Capítulo 118: Se demorarem muito...

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POV Luna

Observei a chamas consumirem o lugar lentamente. As paredes cederam, o calor quase podia queimar minha pele e a fumaça invadia meus pulmões. Ao longe ouvimos as sirenes da polícia e logo os meninos entraram nos carros e sumiram dali. Estávamos todas em silêncio em respeito a ocasião. Priscilão retira uma caixinha de cigarro do bolso, acende um, dá uma tragada e o joga no fogo logo soltando uma fumaça que se mistura com a que já estava no ar. Ela dá as costas para a casa em chamas e se aproxima das outras meninas que estavam em cima do heliponto, no centro do condomínio. Vou até elas com um sorriso de alívio no rosto.

- Prontas? – Pergunto e caminhamos juntas até as duas motos e o carro que os meninos deixaram ali para a gente.

Subo na minha moto e Renata sobe na minha garupa. Vejo Priscilão assumir o P1 do carro com Vanessão de P2, Alicia de P3 e Maju de P4 enquanto Ivete sobe na outra moto junto da Gabi. Percebemos as viaturas ainda mais próximas, já podíamos ver as luzes do giroflex dos carros na estrada.

Radio ligado.

(Luna): Os pulas tão por perto, quero o carro na frente e as motos fazendo a contenção atrás, as que estão na garupa, fiquem atentas, qualquer sinal de perseguição pode abrir bala.

(Priscilão): Se perceberem carros do FBI ou diferentes das viaturas, avisem para eu mudar a rota.

Radio desligado.

O carro saiu na frente acompanhado das motos e assim que nos afastamos da entrada do condomínio pude ver vários carros pretos e azuis entrarem no mesmo. Não demoramos para chegar na casa. Era uma mansão, não chegava a ser tão grande quanto as nossas casas no condomínio, mas ainda assim era um casarão. Ela era branca com alguns arbustos mal cortados na frente e uma garagem para no mínimo uns três carros. Guardamos os veículos ali, nos mascaramos e fomos arrombar a porta principal.

- Pode fazer as honras Vanessão. – Digo vendo-a com o machado nas mãos.

Foram duas machadadas certeiras na maçaneta e pronto a porta estava aberta enquanto Vanessão posava com seu machado. Entramos miradas no que parecia um hall de entrada todo enfeitado com alguns vasos com plantas secas e alguns quadros abstratos. Caminhamos até o pequeno corredor que abria em uma sala a qual antes deveria ser linda e agora se encontrava coberta por latas e garrafas de cerveja e energéticos.

Radio ligado.

(Gabi): Que cheiro de bosta é esse? – Diz cobrindo o nariz a mão já que nem as nossas bandanas estavam suportando aquele cheiro.

(Priscilão): Fiquem atentas, deve ter alguma coisa morta aqui dentro. – Diz e ouvimos a voz dela, que sempre conseguia se manter calma, tremer de nervosismo.

(Luna): Não andem por essa casa sozinhas e evitem fazer barulho, ainda pode haver alguém aqui – Digo atenta a tudo e vejo as meninas confirmarem com a cabeça.

Radio desligado.

Da sala dava para ver uma cozinha separada da sala por uma pequena bancada, uma escada para o segundo andar e a saída para o que parecia uma área de lazer. Priscilão, Ivete e Maju vão para cozinha onde o cheiro estava mais forte enquanto as outras meninas e eu ficamos procurando algumas coisa em meio aquela bagunça. Percebemos que além das garrafas e latas, ali também tinha várias bitucas de cigarro.

Radio ligado.

(Gabi): Priscilão, achamos várias bitucas de cigarro na sala.

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora