Capítulo 107: Nossa família

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 POV Luna

Assim que chegamos na casa vejo Chiara, Lúcio e Layla juntos na quadra de basquete que havia próxima a entrada da casa. Vou até elas e ao me perceberem Layla corre até mim, as vezes não percebo o quão rápido eles estão crescendo.

- Oi garota, que saudade menina. – Digo a abraçando.

- Oi tia Luna, cheguei hoje de manhã. – Ela diz toda animada até seus olhos se encontrarem com Júlia que estava atrás de mim.

- Layla, essa é minha amiga, Júlia, essa é a Layla, amiga de escola da Chiara e do Lúcio. – Apresento as duas que logo se cumprimentam.

- Que isso em tia Luna, eu aprovo. – Layla diz brincalhona e vejo Chiara fechar a cara instantaneamente.

- Aprova o que Layla? Ta viajando, elas são amigas. – Chiara diz com um tom bravo quase igual ao da Cristal.

- Só estava brincando, credo Chiara tá grossa hoje. – Layla diz indo para perto de Lúcio.

Um clima chato se instaura entre nós por alguns segundos até Mel correr até nós e dissipa-lo instantaneamente.

- Oi pequena. – Digo a pegando em meu colo.

- Mamãe Luna eu fiz um desenho da nossa família vem ver. – Mel diz super empolgada descendo do meu colo e me puxando até a casa.

Mamãe... era a primeira vez eu ela me chamava assim. Meu coração se derreteu completamente com aquela simples palavra e não consegui conter o sorriso que se formava no meu rosto. Sem perceber deixo Chiara, Lúcio, Layla e Júlia e sou levada para a sala da casa.

- Aqui mamãe, nossa família. – Mel diz me mostrando um desenho lindo.

O desenho mostrava Din ao lado de Maju, Chiara, Lúcio e ela no meu colo em frente a uma enorme arvore com uma lápide. As pessoas estavam desenhadas de palitinhos mais cada uma tinha uma característica que indicavam quem era quem. Maju com seus cabelos rosas, Din com a jaqueta do moto clube, Chiara e sua toquinha rosa, Lúcio com uma mochilinha onde carregava seus "equipamentos" e eu com meu ruivo preso no que me parecia um coque. Meu coração apertava em pensar que aquela era a lápide dele e ela fez questão de nos desenhar próximos a ela.

- É lindo mesmo meu amor. – Digo sorrindo para a pequena.

- Não é só isso, vem comigo. – Ela me puxa novamente, mas agora me leva para o quarto de Lúcio e começa o procurar alguma coisa nas gavetas próximas ao computador do mesmo. – Achei... apaga a luz mamãe, apaga.

Vejo uma pequena lanterna em sua mão e apago a luz como ela havia me pedido. Me aproximo dela que logo liga a lanterna e a passa pelo papel revelando mais duas pessoas que antes não consegui ver. Teddy e Cristal estavam ali. Ele estava ao lado da Mel com duas assas nas costas e ela estava ao meu lado com uma mão no ombro da Chiara.

- Nossa pequena, ele está ainda mais lindo que antes. – Digo a abraçando.

- Que bom que gostou, mamãe, eu coloquei asinhas de anjo no Teddy Teddy, o anjinho da Mel. – Ela dizia passando o dedinho sobre o desenho enquanto segurava a lanterna com a outra mão. – Como a mamãe Cristal ainda não tá com a gente eu a desenhei assim, mas quando ela voltar eu vou colorir ela e deixar bem bonito do jeitinho que ela é, mas ainda falta os titios, as titias e os priminhos.

- Tá incrível meu amor, quem te ensinou a fazer isso? – Pergunto surpresa pela tinta invisível que ela havia usado.

- Foi o Teddy Teddy que ensinou pra Mel. – Mel diz indo ligar a luz novamente.

- Veja além do que seus olhos podem lhe lembrar... – Digo em voz alta e foi como se uma lâmpada se acendesse sobre a minha cabeça.

- Sim, ele sempre dizia isso pra Mel. – Ela diz voltando para pegar o desenho que havia deixado sobre a escrivaninha do Lúcio.

- Mãe... não vamos treinar hoje? – Chiara chega na porta claramente irritada e logo vejo Layla e Lúcio virem atrás dela.

- Vamos sim. – Digo dando um beijo na testa da Mel e me aproximando deles. – Aconteceu alguma coisa? – Noto um desconforto em suas expressões.

- Não, só quero começar logo. – Chiara diz ríspida saindo dali me dando a costas.

- Elas discutiram. – Lúcio sussurra para a mesma não ouvir.

- Chiara ficou com ciúmes da Júlia pelo que eu falei. – Layla diz de cabeça baixa.

- Tudo bem, vou conversar com ela e resolver as coisas. – Digo abraçando Layla e me despeço de Lúcio.

Passo pela sala e vejo Júlia sentada no sofá, a mesma me olha como se pedisse desculpa e apenas sorrio para que ela não se preocupasse com isso. Vou até a moto onde Chiara estava escorada e apenas rio. Ela é idêntica a mãe quando tá com ciúme. Confiro o porta malas da moto para ver se a caixa ainda estava ali e me lembro da lanterna que Mel havia utilizado para me mostrar o desenho.

- Espera só um pouquinho filhota, só vou buscar uma coisa que esqueci. – Digo voltando para a casa e indo novamente para o quarto do Lúcio. – Lúcio me empresta uma lanterninha sua. – Peço para ele que estava mexendo no computador enquanto Layla nos observava sentada na cama.

- Claro, aqui, pra que precisa dela? – Ele questiona curioso.

- Acho que possa ter alguma mensagem escondida naquela caixinha. – Digo prestes a sair do quarto.

- Espera, essa é bem fraca para essas coisas. – Ele diz indo até seu guarda roupa. – Essa aqui também tem uma luz ultra violeta, acho que vai ser mais útil para isso.

Devolvo a lanterna menor para ele e aceito a que ele havia me indicado. Espero que funcione de uma vez por todas ou vou acabar jogando essa coisa em algum lago. Volto para a moto e vamos para o centro de treinamento sem trocarmos uma única palavra. Cristal se estiver ai, me ajuda com sua miniatura, por que pelo que me parece, essa noite vai ser longa.

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora