Capítulo 114: Incendiaria

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POV Luna

- Mamãe Luna... Mamãe... – Mel me chamava tentando me acordar.

Abro meus olhos e sento na cama ainda despertando daquele sonho.

- Viu Mel, a mamãe tá bem, só estava cansada. – Chiara diz rindo da situação.

- Mas a Mel viu a mamãe chorar. – Ela diz, se senta no meu colo e passa a mão na minha bochecha que estava molhada.

- Tá tudo bem pequena, foi só um sonho muito bom. – Digo a ajeitando em meu colo e dando um beijo em sua bochecha. – Bom dia filhotas.

- Bom dia mamãe Luna. – As duas dizem ao mesmo tempo e Mel abraça minha cintura.

- Que horas são? - Pergunto incomodada com a luz do sol que vinha da janela do meu quarto.

- Quase uma da tarde. – Chiara diz rindo da minha surpresa.

– Se a Mel não insistisse em acordar a mamãe, a gente apostaria que dia a mamãe iria acordar. – Mel diz risonha.

- Engraçadinhas. – Digo puxando as duas pra cama e fazendo cosquinhas nelas.

Ficamos nesse clima bom até que minha barriga ronca alto e rimos da situação.

- Vamos Mel, mamãe ainda tem que se arrumar para ir almoçar. – Chiara diz dando a mão para a pequena e saindo do quarto.

Arrumo o quarto e vou para o banheiro tomar um banho e fazer minhas higienes. Saio minutos depois e visto uma calça de moletom cinza, um top preto e um coturno de couro escuro. Vou para a sala e vejo as meninas reunidas com os meninos na sala. Cumprimento todos e vou para a cozinha. Haviam um prato separado para mim próximo ao fogão e ainda estava quente. Me sento na mesa da cozinha e começo a comer quando as meninas se juntam a mim.

- Finalmente a princesa acordou. – Ivete diz brincalhona e percebo a preocupação na expressão de todas.

- O que tá rolando? – Pergunto e elas se entre olham.

- Estamos curiosas sobre o diário e... estamos bem empacadas na investigação. – Priscilão diz e foi como se tivesse um estalo na minha cabeça e me lembro de tudo que havia lio ontem.

- Agora que me lembrei, Cristal escreveu sobre as localizações dos pontos marcados nos mapas, se n me engano ela utilizou um hacker no sistema da casa para conseguir essas localizações e as anotou em um calendário. – Digo e um sorriso se forma no rosto da Vanessão.

- As localizações que Priscilão havia encontrado. – Vanessão diz empolgada.

- Mas eram muitas Vanessão, tem no máximo uns sete pontos no mapa e tinha umas seis localizações em cada dia. – Priscilão diz desanimada.

- Podem ter localizações falsas, igual aos mapas. – Maju diz pensativa.

- Concordo com a Maju, a mamacita usou pontos falsos para encobrir os verdadeiros nos mapas, ela pode ter feito a mesma coisa com as localizações. – Gabi diz apoiando a ideia da Maju.

- E como vamos conseguir definir qual é verdadeira e qual é falsa? – Renata pergunta completamente perdida.

- Podemos comparar os pontos. – Priscilão diz e vemos seu semblante se animar. – É isso, se colocar todas as localizações do calendário em um mapa digital, vamos poder comparar os pontos e ver quais deles batem com os pontos do mapa que a gente já tem.

- Com essas localizações vamos conseguir descobrir onde eles se escondem. – Ivete diz empolgada e meu celular começa a tocar.

Saio da mesa, me afastando das meninas para atender.

Ligação com Quáqua on:

(Quaresma): Oi...

(Luna): O que quer?

(Quaresma): Só liguei para avisar que a policia está querendo investigar o condomínio e o alvo principal é a casa da Cristal.

(Luna): Como assim? Por que?

(Quaresma): Alguns agentes afirmaram que haviam motos pretas rodando aquele local a poucas semanas.

(Luna): Por que está tão preocupado com isso?

(Quaresma): Porque eu vi o estado da casa e se eles virem não só vão começar uma investigação sobre os donos do lugar, mas dos vizinhos também, ou seja, o FBI vai começar a procurar pela Cristal e vocês vão ser as principais suspeitas do desaparecimento dela por não terem relatado nada a polícia sobre isso.

(Luna): Vamos dar um jeito nisso.

(Quaresma): Eu sei que vão, só tomem cuidado, estão fazendo rotas por ali, se forem vistas ninguém vai conseguir encobri-las.

(Luna): Entendi, tomaremos as devidas providencias.

Ligação com Quáqua off.

Volto para a mesa e as meninas ainda estavam empolgadas com a informação das localizações.

- Alguém importante? – Maju pergunta me observando.

- Quáqua, aquele pula que se diz aliado, ele me informou sobre a rota da policia e a investigação que estão fazendo. – Digo já tentando pensar no que podemos fazer com a casa. – Parece que estão querendo investigar o condomínio por causa de umas motos que estavam rondando o lugar.

- E qual o problema nisso? – Ivete pergunta sem se importar com a informação.

- A casa da Cristal tá arrombada, por dentro parece que foi metralhada e ainda tá cheia de marcas de sangue, mas não deve ser nada demais. – Gabi diz debochando da Ivete.

- Sem contar que o baú dela ainda deve estar cheio, ninguém mexeu nele pelo que eu saiba. – Renata completa a informação.

- O que vamos fazer, chefa? – Alicia pergunta preocupada.

- Primeiro temos que tirar todas as coisas que possam nos incriminar lá de dentro, desde de armas a fotos nossas. – Digo e as meninas confirmam.

- Também temos que dar um jeito na casa em si, limpar ela não vai esconder os furos de balas nas paredes ou as manchas de sangue e ainda tem aquele cômodo que a bonequinha construiu. – Vanessão diz e percebemos quantas provas havíamos deixado para trás.

- Podemos tacar fogo em tudo. – Renata diz e todas a olham.

- Agora eu vi, temos uma incendiaria. – Maju diz rindo da ideia.

- Não é uma ideia tão ruim, é até pratica. – Priscilão diz séria. – Se não me engano as barras principais de sustentação da casa são de madeira, podemos tentar resgatar algumas coisas, tacar gasolina no que sobrar e botar fogo.

- Assim podemos fazer com que se pareça um acidente e conseguimos destruir todas as prova que poderiam nos incriminar de uma só vez. – Vanessão conclui animada.

- Aí gente eu sou maravilhosa mesmo podem falar. – Renata diz achando por ter dado a ideia.

- Vamos cuidar disso essa noite então, antes que eles resolvam agir antes de nós. – Digo me levantando da mesa e colocando meu prato na pia.

Essa noite vamos entrar naquela casa uma ultima vez. As vezes sinto que a cada dia as memorias dela se tornam mais distantes, mais confusas, ou até mesmo mais esquecidas.

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora