Capítulo 9: Meu abrigo

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POV Cristal

Entro no carro, pego meu celular e vejo três ligações perdidas da Luna, já eram 22:18 quando ligo o rádio.

Rádio ligado.

(Cristal): meninas?

(Vanessão): apareceu a margarida. —  Debocha do meu sumiço e apenas rio do comentário.

(Alicia): nossa chefinha que susto você nos deu.

(Ivete): ela some sem avisar e diz que a gente que deixa ela louca.

(Gabi): oi mamacita.

(Renata): onde tu tava?

(Cristal): só estava conversando com um amigo.

(Vanessão): conversando boca a boca, a gente sabe. — Fala obviamente brincandocom a minha cara.

(Cristal): que nada Vanessão, mas cadê as outras meninas?

(Alicia): Maju já foi dormir.

(Vanessão): Priscilão estava gadando na praça.

(Cristal): e a Luna? — Falo um pouco mais baixo e sinto a minha cabeça girar.

(Gabi): deve ter dormido com a Chiara, você está bem mamacita? — Pergunta preocupada.

(Cristal): estou sim, estão fazendo o quê? — Mudo de assunto.

(Alicia): estou saindo do farm e vou para casa descansar.

(Vanessão): vou colocar a praga para dormir e já vou capotar também. Beijinhos bonecas. — desliga o rádio.

(Ivete): Gabi e eu estamos em uma festa com o sapa bonde, se quiser te mando a loc. — Ivete responde um pouco alterada.

(Cristal): não, valeu, estou bem cansada, acho que vou para casa mesmo, beijinhos beninas. — Digo e dou partida no carro.

(Alicia, Ivete, Renata e Gabi): beijinhos.

Rádio off

Desligo o rádio e decido ir para casa. Passo em frente ao hospital e vejo a doutora Amanda conversando com um possível paciente do lado de fora, ela reconhece meu carro e me chama.

— Srta. Cristal !!!! — Ela grita e acena para mim.

Paro o carro, estaciono e vou até ela.

— Oi doutora. — Digo um pouco desanimada por já saber sobre o que ela queria conversar.

— Oi, vamos entrar para conversar. — Ela diz com um sorriso e se despede do outro paciente logo me guiando até seu consultório. — Como está se sentindo? — Se senta atrás de sua mesa e indica outra cadeira para me sentar.

— Sinceramente, não muito diferente, só com um pouco de falta de ar às vezes. — Digo e forço um sorriso.

— Decidiu como vai contar para sua família ou já está contando gradualmente? — Ela pergunta curiosa.

— Decidi sim, não vou contar para as meninas nem para a Chiara. — Respondo e desvo do olhar da doutora.

— Sabe que o hospital precisa da assinatura de um familiar ou de alguém próximo para que eu possa autorizar a cirurgia... ou vai insistir em não realizar? — Pergunta com o olhar um pouco triste.

— Acho que ainda não estou pronta para as deixar assim. — Digo com a voz baixa.

— Sabe, sei que essa situação é complicada, mas não desista. — Ela diz, se levanta e vem até mim. — É um procedimento arriscado não vou mentir, mas é a sua única oportunidade de continuar aqui com elas e por mais tempo. — Ela vira a minha cadeira para ela e se abaixa segurando minhas mãos. — Você é muito forte por passar por tudo isso sozinha e entendo não querer as preocupar, mas tenho certeza que elas gostariam de estar ao seu lado nesse momento. Não precisa ser tão forte o tempo todo está bem? — Ela me abraça e deixo algumas lágrimas silenciosas caírem. — Bem, senta aqui na maca para eu fazer um checape em você.

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora