Capítulo 15: Me escuta ... por favor

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POV. Luna

Almoçamos juntas e não tem como negar que a Cristal é italiana. As massas que ela faz são maravilhosas. Depois acompanho Chiara até a sala e assisto alguns desenhos com ela. Vejo Cristal colocar a louça na pia e descer para o quarto. Penso em ir ver se estava bem já que parecia cansada, mas Chiara deita no meu colo e decido passar um tempo com a minha filhota. Brincamos e assistimos televisão por algumas horas até que escuto as meninas chamarem no rádio.

Rádio ligado.

(Ivete): tem três carros azuis-escuros a perseguir Gabi e eu. Ela está na direção e estamos só de pistola. Eles começaram a metralhar o carro.

(Maju): manda a loc para a Alicia que a gente ajuda vocês, estamos de moto com colete e Ak, chegamos aí rapinho.

(Vanessão): pode mandar a loc para mim ou para a Renata, estamos com a Priscilão de carro.

(Luna): manda no grupo das Hells, vou avisar a Cristal e já chego aí.

(Ivete): mandei, saímos da praça da cidade indo para o banco central, a polícia também está vindo.

(Alicia): achamos vocês, vamos começar a metralhar os carros.

(Renata): vamos chegar de pistola.

Rádio desligado.

Levanto rápido do sofá, vou para o quarto da Cristal e a vejo deitada na cama. Balanço-a com cuidado para acordar até ela abrir os olhos.

— Cristal, Gabi e Ivete estão sendo perseguidas perto do banco central. — Aviso, ela levanta e corre até o armário.

Vejo-a vestir a primeira calça que viu e pegar dois coletes que deixava ali para caso de emergência. Ela entrega-me um deles e veste o outro.

— Vamos ao baú pegar as Aks e a munição. — Ela sobe as escadas enquanto colocava o colete.

Subo e vejo Chiara dormir no sofá. Vou até o baú e pego uma Ak com 150 munições. Estava apressada para sair da casa quando percebo que Cristal não estava atrás de mim, volto um pouco e a encontro escorada na parede a tossir. Aproximo e percebo sua mão suja de sangue. Quando ela nota a minha presença limpa a mão na blusa rapidamente e sai de casa sem falar nada. Ela pega o seu zentorno branco com detalhes rosas, entra no motorista e entro no passageiro. Sabia que precisávamos conversar, mas as meninas são a prioridade no momento.

Em menos de um minuto encontramos o tiroteio e Cristal acelera para passar no meio da troca de balas e me dá uma vantagem contra os pulas. Consigo levar dois, mas acertam o pneu do carro e ela é obrigada a parar. Ficamos juntas atrás do murro de uma casa e ligo o rádio.

Rádio ligado.

(Luna): meninas? Está tudo bem?

(Gabi): alguns machucados, mas aguento mais pouco.

(Ivete): também estou de boa, Gabi e eu estamos protegidas atrás do nosso carro, já derrubamos três.

(Priscilão): consegui atropelar um, mas minha perna está sangrando pela batida, não vou conseguir fazer muito.

(Vanessão): Renata e eu estamos junto da Priscilão dentro de um beco atrás de uma lixeira, estou ocupada com o ferimento dela.

(Renata): tem dois pulas atrás da viatura na nossa frente, mas não tenho visão para acertar eles.

(Maju): a gente abandonou minha moto perto do banco, Alicia e eu estamos em cima dele e conseguimos ver mais três pulas perto de vocês. Luna e Cristal cuidado estão na direção de vocês do outro lado da rua escondidos no carro da Priscilão.

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora