Capítulo 148: Charlie

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POV Luna

Em pouquíssimo tempo o garoto volta para o quarto acompanhado por Priscilão e Júlia.

— Júlia, troca comigo, os meus braços começaram a doer. — Jhon pede e ela logo assume o seu lugar.

— O seu ombro não estava machucado? — Priscilão pergunta ao ver-me fazer as compressões no peito da Cristal. — Sai daí, deixa que cuido disso.

Ela posiciona-se no meu lugar e continua os movimentos enquanto seguro o meu braço na esperança de amenizar a dor.

— Precisamos saber onde é o hospital mais próximo. A doutora não vai conseguir ajuda-la sem o equipamento adequado. — Digo enquanto apoiava na parede próxima à porta.

— Tem o hospital da cidade há menos de um quilometro dessa casa, mas ainda tem muitos policiais nas ruas. Se sairmos com ela agora, seremos pegas antes de aproximarmos do lugar. — Ela diz focada no que fazia.

— Ela precisa de pelo menos um respirador, uma maca para a imobilizar e um desfibrilador. Fazer uma viagem longa sem esse equipamento é entrega-la para a morte. — Amanda diz de forma firme enquanto aplica uma injeção no braço da Cristal. — Também precisamos de mais injeções de adrenalina e morfina, só tenho mais três e isso não é o suficiente para ela, Ivete e Barone.

— Podemos tentar roubar uma ambulância. — O garoto opina, pois, ouvia toda a conversa do lado de fora do quarto.

— Qual é o seu nome mesmo menino? — Pergunto ao perceber que ainda apenas o conhecia pelo vulgo Erro.

— Sou Charlie, tia Luna, por causa dessa confusão não pude apresentar-me. — Ele diz e estende a mão para cumprimentar-me.

— A ideia dele é boa, mas não muda o fato de estarmos cercados. — Priscilão diz já ofegante.

— Mesmo se formos em um grupo pequeno? Talvez umas três ou quatro pessoas devem ser o suficiente. — Ele sugere e olha para mim como se esperasse a minha aprovação.

— Pode funcionar, um grupo pequeno, discreto, que consiga se passar por civis. — Digo e volto-me para Priscilão.

— Vejo que não temos muita opção, temos que escolher quem vai realizar esse trabalho. — Priscilão apoia a ideia e um sorriso de alívio surge no rosto da Amanda.

— Vou verificar como a Ivete está, logo estarei de volta. Qualquer alteração nela, gritem. — A doutora avisa e sai do quarto acompanhado por Charlie.

— Quem pretendem mandar nessa missão? — Jhon pergunta sentado próximo à cama.

— Renata, Maju e Din são as pessoas em melhor condição no momento. Gabi e Alicia, não se machucaram, mas o estado da Ivete e a morte do Diego desestabilizaram às duas demais. — Priscilão diz ao desacelerar os movimentos pelo cansaço.

— O maior problema é o piloto. Os três são ótimos de tiro e com motos, mas não se garantem tanto no volante. — Jhon diz e se levanta para trocar com ela.

— Tem alguma indicação dos seus para assumir esse papel, Jhon? — Pergunto enquanto ajeitava o meu braço na faixa.

— A Isa não é a melhor P1 do mundo, mas acredito que dos que sobraram é a opção mais confiável. — Ele diz após pensar por alguns segundos.

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora