POV Luna
Algumas meninas analisavam os documentos sobre a mesa e outras observavam a casa.
— O garoto estudava sobre a doença da Cristal, mas já devem saber isso. — Mari diz e algumas meninas concordam.
— Uma de nós investigou, mas as informações principais que conseguimos foram sobre os remédios e algumas próteses que ele criou. — Renata diz cabisbaixa.
— Até pegamos algumas injeções e comprimidos para a Cristal, mas a maioria venceu antes de encontrarmos ela. — Completo a informação.
— Soubemos recentemente que uma antiga colega dele vai dar continuidade ao estudo. Muitos laboratórios e centros de pesquisa estão dispostos a auxiliá-la nesse projeto. — Clara avisa e planta uma semente de esperança em todas nós.
— E o que têm para nos contar sobra a cidade? — Questiono curiosa.
— O básico, aqui já possuem algumas facções, as principais são: Vagos, dominam uma comunidade, são influentes e a polícia local desconfia que eles controlam o mercado da cocaína. Não possuem tanta informação quanto aos membros nem sobre os líderes. Bloods, motoqueiros, envolvidos em diversos conflitos e vandalismos e também conhecidos por um estilo punk. Têm um bar deles, afastado do centro da cidade, em questão de produto, não há muita informação, mas eles não costumam se esconder. Alguns membros já são fitados pelo departamento, o problema é que nunca estão sozinhos, sempre andam em dez a quinze e dificilmente os policiais se envolvem com esse pessoal. Por fim, as Sombras, os dados desse grupo se resumem a seguinte frase: "Gangue exclusivamente feminina, não deixam rastros, nem testemunhas. Como se mata uma sombra?" — Clara espalha algumas fichas de criminosos. — Pelo que entendemos, tudo que conseguiram sobre elas foi passado por um delator, o qual morreu na sala de interrogatório com uma faca cravada no meio da testa. Os oficiais que o interrogavam foram encontrados dias após o acontecido, esquartejados em sacos pretos espalhados pela cidade. Muitos especulam que a gangue invadiu o departamento após hackear o sistema e deixaram X9 na sala como um recado. — Ela finaliza com um sorriso desafiador.
— Uma cena de crime muito limpa para um plano improvisado. — Maju diz com a foto da sala de interrogatório nas mãos.
— Porque não foi improvisado. Elas arquitetaram isso no mínimo alguns dias antes, talvez semanas. — Priscilão fala orgulhosa, um concorrente a altura.
— Já sabem o que vão fazer? — Mari pergunta e rio.
— Mariana, não esqueça que ainda somos policiais e elas não são ingênuas de nos contar algo nesse nível. — Clara diz séria ao levantar. — Se não tiverem mais nada para nós sobre Quaresma e Scofield, estamos de saída.
— Não vão levar o velho com vocês? — Questiono.
— Não gostou de conhecer o sogro, Luna? — Mari brinca, algumas meninas riem e mantenho-me indiferente.
— Ele irá conosco, na verdade, nós iremos com ele, por isso vamos esperar a boa vontade do Senhor Giorno no departamento. — Clara explica enquanto ajeitava o distintivo no peito e a pistola presa a coxa.
— Quando nos veremos novamente? — Priscilão questiona. — Não queremos mais reuniões surpresas como essa.
— Entro em contato pelo celular quando necessário, podem fazer o mesmo. — Clara caminha acompanhada da Mari até a saída.
Em pouco tempo observamos o táxi levá-las para fora da vinícola.
— Guardem e descarreguem os carros. Vou averiguar onde podemos colocar o que for de ilegal e depois decidiremos os quartos de cada uma. — Ordeno e antes das meninas saírem, uma voz atrai a nossa atenção.
— Posso ajudar as senhoritas com a organização das malas? — Uma senhora de cabelos brancos presos num coque, óculos redondos, brincos chamativos, sorriso meigo e vestido florido estava a uma distância curta de nós.
— Ah! Oi, qual o nome da senhora? — Pergunto assustada com a presença dela.
— Oi! Moça bonita, sou a governanta da vinícola, dona Marli. — Ela segura a minha mão com carinho. — A senhorita é a filha do patrão Giorno, Cristal?
— É um prazer conhecê-la, mas não. Sou Luna, somos amigas da Cristal, ela deve chegar em breve. — Respondo com um sorriso e as meninas, atrás de mim, confirmam com a cabeça.
— Todas vão morar aqui com a senhorita Giorno? — Ela cumprimenta uma a uma.
— Sim, senhora, mas não precisa se preocupar que não damos trabalho. — Renata afirma empolgada e abraça a velhinha.
— Dona Marli, a Senhora está no céu ou é pessoa rica. — Ela dá uma risada gostosa. — E bom mesmo é casa cheia, agora vou poder cozinhar tudo que gosto para vocês.
— Já me conquistou dona Marli, prazer Ivete. — Ela abraça a senhora que abre um sorriso ainda maior.
— Agora conheço a Luna e a Ivete, quem são as outras belas moças a minha volta? — Marli as encara.
— Também me ganhou na bela moça, sou a Gabi. — Conforme se apresentavam ganhavam um abraço aconchegante dela.
— Agora com todas apresentadas, dona Marli, nos trouxemos alguns itens de valor pessoal e precisamos guardá-los num lugar seguro e espaçoso. De preferência que seja escondido na casa, sabe de algum cômodo assim? — Tento omitir as nossas reais intenções.
— Olha, tem essa adega antiga, é bem escondida com uma ótima refrigeração, mas dá para desligar se preferirem. — Ela caminha devagar até um freezer de duas portas.
As meninas se entre olham enquanto ela sorria para nós.
— É uma ótima opção, mas sinto que precisaremos de mais espaço do que uma geladeira pode oferecer. — Renata tenta negar da forma mais simpática que conseguia.
Ela abre as portas e vemos um enorme cômodo com algumas prateleiras de madeiras repletas de garrafas de vinho. Isso, sim, é um lugar escondido, sorrio e entro com as meninas.
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Nem a distância nos separa
FanfictionDentro de uma família, se criam laços, uns mais fortes que outros e o que elas criaram se tornou tão indestrutível que mesmo distantes, uma consegue sentir as emoções da outra. Mesmo que o mundo pareça estar contra, esse laço as uni, as prende. Essa...