POV Cristal
Mais uma vez aqui estou eu em uma casa estranha, vazia, escura e bem fria. Começo a vagar pelos cômodos analisando os moveis em busca de qualquer coisa familiar, mas não havia nada além de paredes mofadas com uma aparência de abandono e moveis de madeira velha e escura. Entro em um corredor que levava a diversos quartos fechados, o silencio do lugar só não era ensurdecedor por conta dos barulhos de meus passos em contato com o chão que rangia a cada movimento. O corredor era comprido e não havia nenhuma janela, lâmpada ou vela para ilumina-lo. Não era possível definir se estava de noite ou se o sol brilhava fora dessa casa que mais parecia uma mansão pela quantidade de cômodos trancados. O cheiro dali era tenebroso, mas por algum motivo ainda era suportável como se em pouquíssimo tempo eu já tivesse me acostumado. Qualquer pessoa na minha situação estaria assustada ou pelo menos com um pouco de medo dessa situação, mas eu me sentia completamente vazia como se já houvesse passado por isso antes. Continuo caminhando até o final do corredor onde havia um quadro coberto por um pano sujo, com manchas marrons bem clarinhas.
Ele estava pendurado na parede bem torto como se qualquer movimento o faria cair dali. Sinto uma sensação estranha vir dele e vou me afastando aos poucos sem tirar os olhos dele quando uma brisa passa por mim e o faz cair no chão causando um estrondo, que ecoa por toda casa, ao tocar o chão. Fico paralisada pelo barulho, mas ainda não estava com medo, não sabia o que estava acontecendo, meu corpo apenas não me obedecia. Observo o quadro caído no chão e ele estava com a imagem para cima com uma grande parte ainda coberta pelo pano. Uma brisa mais fria passa por mim me arrepiando por inteira e vejo o pano ser levantado e cair aos pés. Eu não queria saber o que estava lá, não queria olhar para ele mais uma vez, porem não estava mas sobre o controle do meu próprio corpo e lentamente meu olhar se ergue até a imagem.
A imagem era linda, era como minha família deveria ser, todos que eu amava estavam ali, felizes ao meu lado, como deveria ser até que aos poucos um por um vai desaparecendo da imagem. Primeira Layla e sua família, depois Ivete e Gabi, Barone, Renata e Spok, Isa e Jhon, Folgadinho, Din, Maju, Maya, Diego, Alicia, Rosinha, Pedrinho, Priscilão, Vanessão, Max, Konsheleva, Exubakira, Teddy, Melissa , Luna e por fim Chiara, ficando apenas eu no centro do quadro totalmente sozinha. Um vazio invade meu peito e uma voz grossa ecoa em minha cabeça.
- Está tudo bem agora ... estaremos juntos para sempre ... vamos constituir a nossa família ... do nosso jeito e você nunca mais conseguira fugir de mim ... será para sempre minha princesa. - Conforme ele sussurrava em meu ouvido a imagem de Cold surgia no quadro se aproximando de mim lentamente e uma poça de sangue se formava envolta do quadro.
- O que você fez com eles? - Pergunto sentindo minha voz tremer e as lágrimas se formarem nos meus olhos.
- Eu não fiz nada meu amor ... você não se lembra ... foi você que os afastou ... você que mentiu para todos eles ... você que apertou o gatilho. - Ele diz, sinto suas mãos abraçarem minha cintura e quando olho para baixo vejo minhas mãos cobertas de sangue segurando uma pistola, a minha pistola.
- Eu não fiz isso, eu nunca os machucaria ... eu não ... - Digo deixando minhas lágrimas caírem e ele solta minha cintura.
- Como não minha princesa? Olhe para trás ... eu apenas pedi para você me provar o seu amor, mas foi você quem puxou o gatilho ... um por um. - Ele diz e me viro lentamente me deparando com os corpos de todos caídos, em frente aos quartos, cobertos de sangue, todos mortos e a minha frente estava Luna e Chiara caídas juntas, uma abraçada a outra com um tiro que entrava nas costas da Luna e saia pelas costas da Chiara. - Elas morreram abraçadas com um único tiro pelas costas ... dado por um covarde ... bem, foi você que atirou.
- Não ... isso não é verdade ... nunca vai ser verdade ... eu quero acordar ... eu quero acordar ... por favor me deixa acordar ... - Começo a gritar em desespero quando finalmente tudo fica escuro e consigo abrir os olhos.
Finalmente eu estava de volta no meu quarto em total desespero com Cold dormindo ao meu lado. Abraço meus joelhos deixando minhas lágrimas escorrerem pelo meu rosto, eu não quero dormir ... não quero passar por isso de novo ... não vou passar por isso de novo. Luna, cadê você? Eu preciso de você, não me abandona ... eu to com medo.
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Nem a distância nos separa
FanfictionDentro de uma família, se criam laços, uns mais fortes que outros e o que elas criaram se tornou tão indestrutível que mesmo distantes, uma consegue sentir as emoções da outra. Mesmo que o mundo pareça estar contra, esse laço as uni, as prende. Essa...