POV Luna
Cristal entra novamente no carro e começa a escrever no bloco de notas.
*O que acredita que vai acontecer?*
— Tento manter-me esperançosa, apenas vamos ser bem recebidas e escolher os nossos quartos. — Forço um sorriso.
*E no pior dos casos?*
— Vou protegê-la enquanto respirar. — Foi a vez de ela forçar um sorriso.
Alicia assume o banco do motorista enquanto Barone e Folgadinho esperavam do lado de fora.
— Iai! Qual dos dois vai nos acompanhar? — Pergunto e eles se entre olham.
— Estamos com receio de estragar o disfarce devido à reação da Cristal conosco. — Folgadinho diz envergonhado.
— Quer que um deles acompanhe ou prefere não? — Pergunto e ela aponta para Folgadinho e desvia o olhar. — Entra no banco do passageiro parceiro.
Ele sorri bobo e entra empolgado enquanto Barone volta até os outros meninos que começaram a discutir quanto a posicionamento e estratégia com Priscilão.
Rádio ligado.
(Luna): estamos prontos para entrar na vinícola e vocês?
(Din): Priscilão e Jhon estão na análise do local para definir a divisão do pessoal.
(Luna): okay, vamos entrar.
(Priscilão): por favor, não percam a cabeça.
(Folgadinho): vou garantir isso.
Rádio desligado.
Sento ao lado da Cristal que segura a minha mão com os olhos fixos na estrada a nossa frente. Alicia olha para mim pelo retrovisor e apenas confirmo com a cabeça. Nervosismo, medo e esperança. O nosso primeiro dia na cidade pode começar com uma invasão. O carro aproxima da entrada e vejo um gentil senhor apoiado na janela duma guarita rebuscada para combinar com a mansão a poucos metros atrás da cancela a nossa frente.
— Bom dia, moça, como posso ajudá-la? — Ele questiona com um sorriso e uma voz calma.
— Bom dia, sou Alicia, motorista da senhorita Giorno. — Ela responde com confiança.
— Senhorita Giorno? Bem-vindas a vinícola Tenute Giorno. — O senhor ajeita a postura e abre a canaleta com uma mão na boina marrom.
Entramos e vemos pelo retrovisor ele acenar para nós, enquanto a cancela abaixava.
Rádio ligado.
(Folgadinho): entramos.
(Priscilão): que rápido! Reconheceram a Cristal?
(Luna): não, ele nem viu ela, apenas falamos Giorno e liberaram a entrada sem nenhuma pergunta.
(Jhon): sério? Fiquem alerta, isso está muito estranho.
(Ivete): não faz sentido, não é um lugar protegido até pelo governo e deixam qualquer um entrar assim?
(Luna): concordo, nem pediu para abrir os vidros, documento ou ouviram a voz dela. Tem algo muito errado.
(Priscilão): já posicionamos alguns grupos.
(Luna): vamos estacionar o carro.
Rádio desligado.
Alicia posiciona o veículo já virado para a saída em frente a um galpão próximo à entrada principal da casa.
— Meninas, tem um helicóptero preto ao lado da casa. — Folgadinho avisa e percebo heliporto.
— Alicia, não desce do carro, mantenha as portas e os vidros fechados. Alguém viu um guarda ou qualquer outra pessoal além do Senhor? — Questiono e todos negam. — Vamos entrar, não leva o fuzil, só pistola.
Espero Folgadinho guardar o dele sob o banco do passageiro e saímos do carro. Cristal estava pouco atrás de mim a segurar a minha mão enquanto ele nos acompanhou a alguns passos de distância. Haviam três portas de entrada grandes de madeira e várias partes de vidro. Era possível ver uma bela escada para o segundo andar com o corrimão do mesmo material das portas. Alguns jarros, pinturas e tapetes enfeitavam o hall, o qual possuía duas passagens, na esquerda e outra abaixo da entrada para o segundo andar.
Um homem elegante de blusa social azul escura, calça preta e sapato brilhante aproxima da porta. Ele a abre sem pronunciar nenhuma palavra e dá espaço para entrarmos.
— Bem vindos! Por favor, acompanhem-me. — A voz dele era grave e séria, provavelmente um segurança pela postura e andar.
— Para onde? — Questiono ainda na porta.
— Acredito que existam pessoas melhores para explicar. Por favor, acompanhem-me. — Ele insiste sem olhar para nós e segue para o cômodo a esquerda.
Olho para Folgadinho que já estava com a mão próxima à pistola, ele entendeu, alguém já nos esperava aqui.
Rádio ligado.
(Folgadinho): não estamos sozinhos, não sei quantos eles são, mas estavam a nossa espera.
(Priscilão): quer que a gente entre?
(Luna): ainda não, se ouvirem um tiroteio podem iniciar a invasão.
Rádio desligado.
Cristal observava o lugar.
— Tudo bem? — Pergunta preocupada.
— Lembra a minha casa, faz tanto tempo. — Ela diz nostálgica.
— Fica perto de mim, se soltar a sua mão, corre para o carro. Alicia vai tirar você daqui. — Sussurro e ela confirma com a cabeça. — Folgadinho, fica mais perto e atenção a todas as entradas, não sabemos de onde podem vir.
Não tínhamos mais visão do homem apenas a entrada do cômodo. Aproximo com precaução, havia um enorme sofá de couro branco em forma de L, uma lareira chique de mármore com detalhes dourados, pinturas das vinhas, algumas plantas em vasos grandes e quatro pessoas. O segurança que nos guiou até ali, outro mais velho com cabelos grisalhos, terno vinho e boche luminoso; e duas mulheres fardadas. Clara e Mari estavam ali. Por que elas estão aqui? Merda! Uma armadilha. Saco a pistola e miro para Clara enquanto Folgadinho revezava entre a Mari e o segurança.
— Calma, não queremos causar uma tragédia. — Clara encara-me com as mãos acima da cabeça e o segurança posiciona-se na frente do mais velho.
— Se não queriam problema, não deveriam estar aqui. Que porra planejavam? — Solto a mão da Cristal, mas ela continua parada, focada neles com um olhar vazio. — Cri...
— Larguem as armas, agora! — Sinto a ponta de uma pistola colada na minha cabeça.
Levanto as mãos, Folgadinho olha para mim e apenas repete o meu movimento.
— Mandei LARGAR a arma! — Uma mulher dá ênfase na ordem e deixo a pistola no chão ao lado do meu pé.
Haviam outro homem atrás do Folgadinho, ficamos desarmados. Eles recolhem as pistolas do chão e só conseguia pensar nas cabeças da Clara e da Mari cheias de bala quando o pessoal invadir essa merda. Filhas da puta, fui uma idiota por confiar em pula e coloquei Cristal em perigo, de novo.
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Nem a distância nos separa
FanfictionDentro de uma família, se criam laços, uns mais fortes que outros e o que elas criaram se tornou tão indestrutível que mesmo distantes, uma consegue sentir as emoções da outra. Mesmo que o mundo pareça estar contra, esse laço as uni, as prende. Essa...