POV Luna
O hospital era formado pelas salas de cirurgia, os consultórios, o refeitório, a recepção e os quartos para internos.
— Priscilão, se organize com os outros e traga alguns enfermeiros para ajudar a doutora. — Ordeno, mas antes que ela saísse, Amanda se pronuncia.
— Preciso de apenas um para realizar as cirurgias e auxiliar-me nos exames. O mais urgente é as bolsas de sangue. Também preciso que coloquem o Barone e o Folgadinho nos quartos ao lado. Eles precisam ser medicados novamente. — Ela explica enquanto ligava os aparelhos na Cristal e na Ivete.
— Já fiz faculdade de enfermagem, posso ajudar. — Gabi oferece-se.
— Perfeito. — Ela aceita a ajuda e agradeço mentalmente pela formação da Gabi.
— Já contactei quem vai nos trazer as bolsas só preciso do tipo sanguíneo e da quantidade. — Priscilão diz sem desviar o olhar da tela do celular.
— Sei que o tipo da Cristal é (-A) e vou precisar de quatro bolsas para ela. Qual o da Ivete e dos outros dois? — Amanda pergunta e liga os monitores com os batimentos cardíacos das duas.
— A Ivete é (+B). — Gabi diz enquanto vestia uma roupa azul descartável, parecia um avental desconfortável.
— Vou perguntar para os meninos qual o deles. — Priscilão avisa.
— Quero duas bolsas para a Ivete, uma para o Folgadinho e uma para o Barone. — Amanda pede antes dela sair do quarto. — Gabi, aqui, prende o cabelo. Assim que as bolsas chegarem, vamos levar a Ivete para remover a bala e depois começaremos os exames na Cristal. Enquanto isso esteriliza bisturi, pinça, agulha e todo o equipamento que formos usar, por favor.
Às duas estavam numa correria ali dentro quando vejo o Barone ser carregado pela Renata e pelo Jhon acompanhados pelo Folgadinho até dois quartos próximos. Saio e vou até eles para tentar entender o que havia acontecido.
— O que aconteceu? — Pergunto preocupada.
— Os pontos dele abriram no caminho e ele desmaiou de sangramento. — Renata explica pálida enquanto encarava o sangue nas suas roupas e mãos.
— Vou chamar a doutora para ajudar. Jhon leva a Renata para lavar as mãos e Folgadinho fica deitado que a Amanda também vai querer avaliar o seu caso. — Peço enquanto saio do quarto.
Explico a situação e Amanda acompanha-me até os meninos. Ela refaz os pontos no abdômen do Barone enquanto a Gabi cuidava do Folgadinho. Em minutos, Priscilão e Júlia entram no quarto com uma caixa térmica de isopor.
— As bolsas de sangue, Amanda. — Júlia avisa assim que colocam a caixa no chão.
— Onde podemos as colocar? — Priscilão pergunta.
— Deixem as da Cristal e da Ivete na sala de cirurgia, é a terceira porta a esquerda. — Amanda diz e abre a caixa, pega algumas bolsas e fecha novamente. — Gabi coloca essa para o Folgadinho que vou pôr a do Barone. — Ela ordena e entrega um pacote vermelho-escuro com o tipo sanguíneo (+AB) marcado de branco.
Saio dali e vou para a recepção com o intuito de não as atrapalhar. Todos que estavam ali pareciam apreensivos, alguns andavam em círculos pelo lugar e os outros se mantinham sentados em cadeiras de metal desconfortáveis. Din e Maju, algumas vezes, ligavam para as babás que ficaram responsáveis pelas crianças quando saímos. Lúcio e Chiara não se desgrudavam e Jhon saia algumas vezes do hospital para fumar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nem a distância nos separa
FanfictionDentro de uma família, se criam laços, uns mais fortes que outros e o que elas criaram se tornou tão indestrutível que mesmo distantes, uma consegue sentir as emoções da outra. Mesmo que o mundo pareça estar contra, esse laço as uni, as prende. Essa...