Capítulo 193: Inconsequente

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POV Luna

As crianças corriam pela casa, já estava de tarde, por volta das 15 horas. Ajudei Cristal com o banho, a banheira deixou tudo mais fácil. Ela ainda não me queria por perto nesse momento, apenas troquei as tiras e bandagens das costas dela. Auxiliei ela a vestir a roupa mais confortável que encontramos e deixei a descansar no quarto. Chiara, Charlie e Lúcio estavam reunidos num dos quartos, bato na porta e recebe a autorização para entrar.

— Tudo certo por aqui? — Questiono ao abrir a porta e percebê-los preocupados.

— Claro, mãe, só conversávamos sobre todas essas mudanças. — Chiara responde e olho para Lúcio que estava com a cabeça abaixada.

— Gostaram da casa? Tem vários jogos lá fora para passarem o tempo. — Tento puxar assunto.

— Ela é muito legal, ainda não sou bom nas arcades, mas vou melhorar. — Charlie diz com um sorriso inocente.

— Ótimo, Lúcio me acompanha, ainda temos que definir um assunto. — Vejo Chiara se levantar com ele. — A sós.

— O quê? Por quê? — Ela olha indignada para mim.

— É um assunto pessoal, depois se ele decidir contar tudo bem, mas agora seremos só nós dois. — Digo e viro para sair. — Ah! A sua mãe dormiu, se conseguir afastar os menores de lá para não a acordar, seria um grande favor.

Lúcio me segue até a sala de jantar do primeiro andar e encontramos Priscilão apoiada no balcão da cozinha a conversar com Gabi, Ivete e Marli.

— Priscilão, vem conosco, precisamos falar sobre um assunto. — A chamo e caminho para a sala de estar.

As meninas nos olham curiosas, espero os dois entrarem e fecho as portas para não sermos incomodados.

— Aconteceu algum problema? Esse cabeça dura fez algo? — Priscilão questiona inquieta.

— Sim, você e ele planejaram colocar duas crianças de oito anos num ônibus para fazerem sozinhas uma viagem de no mínimo 10 horas. Posso saber onde esqueceram as cabeças quando cogitaram esse plano? E se não bastasse toda essa loucura, ainda não fui informada de nada. — Digo incrédula com Priscilão ter pensado nisso sem nem me avisar.

— Foi um plano inconsequente, não avisei porque logo após falar sobre isso com o Lúcio, desisti de realizá-lo. Tivemos que solucionar tantos problemas nos últimos dias que não tive tempo para pensar sobre como solucionar essa situação. — Priscilão se explica e respiro fundo enquanto Lúcio se mantinha quieto.

— É o seguinte, não quero mais nenhum plano maluco desses, então se pensarem em algo, venham até mim e falem. Vamos analisar juntos a opção e decidir a melhor forma de trazê-las de volta. Em breve o meu irmão deve chegar na cidade, ele se ofereceu para auxiliar na parte jurídica dessa confusão. Logo Lúcio será maior de idade e poderá assumir a guarda das duas, mas ainda precisaremos da autorização de um juiz. — Tento ser o mais sensata possível.

— Por que vamos seguir as leis agora? Podemos ir até lá, pegar elas e trazê-las para cá, problema resolvido. — Lúcio diz irritado.

— Quer realmente acreditar que se a pegarmos a força, Embucete não vai acionar a polícia para buscar elas e continuar a receber o auxílio do governo? — Priscilão questiono e se senta no sofá. — Concordo com conquistarmos a guarda delas da maneira legal. Assim, não terão como tirá-las de nós de novo.

— Então estamos definidos que iremos esperar o Thomas para depois agirmos por um processo legal? — Tento alinhar as nossas ideias, Priscilão consente e Lúcio ainda parecida em dúvida. — Ei! É o irmão mais velho delas, não vou passar por cima da sua opinião, se realmente quiser que busquemos às duas agora, iremos. Só peço que pense no futuro. Também estamos com saudade e não deixaremos elas com aquela maluca gananciosa. — Ele sorri.

— Quero o melhor para elas e se tenho que esperar mais alguns dias para tê-las comigo sem mais problemas, tudo bem. — Ele concorda e Priscilão o abraça rápido.

— Pelo resto do dia vamos descansar, amanhã começaremos a analisar a economia da cidade, tanto a parte legal quanto a ilegal. — Aviso e abro as portas.

— Vou dar um jeito de comprar um computador novo para você, não posso ignorar a sua habilidade como hacker e já aviso que vamos a usar muito nos próximos dias. — Ouço Priscilão conversar com o Lúcio antes de sair da sala e juntar-me as meninas na cozinha.

— O que planejaram para hoje? — Pergunto animada.

— Ivete encontro uma churrasqueira na parte de trás da casa e sai para comprar carne com a Gabi. Elas querem fazer um churrasco a noite. — Renata diz animada e vemos Júlia e Amanda saírem do quarto ao lado.

— Confortáveis? — Às duas caminham até nós.

— Sim, nunca imaginei que um quarto de funcionários pudesse ser tão acolhedor. — Júlia diz animada.

— Muito diferentes dos quartos dos hospitais. — Amanda completa com um sorriso.

— Planos para mais tarde? — Maju pergunta e elas se olham.

— Não pensei em nada muito interessante, Júlia quer comprar uma moto e vai me acompanhar até o hospital da cidade. Vou tentar uma entrevista de emprego nem que seja como recepcionista ou enfermeira. — A doutora conta sobre as suas ideias para a tarde.

— Se importam de ir com vocês? Também preciso de uma moto, gastar as minhas últimas economias com algo útil. — Renata se convida a acompanhá-las que apenas aceitam.

— A noite, provavelmente, vamos fazer um churrasco na casa. — Aviso e abro a geladeira ao lado do freezer.

— Um churrasco? — Priscilão se aproxima e percebo Lúcio subir as escadas novamente.

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora