Capítulo 136: Isso não é minha culpa

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POV Luna

Em minutos vemos um carro preto, de duas portas, rebaixado, se aproximar do local e estacionar na garagem de um dos prédios do lugar.

Rádio ligado.

(Luna): fiquem atentas, nosso alvo tem o cabelo vermelho e está usando uma jaqueta azul-escuro da polícia, vamos render ele e levar para a balada.

(Ivete): e o Quaresma?

(Luna): não vamos fazer nada com ele, só pegar o cara e sair.

(Alicia): ao seu sinal chefinha.

Rádio desligado.

Os meninos descem do carro e vejo o Quaresma pegar o celular enquanto o outro fica escorado no veículo conversando com ele.

Mensagens ligadas.

Conversa privada com Quáquá ligada.

(Quaresma): to com o cara aqui, cadê vocês?

(Luna): estamos vendo vocês, fica de boa, vamos pegar ele e você vai sair como se nada tivesse acontecido.

Conversa privada com Quáquá desligada.

Mensagens desligadas.

Rádio ligado.

(Luna): agora meninas.

Rádio desligado.

As meninas saem dos prédios e dos becos e cercamos os dois.

— MÃOS NA CABEÇA, COMUNICAÇÃO CORTADA. — Ivete grita se aproximando do alvo que apenas obedece.

— Roxa (Alicia), traz o carro aqui. — Ordeno e Alicia vai até o nosso carro. — Quietinhos que ninguém se machuca, qual o nome dos senhores?

— Quaresma, senhorita. — Ele responde simplista.

— Victor. — A voz dele falhava enquanto olhava para Quaresma.

— Victor de que? — Ivete pergunta apontando a arma para ele.

— Rocha. — Ele responde e Ivete apenas me olha a espera de alguma ordem.

— O que faz na cidade, parceiro? — Pergunto apenas para confirmar as informações.

— E-eu... — Ele trava na resposta e Quaresma responde por ele.

— Somos policiais, sou o sargento e ele é o escrivão do departamento.
Victor encara o Quaresma, apavorado.

— Confirma a informação, Victor? — Pergunto porque queria ouvir da boca dele a confirmação.

— Sim, moça. — Ele diz e pude ver suas mãos tremerem.

Alicia chega com o carro e o estaciona ao lado do deles.

— Fica de costas para mim Victor. — Ordeno e o algemo em seguida. — Vamos dar um passeio parceiro. — Digo apontando para o porta-malas do carro.

Coloco ele dentro do porta-malas, entro no P1 do carro e as meninas entram comigo.

— Não esquece, estamos de olho em você. — Digo para o Quaresma antes de sair dali e ele apenas confirma com a cabeça e entra no carro dele.

Não demora muito para chegarmos na balada. Descemos do carro e aviso as meninas que ia tirar o cara do porta-malas.

— Gostou do passeio? — Pergunto assim que tiro ele do carro.

— O que está acontecendo aqui? — Ele pergunta pálido como um fantasma.

— Já, já vai entender, agora segue minhas parceiras que vamos te apresentar um lugar. — Digo e as meninas entram na balada.

Rádio ligado.

(Luna): meninas, chegamos na balada com o cara, tirem o Lúcio e a Chiara da vista dele, e quero todas mascaradas.

(Renata): pode deixar chefa, vou colocar os dois na sala de reuniões, Vanessão e Priscilão já acordaram e estão cientes da situação.

(Priscilão): estamos no cativeiro esperando vocês.

(Gabi): já consegui a passagem para a Júlia.

(Luna): mandem a Júlia ficar junto das crianças.

(Gabi): certo, vou deixá-la lá.

Rádio desligado.

Entramos na balada e o levamos até o cativeiro onde Vanessão e Priscilão nos esperavam.

Rádio ligado.

(Luna): mais alguém vai querer participar do interrogatório ou já podemos começar.

(Renata): já estou chegando aí chefa.

(Gabi): estou aqui na porta ouvindo tudo.

(Luna): beleza.

Rádio desligado.

— Senta aqui bonequinho, temos muito o que conversar. — Vanessão diz indicando uma cadeira de ferro no meio da sala.

Ele se senta encarando Vanessão que já estava com seu machado em mãos.

— O que querem comigo? — Ele pergunta com a voz tremula.

— A verdade, temos algumas suspeitas de que você está envolvido com um pessoal que, como posso te explicar? A gente não gosta deles. — Digo ficando entre Vanessão e Priscilão de frente para ele.

— Odiamos eles e queremos a cabeça de todos eles em bandeja bem bonita. — Ivete diz escorada na porta ao lado da Gabi.

— Eu não sei sobre o que estão falando. — Ele diz enquanto algumas gotas de suor se formavam em sua testa.

— Está nervoso Victor? — Priscilão pergunta quase rindo do menino.

— Ou deveríamos chama-lo de Michell Stuart? — Completo a pergunta e na mesma hora ele arregala os olhos para mim.

— Eu não sei como sabem disso, mas juro que não tenho nada a ver com as pessoas que estão procurando. — Ele diz sem conseguir controlar seu nervosismo.

— Mas sabe muito bem de quem estamos falando pela reação não é mesmo? — Maju diz colocando a mão no ombro dele.

— S-sei, mas não tenho nada a ver com isso, nunca tive. — Ele diz quase que implorando para que acreditemos.

— Relaxa cara, está muito nervoso para quem não tem culpa no cartório. — Gabi diz segurando a risada.

— Já sabemos de praticamente tudo dos seus amiguinhos e que você é a merda de um espião e que está passando informações para eles de dentro da Dp, então se eu fosse você desembucharia logo enquanto a gente ainda está com paciência para te ouvir. — Digo e o vejo engolir cada palavra a seco.

— Eu não tenho nada a haver com eles, troquei de nome exatamente para que ninguém me relacionasse a eles. — Ele diz gaguejando enquanto o suor escorria pela sua testa.

— Não vem de papo furado pra cima a gente, parceiro, já sabemos que você é filho de Michell Stuart, um dos fundadores da Red Murders que agora está sendo liderada por Cold Jhonnes. Vocês se meteram com as pessoas erradas, tiveram a coragem de sequestra a nossa chefe e agora vão pagar por isso então é melhor abri essa boca de uma vez. — Digo e dou um soco na sua cara.

— E-EU NÃO TENHO NADA A VER COM O MEU PAI, ISSO NÃO É CULPA MINHA. — Ele diz enquanto chorava e um pouco de sangue escorria da sua boca.

— Chega de choro, nem parece que é pula. — Alicia diz limpando o sangue da cara dele.

— Passei a minha vida inteira escondido só para não ser relacionado as merdas que meu pai fez, eu nunca fiz nada de errado e ainda assim o fantasma dele me persegue. — Ele desabafa ainda chorando.

Rádio ligado.

(Gabi): tem certeza que pegaram o cara certo? Esse daí não passa de um bebe chorão.

(Luna): é ele, certeza, mas também não to entendendo ou ele está metendo o louco pra cima da gente, ou eu não sei o que fazer.

(Vanessão): se ele não quer falar, a gente finaliza e continua nossa investigação.

(Priscilão): vamos tentar mais um pouco, ele tem que saber de alguma coisa.

Rádio desligado.

— Vou te explicar uma vez o que vai acontecer aqui e as escolhas que você tem, então escuta com muita atenção. Não queremos saber se você é inocente ou se está sendo obrigado a fazer o que quer que esteja fazendo. Estamos atrás de informações, ou você fala o que a gente quer saber, ou vamos te deixar aqui com a minha amiga de bandana rosa e não vai gostar nem um pouco do que ela vai fazer. — Priscilão diz se abaixando na frente dele. — O que você sabe dos Red Murders e de Cold Jhonnes?

— Ele está sendo procurado pelo FBI por uma série de assassinatos em Nova Iorque e por tráfico, é só o que sei. — Ele diz tentando engolir o choro.

— Assim você não me ajuda parceiro, isso aí qualquer um sabe, quero alguma coisa valiosa para te deixar sair vivo desse lugar, caso contrário já imagina o que vai acontecer. — Ela diz, ele respira fundo e controla o nervosismo.

— Tem algumas informações que a delegada me passou, mas não é nada relevante. Ela me disse que o FBI descobriu o nome de todos os membros que já estiveram na cidade. Cold Jhonnes, Brian Jhonnes que foi encontrado morto dentro de um barracão, Rodrigo Garcia, Michael Scofield, Naome Smith, Viana Torres e mais três desertores do exército americano. Elizabeth Thompson, David Miller e Thomas Miller. — Ele diz os nomes entre pausas como se tentasse se lembrar de tudo.

— Meu amigo, isso daí a gente já sabe e quer uma atualização, Viana e os três soldadinhos já estão a sete palmos de terra. — Ivete diz se intrometendo no interrogatório.

— Mais alguma informação, porque como pode ver ainda não nos disse nada de útil? — Priscilão questiona e ele fica alguns segundos em silêncio.

— A delegada tem algumas desconfianças, mas não é nada comprovado. — Ele diz e nos entre olhamos. — O FBI acredita que Teddy Alcapone e Cristal Giorno também estão envolvidos com a máfia, ela já acha que ou os dois foram sequestrados por eles, ou mortos.

— Ela disse mais alguma coisa de Cristal Giorno? — Pergunto e Priscilão se afasta do mesmo para que eu possa me aproximar.

— Não, ela disse que é só uma suspeita porque conhecia um pouco essa mulher e as pessoas próximas a ela, estavam muito agitadas nos últimos dias. Eu disse que era loucura, porque se eles realmente tivessem sido sequestrados haveriam esses amigos teriam feito um boletim na delegacia para avisar que ela desapareceu. — Ele diz um pouco mais calmo.

— Ela só disse isso? — O pressiono para arrancar mais alguma informação.

— A senhorita Mariana também acredita que Cristal não faz parte da máfia e juntas estão investigando o caso por conta própria. Segundo elas o FBI não aceita essa teoria por causa da ficha da senhorita Cristal. — Ele continua explicando a situação. — Também encontraram uma casa próxima à residência da Cristal que já havia sido revirada. Elas não informaram isso para o FBI, só confiaram a informação a mim.

— Péssima escolha a delas, foram contar justo para o infiltrado. — Renata diz num tom de ironia.

— Eu não sou infiltrado, elas confiam em mim, foi a própria delegada que me convocou para o departamento. — Ele diz um pouco nervoso.

A Clara confia nele ou isso não passa de um truque? Merda, não consigo dizer se ele está mentindo ou não.

— Está bem, espero que esteja com a consciência bem limpa, assim não nos encontraremos no inferno. — Digo saindo da sala.

Rádio ligado.

(Luna): podem o finalizar.

Rádio desligado.

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora