Capítulo 18: Três dias depois

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3 dias depois

POV Luna

Já se passaram três dias desde a cirurgia. Sua cicatrização está acelerada a ponto de, talvez, tirarem os pontos hoje. Segundo a doutora, a respiração e os sinais vitais dela estão ótimos, mas ainda está inconsciente. O quarto dela nunca fica vazio, Chiara sempre a visita antes de ir para a escola. Enquanto ela está na aula, algumas meninas e eu ficávamos com ela. A tarde ela recebe visitas de outras pessoas, o Teddy, por exemplo, sempre traz flores. É um cara legal e se preocupa de verdade com a Cristal. Nós conversamos sobre ela, sobre a filhinha que ele terá e como precisa da nossa ajuda para ser um bom pai.

— Bom dia, como foi essa noite? — A doutora entra no quarto com uma prancheta e me vê observar a vista.

— Foi boa, ela ainda faz alguns sons e dessa vez a vi mexer os dedos das mãos. — Digo com um sorriso bobo.

— Que ótima notícia, quanto mais ela reagir, mais rápido acordará. — Ela se aproxima de Cristal enquanto anotava algo em sua prancheta. — Vou pedir para aumentarem a dose de adrenalina dela, assim ficará mais agitada. Quando acordar, você vai poder voltar a dormir em uma cama decente em vez de uma poltrona desconfortável. — Amanda se uniu as meninas para me convencer a trocar o turno da noite com alguém e ir descansar em casa, mas não sairia daquele hospital sem a Cristal.

— Aqui pelo menos consigo dormir um pouco, em casa não conseguiria nem fechar os olhos. — Rio da mesma e suas indiretas bem diretas.

— Não posso obriga-la, mas nada irá acontecer com ela se for descansar um pouco. — Ela diz e coloca a mão no meu ombro.

Era uma mulher convincente e linda assim como Cristal, parda de cabelos castanhos escuros com algumas mexas loiras, da minha altura e olhos azuis. Ivete tentou dar em cima dela e recebeu um não bem sonoro mais um esporro da Gabi, mesmo às duas não tendo nada assumido. Ela sai do quarto e em segundos Chiara entra eufórica e sorridente acompanhada por Alicia e Maju.

— Mamãe Luna. — Ela diz empolgada e pula no meu colo. — Dormiu bem?

— Oi filhota, dormi sim e você? Deu muito trabalho para suas tias? — Pergunto enquanto a enchia de beijos.

— Claro que não, sou um anjinho. — Ela responde risonha.

— Anjinho encapetado né? Fomos acordadas às cinco da manhã porque ela queria vir. Sem contar que correu na nossa frente assim que estacionamos o carro. — Maju se senta na poltrona exausta.

— Chiara! — Repreendo e ela dá língua para Maju que devolve. — Filha, as titias precisam descansar e tem que obedecer a elas. Não pode correr ou acorda-las tão cedo, elas iriam trazer você, era só esperar. — Uso um tom de bronca para ela que faz uma carinha triste.

— A mamãe Luna brigou com a Chiara? Devo estar alucinando. — Essa voz, olho para ela e aqueles olhinhos cor de mel estavam focados na gente. — Que caras assustadas, virão um fantasma é? — Ela estava fraca, mas consigo ver um sorriso meigo em seu rosto.

— Mamãe. — Chiara sai do meu colo e sobe na cama da Cristal que a aperta e beija. — Estava com tanta saudade do seu abraço.

— Estou aqui agora para você abraçar o quanto quiser filha. — Cristal diz com uma expressão de dor.

— Cristal... — Aproximo-me com os olhos cheios de água. — Finalmente acordou. — Abraço às duas com cuidado para não machuca-las.

— Meu deus chefinha que susto nos deu. —  Alicia a abraça junto da Maju quando Chiara e eu nos afastamos.

— Estávamos com tanta saudade de você. — Maju diz no meio do abraço.

— Por quanto tempo estou desacordada para me darem tantos abraços? — Ela pergunta e se senta na cama.

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora