Capítulo 3: Bem vinda Chiara Giorno Jhonnes

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POV Cristal

As contrações ficam mais fortes e longas, pego o rádio e aviso as meninas.

Rádio ligado.

(Cristal): meninas, derrubei Vanessão. — Falo entre gemidos e com algumas lágrimas no meu rosto por Vanessão, pela dor e por pensar que em pouco tempo teria a minha filha nos meus braços.

(Luna): calma Cristal, ela só está inconsciente, você está bem mesmo? — Ela responde e podia sentir a preocupação na voz dela.

(Cristal): não, Luna, nossa pequena vai nascer, a Chiara vai chegar. — Respondo sentada com as minhas costas encostadas na pilastra do banco enquanto pressionava o ferimento de Vanessão deitada no meu colo.

(Luna): Renata, Maju, preciso que vocês ajudem a Gabi no primeiro andar, tenho que ficar com a Cristal. — Ela estava nervosa pelo que havia contado.

(Maju e Renata): vamos descer.

(Alicia): respira chefe, vai dar tudo certo.

(Ivete): cuida dela, sapatênis, que a gente segura as pontas aqui.

(Priscilão): Chiara esperou 84 anos para nascer no meio de banco, essa é nossa bandiva.

(Gabi): pode vir amor que as tias estão doidas para ver você.

Rádio desligado.

Todas as meninas estavam felizes e preocupadas em simultâneo. Vejo Luna deixar o seu posto e vir na minha direção quando Maju e Renata chegam no primeiro andar. Renata fica no posto da Luna junto da Gabi, que alternava a visão entre a porta e eu, e Maju fica na minha posição concentrada na porta principal. Luna ia tirar Vanessão do meu colo para levar ela para trás do vidro blindado novamente quando ouvimos um policial na porta tentando se comunicar conosco.

Rádio ligado.

(Maju): gente, o policial aqui ofereceu um médico para a Vanessão se deixarmos ele cuidar de um dos feridos deles também, parece que o estado dele é grave, o que respondo?

(Luna): aceita o acordo, mas deixa claro que os policiais que receberem ajuda não vão voltar para a ação.

(Maju): ok, eles vão chamar o médico, disseram que se machucarmos ou ameaçarmos ele, vão entrar com tudo.

(Cristal): diz para eles... Que não vamos fazer nada com o médico, mas vamos precisar que ele me examine. — Digo e uma contração vem ainda mais forte, Luna segura a minha mão como prometeu que faria.

Rádio desligado.

Maju se aproxima da porta para o médico entrar e o direciona para Vanessão enquanto Luna me leva para perto do cofre onde não tinha perigo de sermos atingidas pelas balas. As minhas contrações estavam cada vez mais fortes quando vejo ele caminhar na nossa direção. Luna olha para mim preocupada e sussurra no meu ouvido.

— Vai dar tudo certo, estou aqui com você e não vou sair do seu lado, nunca. — Aquelas palavras acalmaram uma parte da minha ansiedade, saber que a Luna estava ali era um alívio, sem sombras de dúvida. 

Afinal, assim que descobri sobre a gravidez, entrei em desespero, na minha cabeça não tinha como ser uma boa mãe e pouco tempo depois descubro que Cold, o meu namorado, morreu num acidente de avião. Aquilo foi o fim para mim, nós não éramos o melhor casal do mundo devido às brigas e as traições, mas gostava dele e me arrependo do que o fiz sofrer.

Foram as meninas que me deram forças para seguir, principalmente a Luna. Ela ajudou durante os enjoos, as minhas crises de choro, sentiu o primeiro chute e estava do meu lado nas consultas. Isso nos aproximou bastante e sabia que me apaixonava por ela, mas não conseguia assumir por medo. Medo de machucá-la, traí-la ou de perder toda a amizade que havíamos construído, por isso não devia ter algo com ela e contei- lhe isso na noite que a mesma levou-me para um píer afastado da cidade e se declarou para mim. Pedi para ela superar, não era o que queria, mas o que devia fazer. Depois não nos beijamos de novo. Às vezes ela jogava algumas indiretas no ar e fazia o mesmo. Fazer o quê? A amo.

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora