Capítulo 20: Tias loucas

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POV Luna

Percebo que Cristal estava mal, deitada no sofá e pego meu celular.

Mensagens ligadas.

Conversa privada com Clarisse ligada.

(Luna): oii, está dando uma festa e nem me chama ☹️

(Clarisse): você já é de casa bb, cola aqui para matar a vontade dessa boquinha maravilhosa.

(Clarisse): [LOC]

(Luna): vou colar aí gatinha.

Conversa privada com Clarisse desligada.

Mensagens desligadas.

— Consegui a loc, vou lá buscar as meninas, tenta descansar um pouco. — Digo, ajoelho ao seu lado e lhe dou um beijo antes de ir atrás da Chiara.

— Vou com você só preciso trocar de roupa. — Ela diz e tenta se levantar, mas a impeço.

— Fica aqui, não pode se estressar lembra, deixa que cuido disso, está bem? — Digo e ela concorda com a cabeça.

Saio de casa e pego minha urus, coloco a loc no GPS e vou para a casa da Clarisse na torcida para não encontrar com ela lá. Depois de uns minutos consigo ouvir a música e os gritos de algumas pessoas que estavam na festa. Estaciono na porta da casa, já eram 13:16 e ligo o rádio.

Rádio ligado.

(Luna): meninas, venham para a frente da casa estou de carro a espera de vocês. — Digo séria.

(Vanessão): você que chegou com a urus?

(Lua): sim, onde você está?

(Vanessão): vou levar a Chiara aí.

Rádio desligado.

Vejo Vanessão se aproximar com Chiara no colo. Desço, pego minha pequena no colo e a abraço bem apertado.

— Oi! Filhota, sua mãe e eu estávamos morrendo de preocupação. — Digo e olho para ela a procura de algum machucado.

— Oi! Mamãe Luna. — Ela ri da minha preocupação. — A titia Gabi e a titia Ivete que me trouxeram para essa festa depois da escola, elas estavam mais loucas que o normal.

— Meu deus, cadê suas tias loucas? A Cristal vai comer elas vivas se souber disso. — Digo enquanto as procurava na multidão.

— Boneca, elas não vêm por conta própria não, a Renata está se agarrando com um macho e as outras duas estão louconas na pista. — Vanessão entra no banco do passeiro do carro.

— Você consegue ficar com a Chiara no carro? — Pergunto enquanto colocava ela no banco de trás.

— Fico sim, você vai atrás das pragas? — Vanessão passa para o banco ao lado da Chiara.

— Vou, aqui a chave. Se demorar mais de uma hora, leva ela para a Cristal, se não ela vai surtar. — Afasto do carro quando ouvi um beleza da Vanessão.

Entro na festa lotada e a música era funk pornográfico. Consigo enxergar os cabelos azuis de Ivete no meio da multidão, aproximo dela e encontro Gabi completamente chapada ao seu lado. Seguro nos braços das duas e puxo-as até o meu carro.

— Entrega a chave do carro de vocês. — Ordeno.

— Que isso sapatênis, está doida de tirar a gente da festa assim? — Ivete mal conseguia se aguentar em pé.

— Agradeçam que fui eu e não a Cristal e entreguem a chave de uma vez. — Falo irritada com às duas.

— Está aqui chefinha. — Gabi entrega a chave, vejo o carro estacionado próximo dali e as levo até ele.

— Entrem no banco de trás agora. — Ordeno assim que consigo destrancar o carro e abrir a porta para elas que entram sem falar nada. 

Tranco-as lá dentro. Agora só falta a Renata, entro na festa de novo e lembro que Vanessão disse que ela estava se pegando com um cara de bigode rosa e vou na direção dos quartos. Em poucos minutos Clarisse me encontra e prende na parede.

— Oi! Gatinha, não é que você veio mesmo. — Ela estava alterada e beijava o meu pescoço.

— É, minhas amigas estão aqui e estão bem alteradas, vim buscar elas. — Digo enquanto tentava sair dos seus braços.

— Mas você já vai? Anão, fica e curti um pouco comigo, sei de um quarto vago. — Ela diz e me beija, podia sentir o gosto da bebida.

— Luna? Meu deus. — Vejo Renata que me encarava assustada e afasto Clarisse na mesma hora.

— Vem comigo mundiça. — Pego Renata do mesmo jeito que peguei as meninas e saio dali o mais rápido possível.

A levo para fora da casa e não encontro meu carro, olho as horas no meu celular e já eram 14:27. Vanessão deve ter ido para a casa da Cristal com a Chiara. Vou para o da Gabi e enfio Renata no banco do passageiro já que as outras estavam desmaiadas atrás. Entro no motorista e vou para a casa da Gabi que era a mais afastada da Cristal. Chegamos e acordo as meninas que descem do carro.

— Abre a porta para gente Gabi. — Digo, a mesma vai toda desengonçada até a porta e demora até conseguir abrir.

Elas entram e Ivete já se joga no sofá. Já eram 14:49 quando resolvo ligar para Alicia.

Ligação ligada.

(Luna): Alicia, está muito ocupada agora?

(Alicia): oi! Chefinha, não, estou com a Maju no farm.

(Luna): pelo amor de deus vem às duas para a casa da Gabi e me ajuda a cuida dela, da Renata e da Ivete. Elas estão chapadas.

(Alicia): claro, já estamos a caminho daí.

(Luna): muito obrigada vão salvar minha pele. Na verdade, vão salvar a pele delas, porque estou quase em surto.

(Alicia): calma, segura as pontas aí até a gente chegar.

(Luna): beleza, tchau! Boneca.

(Alicia): tchau! Chefinha.

Ligação desligada.

Coloco Ivete e Gabi debaixo do chuveiro do quarto dela, na água fria para amenizar a tontura. Ivete tinha algumas roupas no guarda-roupa da Gabi o que não me surpreende nenhum pouco. Ajudou elas a se vestirem e as deixo na cama, mortas de cansaço. Volto para a sala e a campainha toca, abro a porta e deixo as meninas entrarem. Elas fazem o mesmo com a Renata enquanto decido fazer um almoço para elas já que quando acordarem vão estar varadas de fome, principalmente Ivete. Faço um arroz branquinho e um estrogonofe quando as meninas voltam para a sala com a Renata e a deixam deitada no sofá com uma roupa da Gabi, já eram 19:46.

— Meninas vocês ficam aqui e cuidam delas? Preciso ir para casa da Cristal ficar com ela. — Peço antes de sair.

— Claro, ela está se recuperando bem? — Maju pergunta enquanto servia um pouco de estrogonofe para ela.

— Quando ela descobriu para onde as meninas levaram a Chiara, ficou muito irritada e se sentiu mal, mas fora isso, ela está bem. Droga! Não estou com o meu carro, alguma de vocês pode me levar até lá? — Peço assim que lembro de Vanessão com meu carro.

— Levo, já aproveito para ver a chefinha e comprar uns remédios para ressaca porque essas daqui vão precisar. — Alicia responde e pega a chave da moto da Maju.

Saímos da casa e em segundos chegamos no condomínio. Alicia estaciona na frente da casa da Cristal e descemos da moto. Entramos na casa e vejo Vanessão deitada na sala. Descemos em silêncio para o quarto da Cristal e não a encontramos. Decidimos ir para o quarto da Chiara e a porta estava entre aberta.

— Mamãe, estou com medo de te perder. — Chiara diz enquanto chorava, elas estavam deitadas, abraçadas na cama.

— Isso não vai acontecer tão cedo meu amor, prometo que vou me cuidar mais para ficar muito tempo aqui com você. — Cristal secava as lágrimas dela e a abraça ainda mais forte. — O que acha de uma música antes de dormir?

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora