Capítulo 199: Kuro Sanches

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POV Luna

Os minutos passavam lentos, não avistávamos movimento, no máximo conseguíamos ouvir um resquício da música até o Din me ligar.

Ligação com Din The Lost ligada.

(Din): oi, parceira! Já estão na festa?

(Luna): chegamos adiantadas para observar o lugar envolta e vocês?

(Din): também, viram alguém entrar?

(Luna): não, sem movimento desde que chegamos.

(Din): então esses veículos já estavam aqui. Os meninos confirmaram que esses carros amarelos são dos Vagos, temos as placas deles anotadas.

(Luna): sabem os donos deles?

(Din): não, mas os meninos pegaram as placas quando fizemos uma reunião com esse pessoal.

(Luna): Maju acredita que o mais rebaixado com neon é da Kátia e a Renata desconfia que a moto vermelha na entrada é do Kuro.

(Din): pelo menos o cara tem bom gosto. — Ri. — E também sabemos que não estão só os Bloods a nossa espera lá dentro.

(Luna): aqueles caros pretos ou azuis, não consigo diferenciar, já os viu antes?

(Din): não, são novidade para nós também. — Duas vans pretas com adesivos de diabo nas laterais estacionam. — Tríade.

(Luna): é, parece que não somos tão exclusivos assim. — Rio e algumas pessoas descem das vans de ternos e máscaras de diabo, mas diferentes das antigas, essas eram brancas. — Quando eles mudaram a cor deles?

(Din): não faz muito tempo, Clarisse disse para os meninos que queria uma cara nova para a Tríade, mas, sinceramente, vermelho é a cor dos Bloods. A minha teoria é que eles tomaram um esporro dos caras e mudaram.

(Luna): puts! Se tiver sido isso, eles já se conhecem.

(Din): uma mulher e três caras, certeza que Clarisse e Octavius estão ali. — As pessoas mostram as pulseiras para o cara que libera a entrada deles. — Ué! Eles não são exclusivos como vocês, também receberam as pulseiras.

(Luna): nem sei se isso é bom ou ruim.

(Din): então a Cristal não sabia de nada dos caras?

(Luna): não, mas pode existir alguma relação entre eles e o Cold.

(Din): que merda! Esse cara, mesmo morto, nos persegue.

(Luna): faço das suas palavras as minhas. — Percebo um homem de blazer vermelho vibrante, cabelo preto armado num belíssimo black power e a pele negra.

(Din): Kuro!

(Luna): esse é o cara? — O percebo acender um cigarro, soltar a fumaça no ar e olhar diretamente na minha direção com um sorriso. Um olho castanho e o outro com uma estranha lente roxo.

(Din): o que ele está a fazer? — Questiona confuso quando Kuro acena na minha direção. Estava deitada numa moita com visão para a entrada. Como ele poderia saber onde estou?

(Luna): preciso desligar.

Ligação com Din The Lost desligada.

O observo caminhar na minha direção e junto me as meninas mais próximas aos carros.

— Como esse cara sabe onde estamos? — Pergunto enquanto entravamos nos veículos.

Rádio ligado.

(Luna): alguém pode me explicar como esse cara nos viu?

(Priscilão): não faço ideia, vamos sair daqui logo.

(Maju): para onde? Ele vai nos ver de qualquer jeito.

(Luna): saiam dos veículos e fiquem perto, não vamos deixar isso nos afetar. Deixem que falo com ele.

Rádio desligado.

Saio do carro, apoio na porta com a pistola na mão e cruzo os braços enquanto ele se aproximava. As meninas percebem a minha posse e começam a se organizar próximas a mim.

— Ei! Qual o nome de vocês? — Kuro estava a poucos passos de nós com um sorriso e olhava diretamente para mim. As meninas se entre olham e apenas o encaro. — Não querem falar? De boa, minha pergunta foi meio intrometida, né? Aqui não temos o costume de esconder o rosto. — Ele passa a mão na nunca e ri sem jeito. — Vocês não vão entrar? Já estão aqui a tanto tempo. A festa está boa podem confiar.

— Na verdade, não fomos convidadas. — Digo confusa, como alguém assim seria o líder duma das facções mais influentes da cidade? Ele olha para os nossos carros.

— Claro que foram. São as nossas convidadas VIP's. — Ele diz e percebo sobre o ombro dele outra pessoa se aproximar e os meninos estacionarem as motos em frente a boate. — Fiz questão de levar o convite, mas como organizamos tudo de última hora, não pude entregar em mãos.

— Qual foi, Kuro? Falei para não vir aqui, elas iriam entrar quando se sentissem à vontade. — Um loiro com a cabeça abaixada, de cabelo curto, liso, com as pontas azuis lhe dá um tapa na nuca.

— A ansiedade foi maior, não pude me conter. Esse é Umi, já devem ter nos vistos pela cidade. — Kuro bagunça os cabelos do menor.

— Desculpem a intromissão desse cabeça oca. Vamos voltar! — Umi se vira para a boate e o puxava pela mão.

— É melhor estacionarem os caros aqui na frente, no meio das moitas pode arranhar a pintura. — Ele grita enquanto era arrastado até a entrada da boate.

— O que acabou de rolar aqui? — Gabi questiona incrédula.

— Não faço ideia. Levem os veículos e os deixem perto das motos dos meninos. — Ordeno enquanto caminhava para perto de Din, Spok, Isa e Shay que estavam sem máscaras a olhar na nossa direção.

— Deu problema? — Spok questiona curioso enquanto as meninas posicionavam os veículos.

— Nem sei o que aconteceu ali. — Digo ainda perdida no jeito estranho daquele cara. — Sem máscaras?

— É, não faria muita diferente, os Vagos já nos conhecem. — Din explica e tiro a minha bandana.

— Tem razão, provavelmente, eles já sabem mais do que imaginamos. — Ajeito o meu rabo de cavalo e as meninas se juntam a nós.

— Podemos tirar também? — Renata questiona.

— Quem quiser, sem problema. — Permito e todas guardam as bandanas nos bolsos. — E o restante de vocês?

— Mandei-os fazerem uma ronda por aqui, por precaução. — Din explica e mostra a pulseira no seu pulso. — Já que só quatro podem entrar e vocês?

— Somos VIP's. — Maju responde e dá uma risada debochada.

— Então sabemos quem vai pagar a bebida hoje. — Shay deixa o clima mais leve.

— Vamos entrar juntos? — Spok já estava ao lado da Renata.

— Claro, por que não? — Aproximamos da porta.

O segurança confirmou as pulseiras do MC e na nossa vez apenas escancarou as portas para entramos. Música boa, uma fogueira no meio da pista de dança, luzes sincronizadas em tons de vermelho, palco e uma escada a esquerda a qual levava a um mezanino onde ele nos observava com o mesmo sorriso enquanto caminhava até nós. Quem é você, Kuro Sanches?

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora