siga e não tente fazer nenhuma gracinha... não vou conseguir te proteger deles se continuar assim. – Ele diz estendendo a mão para ela e sinto meu sangue ferver aos poucos.

Ela segura sua mão se levanta e a vejo puxa-lo e dar uma joelhada bem no rumo de seu estomago.

- Eu nunca vou me render. – Ela diz e a vejo correr até a porta.

Tento segui-la quando a ouço gritar e minha visão fica completamente escura. Abro meus olhos desesperada e ouço o som da caixinha cair no chão junto do toque do meu celular. Minha cabeça doía, pequei o celular que estava tocando, vejo que já era quase 15 horas e havia um número desconhecido me ligando.

Ligação com desconhecido on:

(Luna): Alô...

(???): Oi, aqui é um amigo... acho que posso ajuda-las com os Red Murders...

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora