Capítulo 152: Funeral

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POV Luna

— Já conseguimos o carro e os caixões para os enterrar. Acredito que seja melhor fazermos isso hoje e nos despedirmos deles logo. — Ele diz e encara o próprio copo para evitar qualquer contato visual.

— Tudo bem, quando pretendem fazer isso? — Pergunto e olho para o Lúcio que conversava com a Chiara.

— Estávamos esperando vocês para buscarmos as crianças. — Alicia se pronuncia e noto os seus olhos vermelhos.

— Certo, podem ir, vou ficar para cuidar da Cristal e da Ivete. — Digo e mordo o meu misto.

— Charlie, Júlia e eu ficaremos responsáveis por isso. — Amanda diz e agradeço.

Novamente o silêncio se estabeleceu sobre nós. Termino o meu café e vou até a Chiara avisa-la do que faríamos. Ela concorda e vamos juntos para os carros escondidos atrás do hospital junto da funerária que Din havia dito. Esse provavelmente foi roubado de algum lugar pelos adesivos nas suas laterais.

Rádio ligado.

(Maju): Din pediu para avisar que o Jhon e a Isa vão direto para o lugar do enterro organizar tudo.

(Renata): avisa que o Spok e eu também vamos ajudar.

(Maju): eles estão na Urus preta com perolado vermelho, é só os seguir.

(Renata): okay.

Rádio desligado.

Não demoramos muito para chegarmos em casa. A chuva ainda não havia parado e o céu estava nublado sobre nós. Maju e Din foram os primeiros a estacionar o carro e entrarem na casa. Em seguida, Barone, Gabi, Alicia, Folgadinho e Priscilão os acompanharam. Estaciono e Lúcio, Chiara e eu permanecemos sentados dentro do veículo por alguns segundos.

— Desculpa, não consigo vê-las agora. — Lúcio diz e Chiara segura a sua mão.

— Não vamos sair do seu lado, mas as suas irmãs vão precisar de você. — Chiara diz com um sorriso acolhedor.

— Os três já são muito fortes sozinhos, mas não precisam passar por isso assim. — Digo, saio do carro e abro a porta dele. — Vamos estar juntos a todo o momento, por vocês e por eles.

Chiara dá a mão para ele e os dois entram juntos na mansão. Alicia estava abraçada aos gêmeos que choravam no seu colo. Maya tinha os braços envolta do pescoço da Maju enquanto Din acariciava as suas costas e os seus cabelos. Assim que Lúcio e Chiara entram, as gêmeas correm até eles e pulam nos seus colos. Os olhos delas já estavam vermelhos e os rostos molhados pelas lágrimas. Mel se aproxima de mim devagar abraçada a uma folha. Vejo ela estender os braços e pedir-me colo. A pego e ela abraça o meu pescoço com força quando as suas lágrimas começam a molhar a minha blusa.

— A Mel teve um sonho ruim. — Ela diz e solta o meu pescoço para enxugar o rosto. — Ela estava sozinha, tinha perdido a mamãe Luna e a maninha para sempre.

Mel mostra o desenho nas suas mãos. Era ela sozinha num lugar escuro, muito diferente das outras artes coloridas e felizes que já havia feito.

— Estamos aqui, pequena, para você abraçar e apertar o quanto quiser. — Digo e beijo a sua bochecha.

Ela rasga o desenho, o amassa e deita a cabeça no meu ombro. Lúcio e as gêmeas estavam sentados juntos no sofá e dava para ouvir os soluços das duas. Foram longas horas de choro e suspiros até chegarmos onde enterraríamos os caixões. Lúcio, Priscilão e Maju levaram a Vanessão, enquanto Alicia, Jhon e Isa carregaram o Diego e Din, Gabi e Folgadinho fizeram o mesmo com o Max. Os outros tiveram que cuidar das crianças durante o caminho. A terra estava molhada, mas não o suficiente para ficar escorregadia. Não esperávamos voltar aqui para mais uma despedida.

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora