Capítulo 163: Propaganda de super mercado

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POV Luna

Invadir o lugar não é uma opção, teremos que entrar pela porta da frente e torcer para a desculpa que Clara inventou funcione. Mas como? Cristal mal consegue falar. Como acreditariam em nós? Podem nem a reconhecer. Droga, se isso for uma armadilha, serão três facções envolvidas contra o que? A polícia e os seguranças do pai da Cristal? Não tem como eles serem mais fortes que nós, mas também temos muito a perder mesmo que vençamos. Pensa Luna, pensa. Pontos negativos: a possibilidade de algum de nós ferir-se é quase certa, chegaremos na cidade com um tiroteio que provavelmente chamará a atenção de investigadores, seremos expostas e a notícia poderá chegar ao pai da Cristal. O qual, querendo ou não, é um homem com um certo poder aquisitivo no país e fora dele. Positivos: teremos um local protegido para ficar até a poeira abaixar, as outras facções saberão da nossa força, terei a certeza de que Clara e Mariana não são confiáveis e conquistaremos um novo negócio.

Quer saber, se for uma armadilha, que seja, mataremos todos que entrarem no nosso caminho. Estou decidida, em dois dias, ou estaremos num lugar seguro como Clara afirmou, ou faremos uma chacina e mostraremos para cidade o que acontece com quem nos enfrenta. A derrota não é uma opção.

— Podemos conversar? — Chiara tira-me dos meus questionamentos.

— Claro, já ia chamar você. — Guardo o celular.

— Não devia ter insistido em acompanhar vocês na venda... Foi mal. — Ela estava envergonhada.

— É, não devia, sabe por quê? — Questiono-a para que entenda como vejo essa situação. — Porque estaria em perigo e uma vez nessa vida não se consegue sair. — Ela sabia a resposta, mas não dava valor a ela. — Não só por isso, mesmo se permitisse você de participar, dentro da facção a única voz acima da minha é a da sua mãe. Por isso, se dou uma ordem no rádio as meninas obedecem sem questionar. Todas ali sabem quando ouvir, falar e principalmente obedecer porque é a vida delas que está em jogo. Sabe o que aconteceria se qualquer uma delas me desrespeitar ou quebrar alguma regra da facção? — Pergunto séria enquanto Chiara olhava-me surpresa. — Elas morrem, sem pensar duas vezes. Somos uma família, mas antes somos uma facção e se elas esquecem disso, se atrapalham a hierarquia ou tornam-se inúteis, significa que não fazem mais parte dela. Doí pensar nisso, mas todas sabemos que o nosso fim é a morte, seja por causa de outra facção, da polícia ou por nós mesmas. Concordamos com isso e demos a nossa lealdade a isso. Acredita mesmo que a sua mãe e eu queremos esse futuro para você? Essa incerteza se a veremos no dia seguinte? Que conseguiríamos dormir com a informação que por um erro ou um dia em que acorde de mau-humor podemos simplesmente perder você?

— Nunca pensei por esse lado. — Chiara abaixa a cabeça.

— Ninguém pensa, não até termos uma pistola apontada na nossa cabeça. Entramos nisso por impulso, vingança, adrenalina, não pensamos antes de já termos ido longe demais para voltarmos. Você é maior que essa vida e como a sua mãe, uma pessoa que te ama mais do que pode imaginar, não vou e não posso permitir que se rebaixe a isso. Consegue entender? — Olho no fundo dos seus olhos a espera da sua resposta.

— Claro, mãe, já consegui o que queria... não vou mais me envolver nos seus assuntos. — Ela possuía um sorriso honesto no rosto.

— Eu te amo filhota. — Abraço-a. — Vou precisar que cuide da sua mãe enquanto estiver fora, ela vai gostar da sua companhia.

— Deixa comigo e não esquece de mandar mensagem, assim não fico tão preocupada. — Ela pede.

— Pode ficar tranquila, devo voltar tarde então não espere acordada. — Despeço-me dela e saio do hospital até a minha moto.

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora