Capítulo 95: Exaustas

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POV Luna

Lá estávamos nós, mais uma noite em claro cercadas de papeis pensando no que aquilo poderia significar. Priscilão e Isa estavam tão exaustas que se renderam ao sono e as colocamos no sofá da sala de reuniões para que pudessem descansar. Vanessão estava parecendo um zumbi com os olhos vermelhos lutando para se manter acordada. Max parecia o mais descansado entre nós e estava insistindo com Vanessão para que ela fosse dormir um pouco. Jhon e eu estávamos pesquisando sobre aquela pequena caixa quando ele me diz algo que me fez ficar pensativa.

- Essa caixa não me é estranha... é como se já tivesse a visto antes. – Ele disse analisando a caixa em suas mãos.

Ele teve a mesma impressão que a Isa e o Folgadinho, mas por que? O que há nessa caixinha que causa essa sensação de familiaridade? Essas perguntas martelavam na minha cabeça enquanto eu pesquisava qualquer informação sobre essa caixa ou sobre esse cadeado na internet. Horas de pesquisa em sites de compras, artesanato, tudo, e não conseguimos encontrar nada se quer parecido como que tínhamos.

- Pelo jeito não foi na internet que ela achou essa caixa. – Jhon diz com uma expressão cansada.

- É o que parece, mas então onde ela encontrou isso? – Pergunto pra mim mesma.

- Conseguiram alguma coisa? – Max nos pergunta. – Pela cara dos dois, não.

- E vocês? – Pergunto passando as mãos no meu rosto.

- Também nada, Vanessão tá exausta, mas insiste em continuar ali. – Ele diz olhando para ela que estava quase dormindo em pé.

- Vou conversar com ela, continuar daquele jeito não vai ajudar ninguém. – Digo me levantando e indo até ela. – Iai parcera.

- Iai... – Ela diz completamente desanimada.

- Sabe que fazer as coisas do jeito que você tá não vai adiantar, né? – Digo e a vejo revirar os olhos.

- Não começa Luna, não temos tempo pra descansar, a cada minuto que passa é um minuto a mais que ela vai ficar longe de nós. – Vanessão diz seria.

- Eu sei... me explica o que tá fazendo, quem sabe eu não consiga ajudar. – Digo sorrindo pra ela que retribui o sorriso.

- Eu to separando e anotado as palavras de cada mapa. – Ela diz me mostrando uma agendinha com anotações ilegíveis.

- Ótima ideia... por que você não lê para que eu possa anotar também. – Digo sem conseguir decifrar nem um terço do que estava escrito ali.

- "Mapa Mundi: o trajeto, Brasil: as estrelas" aí tem um espaço como se faltasse alguma coisa e continua "são, EUA: indica movimento, Cidade: pontos de parada, e América: dos cometas" espaço "mais brilhantes". – Ela lia suas anotações com um pouco de dificuldade enquanto eu anotava em uma folha avulsa que havia ali.

- Por que tem esses espaços entre algumas frases? – Pergunto vendo que realmente parecia que a escrita de alguns mapas parecia incompletas.

- Talvez por que temos que juntar todas as palavras em uma única frase e esses espaços significam que tem alguma palavra faltando entre as palavras que estão aí. -Vanessão diz toda embaralhada.

- Você já tentou organizar os mapas, tipo um atrás do outro, para ver se as palavras coincidem? – Pergunto e a vejo me olhar surpresa enquanto pegava todos os mapas.

Ela os posicionou alinhados e colocou a luz da lanterna do celular atrás deles. Assim que a luz passou pelos papeis pudemos ver uma frase formada com clareza.

"O trajeto dos cometas indica movimento, as estrelas mais brilhantes são pontos de parada"

Vejo um sorriso se formar no rosto de Vanessão e ela começa a pular contendo seus gritos de alegria. Sua empolgação era tanta que me contagiou e apenas entrei na vibe comemorando com ela. Os meninos se aproximam de nós completamente confusos com a situação, porem estavam rindo da cena que estávamos fazendo.

- Descobriram alguma coisa? – Max pergunta com um sorriso no rosto.

- "O trajeto dos cometas indica movimento, as estrelas mais brilhantes são pontos de parada". – Vanessão diz empolgada enquanto mostrava os mapas para eles.

- E o que isso significa? – Jhon pergunta animada e em segundos o sorriso de Vanessão diminui.

- Eu não faço ideia. – Ela responde irritada quase rosnando para os papei.

Observar ela sair daquela animação toda para quase atacar os papeis por causa de uma pergunta era simplesmente hilário e nem eu, nem os meninos conseguimos conter as risadas.

- Agora é descobrir o que a bonequinha queria dizer com essa frase. – Digo ainda com um sorriso no rosto.

Ficamos horas pensando e criando todo tipo de teoria sobre aquela frase, mas nenhuma delas fazia sentido, todas possuíam algum furo ou simplesmente não nos levavam a lugar nenhum. Porem ter descoberto aquela pequena frase já foi o suficiente para nos encher de energia e esperança novamente. Vanessão já tinha trazido um quadro branco gigantesco ara anotar todas as nossas ideias e esse já estava completamente rabiscado quando Priscilão e Isa descem da sala de reuniões e se deparam com toda aquela bagunça generalizada.

- Passou um tornado por aqui enquanto dormíamos? Que tanto de papel é esse? – Isa pergunta incrédula na quantidade de folhas amassadas jogas pelo chão.

- Descobrimos a frase. - Digo e elas ignoram completamente a bagunça e se juntam a nós nas pesquisas.

Foram horas pensando, pesquisando, teorizando, fazendo tudo que estava ao nosso alcance para desvendar o que aquilo poderia significar quando as meninas nos chamam no radinho.

Radinho on:

(Ivete): Bom dia beninas, adivinhem quem teve alta do hospital. – Ivete dizia super empolgada.

(Gabi): Bom dia gatinhas.

(Vanessão): Iai boneca.

(Luna): Que bom que tá de volta.

(Renata): Ai que saudade miga.

(Priscilão): Olha só quem tá de volta.

(Maju): bom dia gatas do meu coração.

(Alicia): O Diego também recebeu alta, mas ainda tá com gesso na perna, então estamos levando-o pra casa do Teddy, lá ele vai poder ajudar com as crianças e tal.

(Luna): Ok, se quiserem ficar por lá não tem problema.

(Ivete): Eu vou ajudar vocês, pelo que soube já tem gente demais cuidando a casa.

(Alicia): Acho que vou ficar um pouco com meus pequenos, to morrendo de saudade deles.

(Gabi): Ivete conta pra elas o que a gente ouviu hoje no hospital.

(Ivete): Verdade, Gabi e eu ouvimos alguns médicos conversando nos corredores, eles falavam sobre um corpo que os policiais acharam dentro de um barracão junto de várias marcas de sangue e sinais de balas, eles reconheceram o corpo e não era nada mais nada menos que Brian Jhonnes.

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora