Capítulo 61: Ele não seria capaz

537 50 111
                                    

POV Luna

Acordo toda travada com uma tremenda dor na coluna acompanhada de uma terrível dor de cabeça. Me levanto e vou até a cozinha em busca dos meus remédios. Tomo três comprimidos: um para a dor nas costas, um para ressaca e outro para a dor de cabeça. Engulo os três de uma vez com um copo de água gelada para não sentir o gosto amargo dos comprimidos. Em minutos vejo Ivete acordar toda destrambelhada quase caindo em cima das meninas que ainda estavam dormindo.

- Bom Dia. - Ela diz se sentando no balcão com a mão no rosto e uma cara de dor.

- Bom Dia. - Digo rindo baixo da sua cara.

- Me diz que você tem um estoque de remédios para dor de cabeça e ressaca, porque caralho que mal estar. - Ela diz e coloco todas as minhas cartelas de remédios para ressaca e enxaqueca no balcão.

- Tenho uma cartela de remédio para ressaca e umas duas para dor de cabeça. - Digo e ela pega um comprimido de cada e toma de uma vez sem água nem nada.

- Isso não vai dar pra todo mundo não. - Ela está olhando para meninas na sala.

- Eu tenho um pé de boldo no jardim, dá pra fazer um chá que é tiro e queda pra ressaca. - Digo e a vejo se levantar.

Vamos até a entrada de casa com todo cuidado para não acordar as meninas. Saímos e vamos até uma hortinha que havia feito no jardim próxima a algumas moitas de babosa que haviam ali. Ivete começa a pegar algumas folhas para fazer o chá para as meninas quando percebo Cold todo contente falando no celular escorado em seu carro. Assim que ele me percebe toda sua felicidade evapora e sua expressão se fecha instantaneamente, logo ele desliga o celular, o joga no chão próximo a umas moitas que haviam em frente casa da Cristal e entra na mesma.

- Ou ele aceitou que é um corno manso ou ele não viu vocês duas ontem. - Ivete diz próxima ao meu ouvido me dando um baita susto.

- Eu não acho que seja isso, tem alguma coisa acontecendo, a questão é o que? - Digo e Ivete me olha como se concordasse comigo.

- Vamos voltar pra casa antes que as pragas acordem e iniciem o apocalipse. - Ela diz e me levanto sem tirar os olhos da casa da Cristal.

- Ok, já pegou o suficiente para fazer o chá? - Pergunto observando as janelas do lugar tentando encontrar Cristal em algum lugar.

- Sim ... tá procurando por ela? - Ivete pergunta dando alguns passos em direção a casa e me vendo parada.

- Sim ... - Digo e decido me abaixar para poder disfarçar que estava os observando.

Fico atrás de umas moitas para não me perceber e Ivete faz o mesmo, pego meu binóculos e começo a procura-la pela cozinha, no quarto da Chiara e no seu quarto até que finalmente a encontro saindo do banheiro com o corpo todo coberto, parecia assustada com alguma coisa e estava ... mancando. Ele não fez isso ... ele não seria capaz. Sinto meu sangue ferver, não estava mais me controlado, apenas me levanto indo na direção da casa e ouço Ivete me gritando, mas a ignoro. A única coisa que se passava em minha cabeça era como iria mata-lo, como o faria sofrer por machucar o amor da minha vida até que sinto alguém me segurar enquanto outra pessoa me algemava. Me colocaram no colo e antes que eu pudesse gritar sinto uma fita ser colocada em minha boca e um capuz em minha cabeça tampando toda minha visão. Eu estava possessa não queria saber o que havia acontecido, quem fez isso ou porque fez. Pela primeira vez eu só queria o sangue de Cold em minhas mãos. Pela primeira vez eu sentiria prazer em matar alguém. Sou sentada em uma cadeira e tiram o capuz da minha cabeça me permitindo ver as meninas desesperadas na minha frente.

- Você tá louca? Achou mesmo que iria conseguir entrar naquela casa e pronto, todos os problemas seriam resolvidos? - Ivete me pergunta tirando a fita da minha boca.

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora