POV Luna
Vejo a doutora, uma enfermeira e um enfermeiro entrar no quarto com a Cristal desacordada em uma maca. Elas a colocam na cama e ligam os aparelhos enquanto faziam algumas anotações. Ela estava ali, parecia dormir como um anjo se não fosse pelos aparelhos e pelas faixas que tapavam seus seios.
— Srta. Carter, posso chama-la Luna? — A doutora pergunta com um sorriso simpático.
— Claro, como ela está? — Pergunto sem conseguir tirar os olhos daquela cena.
— Estável, a cirurgia foi um sucesso, ela é muito forte. — Ela diz e observa Cristal como eu. — Ela possui uma doença degenerativa pulmonar.
— Desculpa, mas não entendi, o que isso significa? — Pergunto confusa pelos termos que ela usou enquanto os enfermeiros nos deixam a sós.
— Alguns meses após o nascimento da filha dela, Chiara certo? — Ela pergunta e confirmo. — Ela veio aqui fazer uns exames rotineiros, mas reclamou de muita falta de ar, estranhei e fiz um exame de sangue e um raio-x do tórax, nesses exames percebi uma deformação em seu pulmão esquerdo que dificuldade sua respiração, tentamos diversos tratamentos e remédios diferentes e nada funcionava, aí descobri o que ela tinha. Ela possui uma condição rara que ocasiona a degradação genética dos pulmões e não tem cura. — Ela diz e sinto mais lágrimas escorrerem dos meus olhos.
— Ela nunca falou nada. — Digo e apoio na cama. — Não sabia pelo que ela estava passando.
— Ela disse que não queria preocupar vocês, já estava desacreditada, mas pode ficar bem se continuar com os remédios diários e diminuir o estresse, ela precisa se cuidar para continuar com a vida normalmente e por um bom tempo. — Ela diz e coloca a mão no meu ombro. — Ela é uma guerreira, ainda vai ficar aqui por um bom tempo, mas preciso que me ajude a cuidar dela.
— Não posso a perder. — Digo e enxugo as lágrimas.
— Você não vai, vão conseguir superar isso gradualmente, um passo de cada vez. — Ela diz e me abraça.
— Ela vai ficar desacorda por muito tempo? — Pergunto assim que desfaço o abraço.
— Não posso afirmar com exatidão porque depende muito dela, mas acredito que dentro três ou quatro dias ela estará consciente. — Ela diz ao analisar um dos monitores. — Preciso ir agora, tenta descansar, ela já está fora de perigo.
— Vou tentar. — Afirmo e vejo a doutora sair do quarto.
Pego uma das poltronas do quarto e coloco ao lado da cama de Cristal, me sento e ligo o rádio para avisar as meninas sobre ela.
Rádio ligado.
(Luna): meninas? Ainda estão acordadas?
(Alicia): sim, chefinha, teve alguma notícia?
(Maju): estamos todas acordadas.
(Vanessão): como está nossa bonequinha?
(Luna): ela acabou de sair da cirurgia... foi um sucesso segundo a doutora, ainda está desacordada com vários aparelhos ligados a ela, mas parece dormir como um anjinho. — Digo e acaricio seu rosto que estava com um curativo na testa provavelmente pelo corte.
(Renata): que maravilha. — Ouvi Renata comemorar com a voz um pouco tremula.
(Gabi): nossa mamacita está bem... ela ainda está com a gente. — Gabi diz enquanto chorava de felicidade.
(Ivete): que susto essa bifestinha nos deu.
(Vanessão): quero ir aí ver nossa bonequinha.
(Priscilão): vou com você, fala o andar e o quarto Luna.
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Nem a distância nos separa
FanfictionDentro de uma família, se criam laços, uns mais fortes que outros e o que elas criaram se tornou tão indestrutível que mesmo distantes, uma consegue sentir as emoções da outra. Mesmo que o mundo pareça estar contra, esse laço as uni, as prende. Essa...