Nem a distância nos separa

Capítulo 67: Sua nova amiga

POV Luna

Acordo no meio da noite deegante com uma sensação ruim no meu peito. Parecia que havia acordado de um pesadelo, mas não me lembro se não havia sonhado com algo, só sentia essa impressão desagradável. Me levanto da cama e você em silêncio até a cozinha para beber um copo de água antes de voltar a dormir. Ligo algumas luzes, mas não todas para não correr o risco de atrapalhar meu irmão e minha cunhada, afinal tá de madrugada e ninguém merece acordar essas horas. Pego um copo no armário e encho ele no filtro da cozinha quando ouço uma voz bem baixinha.

- ... por favor me deixa acordar ... - Ouço uma voz falha bem distante e me viro para ver se tinha alguém na sala ou na escada que dava para a cozinha.

Era uma voz feminina e me parecia muito familiar, mas eu não corrige a identificação de quem era. Devo estar ficando maluca, não tem ninguém aqui. Aquela sensação fica mais forte como se algo pressionado meu peito e com ela vem uma tristeza estranha.

- ... Luna ... - Essa voz, não tinha como, ela não poderia estar aqui.

- Cristal? ... - A chamo baixo e vejo sua imagem se formar no canto da sala, ele estava chorando abraçada aos próprios joelhos.

- ... eu preciso de você ... - Ela continua falando, era como se ela realmente estava ali, deixo meu copo próximo ao filtro e vou me aproximando dela lentamente, a cada passo ela estava mais perto, ela estava ali, mas como? Isso é impossível. - ... eu to com medo ... - Ela fala e me ajoelho a sua frente, porém antes que eu pudesse tocar-la imagem desaparece de uma só vez, como se nunca existisse ali, como se nada tivesse acontecido.

Fico extremamente confusa, eu a vi, eu a ouvi, ela chamou por mim, como ela poderia não estar ali. Sinto aos poucos aquela tristeza e aquele sentimento ruim se afastar de mim conforme o sono voltava. Me levanto daquele lugar e volto para a cozinha, tomo meu copo de água de uma vez e subo para o meu quarto. Eu devo ter alucinado de sono, é isso, preciso desfazer esse laço entre a gente de uma vez, isso já está me deixando louca. Rio baixo pelo meu pensamento enquanto fechava a porta do meu quarto e retornava para a cama. Me deito e alguns minutos observando o teto até que meus olhos se fecham e adormeço com a voz de Cristal ecoando em minha cabeça.

Acordo depois de algumas horas, me espreguiço na cama e pego minha escova de dente, minha toalha, uma muda de roupa e alguns itens de higiene pessoal. Vou para o banheiro que ficava entre os dois quartos de hospedes, tomo um banho relaxante, escovo os dentes e visto minha calça camuflada verde, um top branco e um tenis. Decido deixar meu cabelo solto para secar e saio do banheiro. Guardo minhas coisas no quarto e desço para a cozinha onde meu irmão e minha cunhada estavam. Fico os observando da escada por um tempo e eles eram muito fofos jutos. Thom estava conversando com o bebê e enquanto Lia ria das bobeiras que ele dava.

- Bom dia casal. - Digo me aproximando e me sentando ao lado de Thom na mesa da sala.

- Bom dia maninha. - Thom diz com um sorriso de orelha a orelha.

- Bom dia cunhadinha. - Lia diz contendo a risada.

- Eu que fiz o café hoje então mesmo se estiver ruim digam que está bom por favor. - Thom diz passando a mão na nuca um pouco sem graça enquanto eu servia uma xicara de café para mim.

- Até parece maninho, todo mundo da nossa família sabe cozinhar, não somos chefes, mas todos sabemos cozinhar. - Digo e vejo Lia soltar um risinho.

Tomo um gole do café e credo, achei a ovelha desgarrada da família, que treco horrível, estava extremamente aguado e amargo, parecia mais um remédio do que um café.

- Ok retiro o que eu disse, irmão tem certeza que você tentou fazer um café? - Digo afastando aquela xícara de mim e limpado minha boca.

- Não diga que eu não avisei. - Ele diz rindo da minha cara enquanto Lia tentava disfarçar a risada.