POV Luna
Encontro Chiara sentada na areia da praia olhando para o horizonte, me aproximo dela e me sento ao seu lado. Ela me olha e vejo as lágrimas em seu rosto, a puxo para o meu colo e a deixo desabafar no ombro.
- Por que ela não me ama mamãe Luna? - Chiara pergunta com o rostinho molhado apoiado em meu peito.
- Eii, não fala assim, ela te ama mais que tudo, filhota, a gente pode não entender a forma que ela demonstra isso, mas isso eu te garanto, porque eu estava lá quando ela te teve, eu vi o sorriso que se formou no rosto dela quando te viu pela primeira vez, vi o cuidado que ela tinha quando você estava em seu colo ... você é quem ela mais ama em todo o mundo e ninguém pode negar isso. - Digo fazendo carinho em seus cabelos. - Lembra quando as suas tias te levaram para uma festa, pouco depois da sua mãe receber alta do hospital ... eu estava lá enquanto ela cantava pra você, estava observando as duas atrás da porta com sua tia Alicia, a música que ela cantou , a forma como ela canta com você é completamente diferente de quando ela canta com a gente, da para perceber na voz dela o amor que ela sente por você.
- Então por que ela não tá aqui agora? Por que não veio me procurar? - Chiara pergunta com os olhos vermelhos.
- Tem algumas coisas que sua mãe e eu fazemos que você é muito nova para saber, mas quando souber vai entender por que as vezes ela é tão distante de todo mundo. - Digo acariciando seu rosto tentando secar suas lágrimas.
- Eu não consigo entender ... ela escolheu ele ao invés de mim, ela colocou ele na nossa casa e me mandou ficar com você ... ela me abandonou e colocou ele no meu lugar. - Chiara diz me abraçando mais forte.
- E-eu ... eu não sei te explicar isso filhota. - Digo tentando pensar em alguma coisa para acalma-la, mas não vem nada em minha mente.
- Eu sei que não sou a melhor filha do mundo, sei que dou trabalho, mas pensei que ela sempre estaria ao meu lado e agora ela me abandonou na primeira oportunidade. - Chiara diz e eu simplesmente não sabia o que fazer, estava de mãos atadas.
Fico ali com ela em meu colo por algumas horas até que percebo que a mesma havia dormido. Me levanto tentando não desperta-la, volto para o parque e vejo que a X6 ainda estava ali. Abro o carro e coloco Chiara deitado no banco da frente com o cinto de segurança. Vou para o banco do motorista e dirijo até o condomínio. Chegamos em casa, coloco Chiara para descansar em seu quarto, lhe dou um beijo de boa noite e vou para a sala. Minha cabeça estava a mil, não sabia o que falar para Chiara, não sabia o que falar para Cristal, eu não sabia o que fazer. Decido ligar o radinho e procurar por ela para conversarmos, também queria saber se ela estava bem, depois de vê-la apontar uma arma para o Cold e falar daquele jeito com ele, tenho certeza que o traste não ficaria quieto.
Radinho on:
(Luna): Cristal ... achei a Chiara e já a trouxe para casa, conversei um pouco com ela, se estiver me ouvindo ... só, por favor, tenta vir sozinha aqui em casa, só para dar um beijo de boa noite nela ... ela não queria dizer aquilo, ela só sente a sua falta, vou estar te esperando.
(Alicia): O que aconteceu chefinha?
(Luna): Hoje a Cristal contou para a Chiara sobre o Cold e ela disse umas coisas ruínas pra Cristal.
(Ivete): Eu avisei.
(Gabi): Para Ivete, já chega dessa implicância idiota, a mamacita tá mal e você pouco se importa.
(Maju): Ela escolheu isso, não podemos fazer nada.
(Vanessão): Bonequinha ... eu sei que tá ouvindo ... a gente tá aqui, fala com a gente.
(Priscilão): Gata, somos uma família, pode contar com a gente pra tudo.
(Ivete): Vocês tão perdendo tempo, essa aí só se importa com ela mesma, não pensou nem na própria filha.
(Renata): Cristal, conversa com a gente.
(Luna): Pelo menos me fala que você tá bem ... eu vi o que fez no parque ... se não responder vou concluir que fizeram algo com você e ir ai para averiguar.
(Ivete): O babaca fez alguma coisa com ela?
(Luna): Ela apontou uma arma na cabeça dele, mas não atirou, depois eles só foram embora.
(Gabi): Mamacita ... responde ... por favor.
(Luna): Vou ir na casa dela agora mesmo, se quiserem podem vir comigo.
(Vanessão): Para indo aí agora, quero saber pra onde ela levou aqueles projetos.
(Ivete): Vou só para ver a treta e dizer que eu estava certa sobre não ter nada de errado com a bifestinha.
(Alicia): Não vou meninas, a chefinha já tá bem mal e não acho que invadir a casa dela vá ajudar.
(Maju): Eu não to nem ai pra isso, vou dormir que ganho mais.
(Priscilão): Se encontrar algum eletrônico ou algo assim, tentem acoplar o chip de vocês neles ou instalar o meu hacker, assim vou ter acesso as coisas dela de novo, Vanessão sabe o que fazer.
(Vanessão): Pode deixar boneca que isso eu sei fazer.
(Gabi): Eu acho que vocês deveriam ir para ajudar a mamacita e não para invadir a casa, vão acabar se dando mal.
(Ivete): Então vem com a gente, aí você distrai a mamacita enquanto as doidas investigam.
(Gabi): Eu vou, pela mamacita.
(Renata): Aí gente, eu sou a mais nova da família, não to afim de ser a primeira exonerada não.
(Luna): Quem for, me encontra enfrente a casa da Cristal com pelo menos uma pistola e cinco vitas, para que não for, se a gente e a Cristal sumir, estão autorizadas a caçar o Cold ... preciso que alguém fique com a Chiara.
(Renata): Eu cuido dela, ela tá na sua casa né?
(Luna): Sim, pode dormir aqui se quiser, mas não acho que vá dar em alguma coisa.
(Vanessão): Já to aqui te esperando.
(Renata): Chego no condomínio daqui uns 3 minutinhos.
(Gabi): Ivete e eu já estamos entrando.
Radinho off.
Saio de casa e vejo as meninas enfrente a casa me esperando, vou até elas e logo uma moto entra a toda velocidade no condomínio quase me atropelando, mas consegui sair correndo do caminho. Ela estaciona em frente a minha casa e vemos Renata descer da mesma, por que não estou surpresa com isso.
- Desculpa chefa, você tá bem? Eu me distrai por um segundo, mil desculpas. - Renata diz vindo até mim e vendo se eu havia me machucado enquanto as meninas riam de seu desespero.
- Eu to bem, mas ajudaria bastante se você parasse de dirigir feito uma maluca principalmente quando entrar no condomínio. - Dou um sermão leve nela e a entrego as chaves da minha casa. - Toma, deixei a Chiara dormindo, mas logo ela deve acordar, tem miojo no armário e não toca no assunto da Cristal hoje, se ela pergunta onde eu estou diga que fui no mercado comprar algumas coisas para amanhã e já voltava. - A instruo e vou até as meninas enquanto ela entrava em minha casa.
- Vamos tocar a campainha primeiro, pode ser que ela só esteja descansando. - Gabi diz e toca a campainha, ninguém atende e não ouvimos nada dentro da casa, como se estivesse vazia. - Mamacita ... é a Gabi, vim conversar ... abre a porta.
Gabi chamava por ela e nada, apenas o silêncio que deixava todas inquietas.
- Eu vou arrombar essa porta, não aguento mais esse silêncio não. - Vanessão diz indo até a porta, mas a paro antes que ela quebrasse a fechadura.
- Calma aí Vanessão, eu tenho uma cópia da chave da casa dela. - Digo e Vanessão se afasta me permitindo me aproximar da porta enquanto as meninas me olhavam ansiosas, destranco a porta e abro a ouvindo ranger.
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Nem a distância nos separa
FanfictionDentro de uma família, se criam laços, uns mais fortes que outros e o que elas criaram se tornou tão indestrutível que mesmo distantes, uma consegue sentir as emoções da outra. Mesmo que o mundo pareça estar contra, esse laço as uni, as prende. Essa...