Capítulo 127: Não é uma coincidência

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POV Luna.

Demoramos quase uma hora para chegar no local. Era um Motel de beira de rodovia, com um letreiro brilhante que indicava o nome do lugar, Paradise Motel, ao lado do que parecia uma palmeira e um morrinho de areia.

Rádio on:

(Luna): chegamos, vamos descer armadas e render todos que estiverem lá dentro, quem tiver no último carro vai fechar a entrada com ele e ficar de guarda para que ninguém entre ou sai dali.

(Ivete): Gabi e eu estamos por último, pode deixar conosco.

(Priscilão): se perceberem qualquer movimentação suspeita nos avisem.

(Vanessão): E sem nomes meninas, não somos amadoras.

(Luna): quem for entrar comigo, já rende todo mundo e tira a comunicação, não quero pula brotando aqui antes da hora, quero ter tempo para vasculhar o lugar, entendidas?

(Todas): entendidas. Rádio off.

Estaciono a carro ao lado da casa e desço junto das meninas. Entramos com armas apontadas para a recepcionista e o casal que estava ali.

— MÃOS NA CABEÇA... — Grito com os mesmos enquanto o último carro fecha a entrada e vejo Gabi e Ivete se esconderem do lado de fora dentro de algumas moitas que haviam ali. — Nem pensem em fazer nenhuma gracinha, os dois aí... — Digo para o casal. — Na parede ali com às duas de bandana rosa e cinza.

Os dois homens apenas obedecem completamente pálidos de medo. As meninas os revistam e retiram os celulares, carteiras e tudo que estavam com eles.

Rádio on:

(Vanessão): os bonequinhos aqui estão limpos.

(Ivete): aqui fora também está limpo por enquanto, não tem como ninguém sair sem vermos.

Rádio off.

— É seguinte, senhora, estamos aqui porque soubemos que abrigou algumas pessoas que não gostamos e estamos aqui para cobrar essa parada, está me entendendo? — Digo apontando para a mulher de mais idade que estava com as mãos para cima do outro lado do balcão.

— O genti... eu não fiz nada não, moça... nem tenho muito dinheiro pro cêis. — A senhora diz com um sotaque caipira.

— Qual é o nome da senhora? — Pergunto enquanto a observava tremer.

— Meu nome? É Dona Maria... é Maria Lucineide, na verdade, ma me chamam de Dona Maria mermo. — Ela diz toda atrapalhada.

— Certo Dona Maria, estou procurando uma mulher, cabelos castanhos escuros, 1,50 de altura, olhos um pouco puxados, acompanhada de um homem loiro, alto de dread, viu eles por aqui? — Pergunto e vejo a mulher ficar ainda mais branca.

— Ave Maria... vi sim, moça, eles passaram a noite aqui, mas já foram embora. — Dona Maria diz se tremendo toda.

— A quanto tempo? — Pergunto irritada.

— Há algumas horas... eles saíram tudo aperiado, nem falei com a moça que tava cum eles direito, tadinha, tava tão magrinha e branca, nem parecia que já viu o sol na vida. — Ela explica. 

— Quantas pessoas estavam com eles? — Pergunto apreensiva.

— Num sei moça... acho que tinha uns 7, talvez 8, era muita genti, eles ocuparam três quartos e pagaram tudo no dinheiro, se quiser eu do pro cêis só num faz nada comigo não, nem com meus clientes, seis num imagina o trabai que é arruma um povo bão e disposto a passar uma noite aqui. — A senhora diz quase chorando enquanto tirava o dinheiro de dentro de uma das gavetas da bancada.

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora